Revista Unimed Edição 78
• Unimed-ES • Agosto de 2018 4 Saúde Também conhecido como derrame cerebral, ele pode levar à morte ou sequelas graves O acidente vascular cerebral (AVC) é a terceira doença que mais causa mortes no mundo, atrás apenas de doenças cardíacas e câncer. Prevenir seu surgimento, portan- to, é importante, assim como saber identificá-lo e procurar um serviço de emergência na hipótese de sua ocorrência. Sobre este assunto, conversamos com a Dra. Daiana Eltz, médica plantonista do Pronto Atendimento da Unimed Encosta da Serra. A importância de identificar o Acidente Vascular Cerebral O que é o Acidente Vascular Cerebral? Ele acontece quando o suprimento de sangue que vai para o cérebro é rom- pido, podendo ocorrer de duas formas: AVC isquêmico (que é causado por fal- ta de circulação sanguínea numa área do cérebro, provocada por obstrução de uma ou mais artérias) e AVC hemorrágico (que é causado por sangramento cere- bral provocado pelo rompimento de um vaso sanguíneo ou por traumatismos). Qual dos dois tipos é mais comum? AVC isquêmico é o tipo mais comum, atingindo 80% dos pacientes. Dentro do AVC isquêmico, ainda há um subtipo, chamado ataque isquêmico transitório (AIT). O AIT se caracteriza por obstrução passageira de um dos vasos sanguíne- os, que é revertida espontaneamente antes de causar lesão cerebral. Há pessoas mais pré-dispostas a sofrerem um AVC? Existem fatores que podem facilitar a ocorrência de um AVC e o manejo de- les é importante para o aumento do tempo e da qualidade de vida. Os principais fatores predisponentes para o evento são idade avançada, doenças vasculares ou cardíacas prévias, tabagismo, hipertensão arterial, diabetes, excesso de peso, estresse, sedentarismo e uso abusivo de álcool. Existem sintomas ou sinais de que o indivíduo possa vir a ter um AVC? Alguns sintomas podem indicar o surgimento de um AVC, tais como: dor de cabeça intensa sem causa conhecida, confusão mental, dificuldade de fala, dificuldade para caminhar, alterações súbitas de visão, fraqueza ou dormência na face, nos braços ou nas pernas, especialmente se isso ocorrer de um lado do corpo. Qual é a importância dos primeiros socorros? Várias possibilidades de tratamento têm sido eficientes na recuperação após um AVC. A trombólise (tratamento de dissolução do coágulo no caso de AVC isquêmico) é uma importante opção para alguns pacientes e depende critica- mente do tempo de espera para o tratamento, que pode ser dado até 4 horas e 30 minutos após o início do AVC, mas quanto mais precoce o tratamento é ad- ministrado, melhor é o seu efeito. Quais são as complicações que podem ocorrer após um AVC? As sequelas causadas pelo AVC dependem da região do cérebro que foi afe- tada e da sua extensão. Elas podem englobar dificuldades para caminhar, falar ou comprometimento da visão. Sequelas graves ocorrem em 25% dos casos, no entanto, em alguns pacientes, a irrigação sanguínea cerebral é retomada tão ra- pidamente que não deixa alterações no funcionamento do organismo. Quais são as perspectivas de acompanhamento após o AVC? Embora a reabilitação não recupere os danos cerebrais, ela pode melhorar consideravelmente a capacidade funcional, levando a uma melhor qualidade de vida. Pessoas que tiveram um AVC necessitam de acompanhamento a longo prazo e monitorização para garantir que tenham estratégias preventivas e con- trole adequado dos fatores de risco, além de terapia dirigida para otimização de suas atividades de vida diária, mobilidade, dor, continência, comunicação, humor e cognição. Existe prevenção? O foco do combate à doença é a prevenção dos fatores de risco que depen- dem, principalmente, de hábitos saudáveis de vida e controle de doenças. Na ocorrência de algum sintoma sugestivo de AVC, é importante a busca por atendimento de emergência para evitar o aumento da lesão cerebral caso o diagnóstico seja confirmado, minimizando possíveis sequelas”, Dra. Daiana Eltz, médica plantonista do Pronto Atendimento da Unimed Encosta da Serra
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