Revista vem Viver | Edição 15 | Central Nacional Unimed

ENTENDENDO O CORPO Para começar, a dieta em questão é um desafio para o organismo. Nas três primeiras horas após a refeição, o corpo utiliza o carboidrato (glicose) disponível na corrente sanguínea como fonte de energia para o gasto energético basal, por exemplo, para o funcionamento de células, tecidos, órgãos e para o desenvolvimento de atividades diárias, como andar, trabalhar, pedalar etc. Depois desse período, a concentração de glicose sanguínea começa a cair, ao ponto de atingir quan- tidades mínimas. Vem o alerta e a necessidade de mais uma refeição. No caso de quem faz o jejum prolongado, nada entra. Sem a ingestão alimentar, o organismo passa a uti- lizar como fonte energética as proteínas da muscula- tura dos tecidos adiposos (gorduras localizadas) para manutenção das atividades. “Ao utilizá-los, ocorre a redução do peso corporal, tanto da massa magra (músculos) quanto da gorda (gordura). Daí a perda de peso acelerada”, comenta Ana Vitória. ALERTA MÁXIMO Como já falamos, nesse tipo de dieta ocorre a redu- ção de glicose na corrente sanguínea como fonte rápida de energia. Quando a glicemia diminui, o fí- gado entra em ação e passa a processar o glicogênio como forma de reserva energética, liberando glico- se no sangue. Ela mantém a glicemia em um nível considerável por cerca de oito horas, garantindo ao cérebro a nutrição para o desempenho de todas as suas atividades, bem como para os demais órgãos. Se as reservas de glicogênio do fígado acabarem e houver uma restrição alimentar – como acontece no jejum intermitente –, a pessoa fica hipoglicêmi- ca (com baixa concentração de glicose sanguínea), o que eventualmente pode gerar um quadro de neu- roglicopenia, ou seja, pouca disponibilidade de gli- cose no sistema nervoso. Para garantir alimentação ao cérebro e aos de- mais órgãos, o organismo passa a catabolizar (que- brar) as células de gordura no fígado, utilizando os ácidos graxos para a produção de corpos cetônicos, que são usados como fonte de energia. À medida que a hipoglicemia se intensifica, a produção de corpos cetônicos aumenta. O acú- mulo deles causa a cetose e a cetonúria, que au- mentam a acidez do sangue. Quando prolongada, pode levar ao coma. Além disso, o trabalho intenso do fígado para ge- rar essa energia de escape pode sobrecarregá-lo. NUTRIÇÃO 30 VEMVIVER OUTUBRO 2017

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