Revista Unimed | Abril 2019 | Nº 82

Palavra do Presidente 4 "Atualmente, mais precisamente nas duas últimas décadas, tem se observado no dia a dia do consultório ginecológico mudanças no comportamento reprodutivo da mulher. As curvas da taxa de fecundidade (número médio de filhos que uma mulher teria até o fim de seu período reprodutivo) decaíram de 2,3 em 2000 para 1,7 em 2017, observando-se o adiamento na concepção do primeiro filho e uma maior frequência de casais que optam por não ter filhos. Observamos mulheres optando em ter seus filhos tardiamente, e eventualmente após os 35, idade essa que estatisticamente apresenta uma chance maior dessas mulheres apresentarem patologias como hipertensão, diabetes e doenças degenerativas – o que torna essas gestações de alto risco. É importante o aconselhamento nesses casos dos riscos a que essas mulheres expõem-se engravidando. Além disso, estatisticamente a fertilidade (capacidade de engravidar) decai e aumenta o risco de ocorrência de anomalias cromossômicas nos fetos, principalmente após os 38 anos. Quanto a métodos contraceptivos disponíveis para anticoncepção, existem opções reversíveis e irreversíveis – a esterilização é irreversível. A ligadura tubaria na mulher e a vasectomia no homem são os métodos de esterilização disponíveis, e, de acordo com a lei brasileira, estão aptos a realizá-los homens ou mulheres commais de 25 anos ou pelo menos dois filhos vivos. A lei regulamenta também que o procedimento, na mulher, não deva ser realizado em momento de parto ou puerpério, salvo em situações de risco em novas futuras gestações. Quando a procura é por métodos de anticoncepção de longa duração e segurança alta, nos casais que optam por não ter filhos, recentemente têm surgido inúmeras opções de métodos classificados como LARCs – métodos anticoncepcionais reversíveis de longa duração. Os DIUS – dispositivos intrauterinos medicados ou não, e os implantes subdérmicos encontram-se nesta lista, e aca- bam sendo uma opção com alta segurança e reversibilidade." Planejamento familiar "Amaioria das pessoas que consome álcool não apresen- ta dano clinicamente significante ao fígado. Entretanto, o consumo crônico excessivo de álcool pode causar uma va- riedade de problemas hepáticos, incluindo excesso de gor- dura no fígado (esteatose), hepatite alcoólica (inflamação no fígado) e cirrose (fibrose permanente do fígado). Hepatite alcoólica e cirrose alcoólica se desenvolvem em 15 a 20% dos alcoolistas crônicos. Isso significa que mais ou menos uma em cada cinco pessoas com consumo pesado de álcool irá desenvolver o problema grave, que é a cirrose hepática. Estes pacientes podem falecer por insuficiência hepá- tica, por sangramento gastrointestinal, infecções ou por insuficiência renal decorrente do problema no fígado. O tratamento curativo nestes casos é o transplante de fígado, que estará indicado somente naqueles que se abstiverem do álcool por vários meses. A razão pela qual algumas pessoas que bebem álcool desenvolvem problemas no fígado e outras não é desconhe- cida, mas há pesquisas sugerindo uma possível conexão ge- nética. Algumas pessoas são geneticamente mais suscetí- veis aos efeitos do álcool do que outras. Infelizmente, ainda não dispomos de um teste laboratorial que identifique in- divíduos com maior risco para doença hepática relacionada ao álcool. Nos Estados Unidos, a cirrose hepática está entre as sete maiores causas de morte – e sua causa mais comum é o abuso de álcool. Além disso, o consumo excessivo au- menta o risco para pancreatite (inflamação do pâncreas), cardiomiopatia (danos ao músculo do coração), trauma (acidentes ocorrendo quando em estado de embriaguez) e o desenvolvimento da síndrome alcoólica fetal (danos à criança que ainda nem nasceu por excesso alcoólico du- rante a gravidez)." Doença hepática alcoólica Artigo assinado pela médica Dra. Andreia Meine destaca comportamento reprodutivo e alternativas para quem não deseja mais ter filhos Artigo assinado pelo gastroenterologista da Unimed Encosta da Serra Dr. Rodrigo Veloso Dra. Andreia Meine Ginecologista da Unimed Encosta da Serra, cooperada desde 2002 Dr. Rodrigo Veloso Gastroenterologista da Unimed Encosta da Serra Artigo Dra. Andreia Meine

RkJQdWJsaXNoZXIy MjcxMg==