Revista Unimed | Abril 2019 | Nº 82

Palavra do Presidente 3 Pressão baixa: causas e consequências Episódios esporádicos de hipotensão podem ocorrer, com náuseas e tontura; saiba como agir Você já deve ter ouvido falar sobre os riscos e complicações decorrentes da hipertensão arterial, a conhecida pressão alta. Mas, você sabe os detalhes sobre o oposto desta questão, a hipotensão (ou pressão baixa)? O cardiologista da Unimed Encosta da Serra Dr. Daniel Soares de Castro explica na entrevista a seguir as causas mais comuns e consequências de episódios esporádicos e também a condição sistemática de pressão baixa. Em linhas gerais, o que é pressão arterial? É a pressão do sangue no interior das artérias gerada pela função de bomba do coração (contração e relaxamento). Artérias são vasos sanguíneos que se originam no coração e levam a circulação a todos os órgãos do nosso corpo. Os valores de pressão arterial são medidos em milímetros de mercúrio (mmHg) e descritos em dois componentes: sistóli- ca (máxima) e diastólica (mínima). Quando a pressão arterial é considerada baixa? São definidos como normais valores abaixo de 130 x 85mmHg em medidas recorrentes, habitualmente em três ou mais ocasiões diferentes. Classificamos, ainda, como sen- do ótimos os valores iguais ou inferiores a 120 x 80 mmHg. Entretanto, valores abaixo de 90 x 60 mmHg são classifica- dos como hipotensão arterial (pressão baixa). A pressão baixa pode ser uma condição crônica, como ocorre com a pressão alta? Sim. Alguns indivíduos têm por característica apresentar valores baixos de pressão arterial de forma sistemática, recorrente, sem apresentar sintomas ou sinais relacionados. Isso é con- siderado normal para eles, sem necessidade de tratamento e reconhecido como hipotensão crônica assintomática, salvo situações que, de forma secundária, venham a influenciar essa condição basal. Há a ocorrência de episódios esporádicos de pressão baixa? Sim, certos fatores ou condições clínicas podem gerar redução súbita, aguda, nova, de pressão arterial e, em consequência, há redução do fluxo de sangue e oxigênio aos órgãos. Quando isso ocorre, a apresentação clínica pode ser: tontura, desmaio, pele fria e suada, fadiga (cansa- ço), visão borrada ou náuseas. Os desmaios podem levar a quedas e aumentar o risco de lesões físicas associadas. Em casos extremos, a hipotensão pode levar ao quadro de choque, que é a situação clínica na qual o organismo se torna incapaz de manter um fluxo sanguíneo mínimo adequado sem pronta intervenção médica. Quais são as causas mais comuns dessa condição? Há três grupos principais, considerados patológicos, que concentram as causas mais comuns de hipotensão e requerem diagnóstico e intervenção médica adequados: hipotensão postu- ral, hipotensão neuralmente mediada e hipotensão grave relacionada a choque. (veja quadro nesta página) O que a pessoa deve fazer frente a um episódio de hipotensão? As ações a serem tomadas vão depender das causas e gravidade da condição clínica. Reco- menda-se deitar imediatamente e colocar os pés em nível acima do coração. Não havendo rápida melhora, deve-se procurar auxílio médico. HIPOTENSÃO POSTURAL – ocorre quando há queda de pressão da posição sentada ou deitada para a posição em pé. Organismo não consegue ajustar rapidamente a pressão na mudança de posição. Mais comuns em idosos, principalmente naqueles que estão com a saúde debilitada. HIPOTENSÃO NEURALMENTE MEDIADA – ocorre quando há distúrbio de comunicação entre cérebro e coração; de forma reflexa (não consciente) isso gera queda de pressão arterial e/ou dos batimentos e gera sintomas como tonturas, náuseas e desmaio. Ocorre mais comumente quando permanecemos por longos períodos na posição em pé e com mínima movimentação ou em ambientes muito quentes. HIPOTENSÃO SEVERA LIGADA AO CHOQUE – essa é uma situação de emergência! Sempre que nos depararmos com essa condição, devemos ligar para um serviço de emergência mais próximo e pronto a prestar socorro. Muitas condições podem levar a essa situação, porém o mais importante é tentar identificar sinais em pessoas que estejam próximas e passando por essa condição. São eles: pele fria e suada, coloração pálida ou azulada da pele, confusão mental (principalmente em idosos), sonolência, pulso arterial rápido e fraco e respiração curta e rápida. (fonte: Dr. Daniel Soares de Castro, cardiologista da Unimed Encosta da Serra, título de especialista em Cardiologia pela Sociedade Brasileira de Cardiologia, Residência Médica em Cardiologia pela Pontifícia Universidade Católica do RS, especialização em Ecodopplercardiografia pela Pontifícia Universidade Católica do RS, Diretor técnico da Clínica do Coração Sapiranga) S úde Dr. Daniel Principais grupos considerados patológicos da hipotensão:

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