Conhecido há mais de cinco mil anos e chamado de "ouro líquido" nos países do Mediterrâneo, o azeite de oliva era considerado por Hipócrates, o Pai da Medicina, não só alimento, mas um poderoso remédio. Na época, ele utilizava o óleo para tratar ferimentos e aliviar dores, o que sinalizava uma propriedade anti-inflamatória. Na Roma antiga, o azeite de oliva integrava os rituais de saúde e beleza durante os banhos. Os romanos massageavam a pele com azeite, sem enxaguá-lo ou removê-lo. Hoje, o azeite de oliva é a base da cozinha nos países do sul europeu, na região do Mediterrâneo. Lá, esse ingrediente é utilizado no preparo de toda refeição, e não só para temperar saladas. A alimentação desses países é considerada um exemplo de dieta saudável por médicos do mundo todo. Mas afinal: quais os benefícios do azeite de oliva?

Próxima tela

Corpo saudável

Nas últimas décadas, o azeite de oliva ganhou o status cientificamente comprovado de aliado do coração e está entre os alimentos essenciais para uma dieta saudável. Isso porque a substância oleosa extraída das azeitonas tem um índice elevado de ácidos graxos monoinsaturados como o ácido oléico, eficaz na redução dos níveis de colesterol LDL no sangue. Esse tipo de gordura, quando substitui a saturada na dieta diária, provoca a desobstrução das artérias, ajudando a saúde do coração. Ao mesmo tempo, a composição do azeite de oliva mantém os níveis de HDL, chamado de bom colesterol, porque absorve os cristais de LDL das artérias e leva-os ao fígado para eliminação.

Além de fazer bem ao coração, o azeite derivado das oliveiras também é uma fonte rica em vitamina E e antioxidantes como o caroteno e polifenóis, capazes de combater os radicais livres, que envelhecem as células. Dessa maneira, as propriedades do azeite de oliva têm efeito protetor contra uma série de doenças degenerativas, entre as quais a cardíaca. Uma prova disso é a longevidade dos habitantes da região do Mediterrâneo, que ultrapassam os 80 anos com baixos índices de problemas cardíacos quando comparados aos países do Ocidente.

Próxima tela

O queridinho das pesquisas

Os benefícios do azeite se estendem ainda a outras partes do corpo. E a lista é grande: Pesquisadores da Universidade de Valme, na Espanha, observaram que o azeite de oliva combate o micro-organismo por trás da gastrite; Cientistas do Instituto Monell, nos Estados Unidos, encontraram no azeite uma molécula que oferece alívio para as dores crônicas; Pesquisadores da Universidade de Jáen, na Espanha, notaram que o alimento combate a osteoporose; e outras pesquisas já apontaram a ação preventiva em tumores.

Próxima tela

Óleo da beleza

O consumo de azeite de oliva pode fazer bem para a saúde da pele, pela grande quantidade de vitamina E. Alguns profissionais de beleza indicam a aplicação direta do azeite na pele e cabelos, motivo pelo qual o alimento está presente na composição de alguns cosméticos de beleza e tratamentos em spas. Sem falar nas diversas receitas caseiras encontradas internet afora, que vão desde máscaras para fios de cabelo danificados até removedores de maquiagem.

Próxima tela

Entenda os diferentes tipos de azeite

Como o café e o vinho, o azeite de oliva também tem variação de qualidade, que é determinada pelos cuidados em todo o ciclo de produção. Segundo o Instituto Nacional de Metrologia, Normatização e Qualidade Industrial (Inmetro), diversos fatores influenciam na qualidade do azeite de oliva: variedade da azeitona, condições climáticas na etapa de produção, tipo de solo, práticas do cultivo, estado de maturação do fruto, acidez e tempo de processamento das azeitonas após a colheita.

De acordo com o (Inmetro), o azeite de oliva deve ser obtido através do processamento do fruto das oliveiras, a azeitona, e não pode apresentar mistura com qualquer outro tipo de óleo. Ou seja, não se pode empregar a denominação de azeite de oliva quando ele é obtido por processos químicos.

Conheça os tipos de azeite de oliva
Próxima tela

Azeite lampante

acidez superior a 3,3%*

Este azeite não pode ser consumido diretamente devido a sua acidez intensa. É usado como combustível em lamparinas e outros tipos de equipamentos de iluminação. Para ser comercializado, esse azeite deve sofrer refinação (neutralização, descoloração e desodorização).

Azeite de oliva comum

de 1,51% a 3% de acidez*

É o azeite lampante refinado quimicamente, cujo processo resulta em perda do gosto, cor, aroma e parte das vitaminas e outros nutrientes. Para ser comercializado, recebe a adição de azeite virgem ou um extravirgem. Normalmente usado para frituras, tem cor mais clara que os azeites virgens e perfume e sabor menos acentuados. Muito comum nos supermercados brasileiros.

Azeite virgem

acidez acima de 0,8% e até 1,5% de acidez*

São azeites obtidos a partir do fruto da oliveira unicamente por processos físicos/mecânicos. É um azeite de boa qualidade, mas pode apresentar defeitos de cheiro e sabor quando em comparação ao azeite extravirgem.

Azeite extravirgem

acidez até 0,8%*

Não sofre nenhum refino químico e é prensado a frio, o que mantém seus nutrientes benéficos. O azeite extravirgem é o mais saudável de todos os tipos de azeites.

*Classificação de acordo com o Ministério da Agricultura

Próxima tela

Escolhendo o azeite no supermercado

Em meio aos vários tipos de azeite nas prateleiras do supermercado, sob diversas marcas, com diferentes classificações e preços, é muito possível se sentir confuso na hora de comprá-lo.

Para colher os benefícios do “ouro líquido”, o primeiro passo é aprender a escolher um bom azeite. Alguns cuidados e orientações para a hora da compra podem ajudar a levar para casa um produto de qualidade:

Continuar lendo
Próxima tela
  1. Para começar, compre o azeite quando não estiver com pressa. É preciso tempo para analisar a embalagem;
  2. Prefira as embalagens de aço inox ou vidro escuro, que são as mais eficazes para proteger o azeite de oxidação causada pela luz;
  3. Pegue o azeite que estiver ao fundo na prateleira, que fica menos exposto à luz, e, portanto, menos oxidado;
  4. Por via de regra, a relação é simples: quanto menor a acidez, maior a pureza e, por consequência, os benefícios à saúde.
  5. No rótulo, observe termos como “produzido” ou “engarrafado”. O termo produzido refere-se ao azeite que foi produzido e engarrafado no mesmo local. Diferente do termo engarrafado, que não garante a devida procedência;
  6. Não leve o produto se na embalagem indicar que há algum outro óleo junto ao azeite (soja, girassol ou outro), pois se trata de um óleo composto. O azeite de oliva genuíno é produzido unicamente a partir de azeitonas;
  7. Caso observe algum azeite turvo, pode ser resultado de um menor grau de filtragem, quando partículas de azeitona ficam em suspensão no azeite. Isso não compromete a sua qualidade nutricional;
  8. Preste atenção nos rótulos dos azeites importados. Deve-se dar prioridade aos azeites embalados no próprio país de origem. Os azeites que são produzidos num país e embalados em outro, podem sofrer o processo de oxidação, perdendo a qualidade nutricional.
Próxima tela

Nada de exageros

Apesar de todos os incentivos de consumo, o azeite de oliva é uma gordura e, como tal, é calórico para o corpo. Por isso, deve ser consumido com moderação. Para sentir os benefícios para a saúde sem exagerar, recomenda-se ingerir duas colheres de sopa (23 gramas) por dia.

Próxima tela

Como usar e conservar

Com relação ao estado de conservação sabe-se que o azeite de oliva não é como o vinho. Ele deve ser consumido o quanto antes, dentro do seu próprio ano de produção.

Para conservá-lo, deve-se evitar a exposição prolongada ao ar, à luz solar direta e ao calor. O ideal é adicionar azeite de oliva nas preparações frias e nas que têm aquecimento brando, como refogados e ensopados. Para aproveitar todos os benefícios do ingrediente, este não deve ficar muito tempo no fogo, pois componentes importantes como os antioxidantes podem ser alterados.

Próxima tela