Uma pesquisa divulgada em 2017 pela Universidade de Seul, na Coreia do Sul, revelou que a dependência por smartphone já pode ser considerada um vício porque provoca alterações químicas no cérebro e índices de abstinência semelhantes ao uso de drogas. O mesmo estudo identificou que os adolescentes com nomofobia - nome dado à dependência de internet - apresentaram mais sinais de depressão, ansiedade, insônia e impulsividade.

O acesso traz sim benefícios. Um deles é a aquisiçãoo de conhecimento por meio, por exemplo, de pesquisas escolares, leitura de notícias, visualização de mapas e jogos educativos, mas desde que no tempo e idade adequados. Isso porque o mundo digital pode também influenciar negativamente os hábitos desde o início da infância.

O uso excessivo da tecnologia, especialmente do meio digital, pode facilitar o desenvolvimento de fobia social, déficit de atenção, depressão e compulsão pelas redes socais. Além disso, outros problemas relacionados ao uso exagerado são:

  • Dificuldades de socialização e conexão com outras pessoas;
  • Dificuldade no processo de aprendizagem;
  • Aumento da ansiedade, violência, cyberbullying, transtornos de sono e sedentarismo;
  • Problemas auditivos por uso de fones de ouvido (headphones), problemas visuais e de postura e lesões de esforço repetitivo (LER);
  • Acesso à pornografia e redes de pedofilia;
  • Exploração sexual online;
  • Compra e uso de drogas;
  • Pensamentos ou gestos de autoagressão e suicídio.

Ainda que o uso das tecnologias e o acesso ao vasto universo da internet possam proporcionar conhecimento, estar mais conectado também coloca as crianças e adolescente em maior risco como relaciona a pesquisa Tic Kids Online Brasil 2016.

  • 7% das crianças e adolescentes se sentiram discriminados na rede no último ano;
  • 10 milhões de crianças e adolescentes declararam ter visto alguém ser discriminado na Internet em 2016;
  • 69% utilizaram a rede com segurança, segundo os pais ou responsáveis;
  • 20% viram imagens ou vídeos de conteúdo sexual;

CUIDADOS IMPORTANTES

As recomendações da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) são para que os pais sejam presentes, cuidadosos e vigilantes. As dicas são:

  • Estabelecer regras e limites claros determinando o tempo de uso de acordo com a idade e desenvolvimento da criança e adolescente;
  • Evitar e, se necessário, proibir, a exposição passiva de conteúdos inapropriados para crianças menores de 2 anos;
  • Limitar o tempo de exposição ao máximo de uma hora por dia, para crianças entre 2 a 5 anos de idade;
  • Crianças de até dez anos não devem fazer uso de televisão ou computador em seus quartos;
  • Adolescentes não devem ficar isolados nos seus quartos ou ultrapassar suas horas de sono saudável;
  • Equilibrar as horas de jogos online com atividade física e contato com a natureza;
  • Crianças menores de seis anos devem ser protegidas da violência virtual presente em filmes e jogos violentos, por exemplo
  • Orientar a nunca compartilhar senhas, fotos ou informações pessoais;
  • Não se expor em webcam para pessoas desconhecidas, nem postar fotos íntimas ou nudez;
  • Monitorar redes sociais, sites e aplicativos acessados pelos filhos;
  • Conversar sobre os perigos e riscos da internet ou encontros com pessoas desconhecidas;
  • Usar antivírus, antispam, antimalware e softwares ou programas que têm filtros de segurança e monitoramento para palavras ou sites;
  • Incentivar a ética e o respeito para que não pratiquem o cyberbullying;
  • Aproveitar, aos finais de semana, as oportunidades de permanecer sem o uso de tecnologia, brincando de maneira interativa e construindo uma relação de confiança.