Revista Unimed- Fevereiro 2019 Nº 81

• Unimed-ES • Fevereiro de 2019 12 Prevenção Unidos contra a leptospirose Período de chuvas pode ser propício para a ocorrência da doença A leptospirose é uma doença infecciosa transmitida ao homem pela urina de roedores, principalmente por ocasião das enchentes. A doença é causada por uma bactéria chamada Leptospira, que está na urina de ratos e outros animais (bois, porcos, cavalos, cabras, ovelhas e cães também podem adoecer e, eventualmente, trans- mitir a leptospirose ao homem). A doença apresenta risco de letalidade, que pode chegar a 40% nos casos mais graves. Sua ocorrência está relacionada às condições de infraestrutura sanitá- ria e alta infestação de roedores infectados. As inun- dações propiciam a disseminação e a persistência do agente causador no ambiente, facilitando a ocorrência de surtos. Durante as enchentes, a urina dos ratos, pre- sente nos esgotos e bueiros, mistura-se à enxurrada. Qualquer pessoa que tiver contato com a água ou lama pode infectar-se. As leptospiras penetram no corpo pela pele, principalmente por arranhões ou ferimentos, e tambémpela pele íntegra, imersa por longos períodos na água ou lama contaminada. O contato com esgotos, lagoas, rios e terrenos baldios também pode propiciar a infecção. Os principais sintomas da leptospirose são: febre, dor de cabeça e dores pelo corpo, principalmente nas panturrilhas. Podem também ocorrer vômitos, diarreia e tosse. Nas formas graves, geralmente aparece icterí- cia (pele e olhos amarelados), sangramento e alterações urinárias. Pode haver necessidade de internação hos- pitalar. O período de incubação da doença pode variar de um a trinta dias, e normalmente ocorre entre sete e catorze dias após a exposição a situações de risco. As informações a seguir foram fornecidas pelo Ministério da Saúde para que você possa se prevenir e manter a doença longe da sua família. Situação no Brasil Uma pesquisa doMinistério da Saúde apurou os dados sobre a leptospirose em um recorte de dez anos no país. No período de 2007 a 2016, foram registrados quase 40 mil casos confirmados de leptospirose, commédia anual de 3.926 casos, incidência de 1,02/100 mil habitantes e taxa de letalidade de 8,9%. As regiões Sudeste e Sul foram responsáveis pelos maiores números de casos por ano. As ocorrências se deram commaior frequência nos períodos de outubro a março. Amaior parte das infecções ocorreu em área urbana (79,2%). Quanto aos ambientes prováveis, os mais frequentes foram o domicílio (41,5%) e o local de trabalho (18,4%). As características do local de exposiçãomais relatadas foram: sinais de roedores no ambiente (72,1%); e contato com água e/ou lama de enchente. A prevenção é feita por meio de medidas como: Obras de saneamento básico (drenagemde águas paradas suspeitas de contaminação, rede de coleta e abastecimento de água, construção e manutenção de galerias de esgoto e águas pluviais, coleta e tratamento de lixo e esgotos, limpeza e canalização de córregos), melhorias nas habitações humanas e o controle de roedores. É importante evitar o contato comágua ou lama de enchentes e impedir que crianças nadem ou brinquem nessas águas. Pessoas que trabalhamna limpeza de lama, entulhos e desentupimento de esgoto devemusar botas e luvas de borracha. A água sanitária (hipoclorito de sódio a 2,5%) mata as leptospiras e deve ser utilizada para desinfetar reservatórios de água: um litro de água sanitária para cada mil litros de água do reservatório. Para limpeza e desinfecção de locais e objetos que entraram em contato com água ou lama contaminada, a orientação é diluir duas xícaras de chá (400ml) de água sanitária para um balde de vinte litros de água, deixando agir por quinze minutos. Controle de roedores: acondicionamento e destino adequado do lixo, armazenamento apropriado de alimentos, desinfecção e vedação de caixas d´água, vedação de frestas e aberturas emportas e paredes. O uso de raticidas (desratização) deve ser feito por técnicos devidamente capacitados.

RkJQdWJsaXNoZXIy MjcxMg==