Guia para mamães

GUIA para mamães

Amamentação: um elo especial Durante o período de gestação as futuras mamães vivem muitas mudanças. Enquanto veem seu corpo se preparar para dar vida a uma nova pessoa, cresce a vontade de oferecer o melhor para o bebê que está chegando. A palavra nutrir ganha, então, um significado amplo, abrangendo alimentação, proteção e afeto. Esperamos que este pequeno guia sirva de apoio às mamães nesse momento, trazendo respostas às dúvidas mais comuns dessa fase tão encantadora, mas nem por isso isenta de questionamentos e anseios. Que a amamentação seja um elo muito especial entre você e seu bebê! 1

Preparada para o parto e para cuidar do bebê Quando chega o momento do parto, as mamães sentem como se o bebê mandasse um recado: estou preparado para conhecer o mundo! Considerado o meio de nascimento ideal pelos especialistas, o parto normal acontece quando o corpo da mãe e do bebê estão prontos e em sincronia. Então, a menos que surja algum risco à saúde de um dos dois que justifique uma cesariana, o parto normal é sempre o mais indicado, pois não expõe as mamães a uma cirurgia, e traz de volta um estado de bem-estar mais rapidamente. Embora nem todas as mulheres possam optar por esse tipo de parto, o Instituto Unimed Nacional indica e apoia o parto normal. Durante toda a gestação, por meio do acompanhamento pré-natal, os médicos acolhem e auxiliam as futuras mamães nas principais decisões sobre o nascimento e os primeiros tempos de convívio com o bebê, na solução de dúvidas e no aconselhamento sobre os cuidados iniciais, dando grande ênfase à importância do aleitamento materno e seus benefícios. Você sabia que ao entrar espontaneamente em trabalho de parto, a mamãe produz hormônios que ajudam na produção e descida do leite? Benefícios da amamentação para a mulher A natureza é mesmo incrível! No instante em que o bebê começa a sugar o peito, o corpo da mãe conquista uma proteção extra. Durante as mamadas, se intensifica a liberação de ocitocina, e como esse hormônio estimula as contrações do útero, o ganho é duplo: primeiro, ele ajuda a diminuir o sangramento e, assim, afasta o risco de anemia materna. Os movimentos uterinos contribuem também para o encolhimento do órgão, que vai voltando ao tamanho de antes do início da gestação. O ato de amamentar funciona ainda como um contraceptivo natural. Nesse caso o benefício se deve a outro hormônio, a prolactina, que inibe a ovulação. Converse com seu médico e aconselhe-se sobre as possibilidades de uma nova gravidez nesse período. E mais: durante o aleitamento, a mulher não produz estrogênio, hormônio que pode incentivar a formação de nódulos nos seios. Ou seja, oferecer o peito ao bebê traz uma espécie de proteção contra o câncer de mama. Quer acrescentar mais um item à lista de motivos para amamentar? Pois saiba que a mulher que está amamentando perde entre 300 e 500 calorias por dia. Com isso, fica mais fácil recuperar o peso que você tinha antes da gestação. 3 2

A dose equilibrada de nutrientes do seu leite afasta ainda o risco da obesidade, evitando as consequências futuras do ganho exagerado de peso, como hipertensão e diabetes. E sabia que a composição da bebida vai mudando a cada mamada, se ajustando às necessidades da criança? É por isso que a digestão é muito mais fácil. Além do mais, ao beber direto da fonte, elimina-se a possi - bilidade de usar água contaminada para fazer a mistura do leite comprado na latinha. Sem contar a perigo de mamadei - ras mal higienizadas, não é? Por falar em mamadeira, assim como bicos, chucas, chupetas etc., elas podem atrapalhar o nascimento correto dos dentes e prejudicar a respiração e a fala dos pequenos. Benefícios da amamentação para o bebê O leite está na mama, prontinho, na temperatura certa e à disposição de seu bebê. Melhor ainda: tem uma fórmula única, é repleto de vitaminas, proteínas, gorduras boas, cálcio, ferro... Sabemos que o leite de vaca também tem qualidades, mas quando vêm do seu peito, todos os nutrientes são absorvidos muito mais facilmente. Na composição há até ingredientes como os oligossacarídeos, que fortalecem o sistema imunológico do bebê, um reforço ainda mais importante para os que nasceram com baixo peso. Diz um estudo conduzido pelo epidemiologista brasileiro Cesar Victora que o aleitamento materno teria a capacidade de salvar a vida de mais de 820 mil crianças por ano no mundo. Isso porque ele protege contra diarreia, infecções respiratórias, alergias, desidratação. E, mesmo quando o bebê fica doente, ele consegue se recuperar muito mais rápido quando é amamentado. IGNORE OMITO! Não existe leite materno fraco ou forte. Quanto mais você levar o bebê ao seio, mais leite é produzido, e com a composição ideal para alimentá-lo. OVÍNCULO AFETIVO Especialistas dizem que a sensação de aconchego e bem-estar entre mãe e filho na hora da mamada tem reflexo no desenvolvimento do cérebro do bebê, porque o estado emocional contribui para a “conversa” entre os neurônios. Ou seja, dar o peito pode ter reflexo até na vida escolar da garotada! 5 4 C A B

Como se alimentar quando se está amamentando A comunicação entre mãe e filho desde a gestação é tão perfeita que, intuitivamente, a mulher já tende a cuidar melhor da própria alimentação – um zelo que deve permanecer durante a amamentação. O plano é o seMelhor não abusar Evitar o excesso de açúcar, sal e gorduras faz parte de qualquer guia de alimentação saudável, e mais ainda durante a amamentação. Assim, refrigerantes, doces, frituras e embutidos devem ser consumidos com moderação. Não exagere também no café e outros produtos com cafeína, porque há evidências de que essa substância pode passar pelo leite, causando irritabilidade no bebê. Alimentos como couve e brócolis, e temperos como alho e cebola, podem alterar o sabor e o cheiro do leite. Sem contar que, assim como feijão, repolho e batata-doce, costumam provocar gazes. Embora não haja comprovação de que causem o mesmo efeito no bebê, é melhor prestar bastante atenção nas reações de seu filho. Se desconfiar que algum ingrediente provoca cólica, converse com seu médico. A estratégia pode ser retirá-lo de sua dieta por um tempo. Se os sinais de desconforto do bebê melhorarem nesse intervalo e voltarem quando você voltar a comer o tal alimento, a saída é deixá-lo de fora do seu prato na fase do aleitamento. De olho na hidratação Lembre-se de que a água é matéria-prima para a fabricação do leite. Então, não espere a sede chegar: capriche nos goles e mantenha uma garrafinha de água por perto na hora em que estiver amamentando. guinte: variar os alimentos, para aproveitar o melhor de cada um. Então abra espaço no seu dia a dia para milho, aveia, arroz, grãos, verduras, legumes, frutas, carnes, leite e seus derivados, como iogurte e queijos. Vale lembrar que cereais e farinhas integrais são ricos em fibras, por isso ajudam a manter o funcionamento do intestino da mamãe nesse período. 7 6

Como enfrentar dificuldades na amamentação É muito comum, especialmente para as mamães de primeira viagem, uma certa insegurança sobre como vai se sair na hora mamada. O principal é estar relaxada e confortável e seguir um esquema básico que facilita esse momento tão especial: Sente-se com a coluna recostada e com apoio para os braços. O bebê fica posicionado de fren - te para mãe, a cabeça na altura da mama e a coluna alinhada, com o bumbum apoiado. A boquinha deve envolver, além do mamilo, parte da aréola, a área mais escura em volta do bico do peito. Aí, ele fica com o queixo encostado no seio e seu nariz fica livre para a respiração. Se a criança permanece com a barriga para cima, tem que torcer o pescoço para fazer a pega, e isso dificulta a sucção. Mesmo com esses ajustes, nem sempre é possível escapar de algumas dificuldades, ainda mais nos primeiros dias. Às vezes a pega inadequada do bebê acaba provocando algumas lesões no peito. Cuidado também para não ficar lavando o seio toda hora com água, sabão ou álcool, porque pode ressecar a área e agravar o problema. Se as rachaduras surgirem, aplique uma gota de leite na região depois do banho ou após as mamadas. Banhos de sol também são bons aliados para a cicatrização. Óleos e pomadas só devem ser usados com indicação de um profissional de saúde. Se em algum momento você achar que a quantidade de leite é insuficiente, tenha calma e saiba que essa é uma dúvida comum das mamães. Nos primeiros dois ou 9 8 três dias depois do parto, a mulher produz o colostro, um líquido meio transparente, mas riquíssimo em nutrientes. Aos poucos a produção vai aumentando e ganha a aparência de leite mesmo. De todo modo, observe como está a sucção do bebê e se os intervalos entre as mamadas não está muito grande. Lembre-se: quanto mais ele mamar, mais leite vai descer. Outro contratempo comum é sentir o peito cheio demais, pesado, meio quente. É a chamada mama ingurgitada. Para prevenir ou resolver o problema, a saída é esvaziar bem as mamas ao fim de cada sessão. Isso ajuda também a evitar a formação de nódulos que por vezes bloqueiam um dos canais que drenam o leite até a saída.

Restrições ao aleitamento Somente situações muito especiais justificam abrir mão de amamentar o bebê. Isso acontece quando há risco de transmissão de doenças. Se a mãe está infectada pelo vírus HIV, por exemplo, o aleitamento não é recomendado, uma vez que há uma probabilidade de contaminar a criança pelo leite. Os medicamentos quimioterápicos usados no combate o câncer também inviabilizam a amamentação. Em outras enfermidades, é possível evitar a suspensão definitiva das mamadas. Se a mulher tem hepatite B, a vacinação do bebê logo após o nascimento pode ser o salvo-conduto para o aleitamento. Já a hepatite C, dizem os especialistas, não é transmitida pelo leite, mas pelo sangue. Então, é preciso ficar de olho para não apareceram fissuras com sangramento nos seios. No caso da tuberculose, como a propagação se dá por gotículas respiratórias, a mulher deve usar uma máscara quando levar o filho ao peito. A recomendação é que esse cuidado seja mantido enquanto ela espera que o medicamento que está tomando contra a doença elimine o risco de contágio – em geral depois de duas ou três semanas do início do tratamento. O uso de remédios pela mãe, aliás, pode ou não ter implicação no período de amamentação, tudo vai depender das substâncias presentes em sua fórmula. Por isso, o ideal é sempre contar com o aval do médico antes de usar qualquer medicação. Até quando amamentar A Organização Mundial da Saúde e o Ministério da Saúde recomendam a amamentação exclusiva por seis meses. Nesse período, por melhor que seja a intenção de quem sugere, o bebê não precisa de água, chazinho ou qualquer outra bebida. Até porque bicos e mamadeiras acabam confundindo e atrapalhando a maneira como ele suga o peito. Se você tiver que voltar ao trabalho antes de seu filho completar os 6 meses, é possível retirar o leite e guardá-lo de uma forma adequada para que seja oferecido ao pequeno quando você estiver fora de casa. Mesmo com a criança mais crescidinha, não desestimule a amamentação, que deve ser estendida até os 2 anos. Afinal de contas, seu leite continua sendo uma fonte inigualável de nutrientes. É normal, porém, que a introdução de novos alimentos a partir dos 6 meses acarrete uma redução no número de mamadas. Assim como é de se esperar que aos poucos vá diminuindo a produção do leite até o desmame completo. 11 10 Do lado do bebê, são bem raras as condições capazes de restringir a ingestão do leite materno. Uma delas é a fenilcentonúria, doença metabólica detectada pelo teste do pezinho feito logo depois do nascimento.

Ordenha manual do leite Seu seio está cheio demais a ponto de incomodar. Chegou a hora de voltar ao trabalho ou você quer se programar para uma saidinha sem o bebê. Ou, ainda, você produz tanto que quer beneficiar outras crianças fazendo parte da rede de doação de leite humano. Em situações assim, a estratégia é retirar e guardar o leite. E tem um jeito simples e eficiente de fazer isso: a ordenha manual. Comece lavando bem as mãos e os braços. Faça uma massagem em volta do seio com as pontas dos dedos. Coloque os dedos polegar e indicador bem onde começa a aréola. Os dedos vão ficar em forma de “C”, com o polegar na parte de cima. Puxe os dedos para trás, pressionando-os, até que o leite comece a sair. Curvar um pouco o corpo facilita essa saída. Se for guardar, despreze os primeiros jatos e depois vá recolhendo todo o resto no recipiente esterilizado que você preparou (veja como fazer isso no tópico a seguir: Banco de leite). Vá pressionando os dedos em volta da aréola para tirar o leite de todos os canais. Esvaziada a primeira mama – a operação leva cerca de 20 minutos –, é hora de repetir a manobra na outra. Banco de leite Algumas mulheres produzem muito mais leite do que o seu filho precisa, enquanto outras, por motivos variados, não conseguem amamentar. Para o equilíbrio dessa conta, felizmente, o Brasil é referência na criação de bancos de leite humano. Vinculados a hospitais e maternidades, eles se responsabilizam pela coleta, controle de qualidade e distribuição do leite coletado. Melhor ainda é saber que o leite adquirido dessa forma não deixa nada a desejar, do ponto de vista nutricional, àquele que o bebê toma direto do peito. É possível consultar a relação desses pontos em todo o Brasil no site da Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano (https://rblh.fiocruz.br/ localizacao-dos-blhs). Para fazer a doação, basta tomar alguns cuidados: Use frascos de vidro com tampa de plástico, sem o rótulo e sem aquele papelão que fica por dentro da tampa. Eles devem ser lavados com água e sabão e bem enxaguados. Depois, fervidos por 15 minutos. Deixe escorrer toda a água para que os vidros sequem sem que seja preciso enxugar. Quando colocar o leite no frasco, coloque nele uma etiqueta com nome, data e horário do início da coleta e guarde-o no congelador ou freezer. Congelado, o leite pode ser utilizado até 15 dias depois de retirado do peito. Aí é só entrar em contato com o banco de leite mais perto de sua casa e combinar a retirada desse tesouro que vai beneficiar, entre outras, crianças prematuras internadas nas UTIs neonatais dos hospitais. 13 12

Campanha de doação de potes de vidro Não é apenas com leite materno que se pode contribuir com a Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano. Como a embalagem ade - quada para armazenar a preciosa bebida é o vidro, nem sempre é fácil para os hospitais conseguirem a quantidade necessária de reci - pientes. Para se ter uma ideia, são precisos mais de 160 mil frascos por ano para dar conta da demanda. Daí a importância da campanha “Doe Vidro, Doe Vida”, iniciativa da Associação Brasileira da Indústria de Vidro (Abividro). Para participar, separe potes com boca larga e tampa de plástico, como as de café solúvel e maionese. E você pode encontrar os endereços de entrega mais perto de sua casa consultando o site da campanha: http://epuroevidro.com.br/campanha-doe-vidro-doe-vida. 14 Em caso de dúvidas, estamos aqui para ajudar. Entre em contato pelo e-mail instituto@ centralnacionalunimed.com.br.

Agosto/2022 ANS - nº 33967-9

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