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Revista Conexão - Julho / Agosto /Setembro de 2012 - Edição 06
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SUPLEMENTO SAÚDE
EM 10 ANOS
Saúde
suplementar
cresce
Maior interação
entre governo e
operadoras é o
grande desafio
para o setor, que
cuida da saúde
de 47,8 milhões
de brasileiros
A empresária belo-horizontina Renata
Espeschit, de 27 anos, é cliente Unimed há
um ano. Durante o período em que ficou
sem cobertura suplementar, disse ter pas-
sado por uma fase de grande insegurança.
"
Agora que tenho um plano de saúde, me
sinto mais segura, principalmente porque
ele te dá suporte no caso de uma emer-
gência. Não dá para viver sem", garante.
Renata está entre os 47,8 milhões de
clientes atuais dos planos privados de saúde
no país - número que representa 25% da
população brasileira. Segundo dados da
Agência Nacional de Saúde Suplementar
(
ANS), em dezembro de 2003, os beneficiá-
rios somavam 31,7 milhões. Ou seja, quase
uma década depois, o setor já cresceu mais
de 50% em número de clientes.
O fortalecimento da economia, so-
mado ao crescente número de pequenas e
médias empresas que oferecem o benefí-
cio para atrair profissionais, aqueceu o setor
entre 2003 e 2012. Hoje, só a cobertura co-
letiva empresarial reúne 62,7% do total de
beneficiários do país, um universo de 30
milhões de pessoas. "Ter um plano de
saúde é uma das maiores aspirações dos
brasileiros, que podem, assim, contar com
serviços de melhor qualidade e atendi-
mento", afirma Eudes Aquino, presidente da
Unimed Brasil. Ele acrescenta que a Unimed
cresce ano após ano. "Somente em 2011, in-
corporamos mais de 700 mil clientes em
comparação com o ano anterior."
Desaceleração recente
A receita das operadoras de planos pri-
vados foi de R$ 84,4 bilhões em 2011. As des-
pesas assistenciais chegaram a 81,5% do
total. Segundo a ANS, agência vinculada ao
Ministério da Saúde, depois do período de
expansão do setor, o cenário mais recente
aponta uma desaceleração no mercado de
saúde suplementar. Nos três primeiros meses
de 2012, o número de novos beneficiários
em planos com assistência médica e odon-
tológica aumentou apenas 0,8%.
"
A arrecadação do setor é grande. O
problema é a incorporação de custos, que
tem deixado os planos progressivamente
mais onerosos. O modelo assistencial brasi-
leiro, baseado no americano, também pre-
cisa ser mudado. Ele é de consumo, em que
você onera o plano de saúde e não tem di-
reito de orientar o percurso assistencial do
cliente", ressalta Helton Freitas, presidente da
Unimed-BH e médico cooperado. Grande
parte desse problema teve início no pro-
cesso tardio de regulamentação da saúde
suplementar - instituída apenas em 1998,
pela Lei Federal 9.656, que hoje tem 1.006
operadoras médico-hospitalares.