Revista Conexão - Outubro / Novembro / Dezembro de 2012 - Edição 07
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ESTETOSCÓPIO
Bebeto Rodrigues
Gutemberg Brito IOC/Fiocruz
Cooperativismo em pauta
"
O cooperativismo brasileiro desconhece
o poder que tem." Essa é a visão do embaixa-
dor especial para cooperativas da Organiza-
ção das Nações Unidas para Agricultura e
Alimentação (FAO), Roberto Rodrigues. Ele
acredita que o país tem potencial para se tor-
nar o centro socioeconômico do segmento
por meio do engajamento das entidades, dos
cooperados e demais setores da sociedade.
Tais observações foram a base para sua
palestra
O papel do cooperativismo no de-
senvolvimento social e econômico da socie-
dade
,
ministrada em 2 de outubro, no salão
nobre do Real Esporte Clube, em João Mon-
levade (MG). O evento, promovido pela coo-
perativa Unimed João Monlevade, faz parte
das comemorações do Ano Internacional do
Cooperativismo, instituído pela Organização
das Nações Unidas (ONU), e reuniu 400 pes-
soas entre associados e autoridades locais.
Referência mundial no setor, Roberto Ro-
drigues elogiou a inclusão do ensino do coo-
perativismo na grade curricular da rede
municipal da cidade e a inter-relação entre as
cooperativas da região. Durante o encontro,
ele discursou a respeito da importância da or-
ganização e do estabelecimento de parcerias
que possibilitam a valorização do segmento
em relação aos aspectos social e econômico.
A Cooperativa de Crédito de Livre Ad-
missão do Médio Piracicaba e do Circuito do
Ouro (Sicoob Credimepi), a Credibelgo, a
Cooperativa de Economia e Crédito Mútuo
dos Servidores Públicos e Municipais de João
Monlevade (Coopremon) e a Cooperativa de
Transporte de João Monlevade (Coopertra-
mon) apoiaram a iniciativa.
O Brasil pode se tornar pioneiro na
produção da primeira vacina anti-helmín-
tica nacional e a única parasitária do
mundo. Há cerca de 12 anos, os pes-
quisadores do Instituto Osvaldo Cruz,
por meio da Fundação Oswaldo Cruz
(
Fiocruz), conseguiram isolar a molécula
SM14, vital para os helmintos (parasitas),
tornando possível a aplicação de testes
clínicos humanos. Os resultados foram
patenteados e reconhecidos pela Organi-
zação Mundial de Saúde (OMS).
As avaliações realizadas em 20 pa-
cientes voluntários mostraram eficácia no
tratamento de esquistossomose, doença
que afeta quatro milhões de pessoas so-
mente no país, segundo o Ministério da
Saúde. Os estudos tiveram a primeira fase
concluída em junho deste ano. Agora, os
testes deverão ser aplicados em larga es-
cala com 226 indivíduos em áreas
endêmicas do país e da África. A expec-
tativa é que os estudos sobre a vacina
sejam concluídos em cerca de cinco anos.
A capacidade de induzir imunidade à
doença é um feito pioneiro na área de
saúde, visto que a vacina atua no com-
bate aos helmintos, parasitas que infectam
humanos, causando anemia, febre, diarreia
e consequências mais graves, como a he-
patomegalia, cirrose, esplenomegalia e
hemorragias. Além disso, de acordo com a
Fiocruz, ela apresenta potencial multiva-
lente, sendo indicada no tratamento da
fasciolose, verminose que afeta o gado e
outras espécies, principalmente os rumi-
nantes, e que pode ocasionar anorexia,
levando à morte do animal.
Pioneirismo
na saúde
Desde o ano passado, as operadoras
de planos de saúde se tornaram responsá-
veis por desenvolver programas de saúde
integral para disseminar bons hábitos e
assim contribuir para a prevenção de doen-
ças dos clientes.
De acordo com os dados levantados
pela Agência Nacional de Saúde Suple-
mentar (ANS), a população brasileira, junto
às operadoras, acolheu a iniciativa, e cerca
de 1,2 milhão de pessoas já aderiu aos pro-
gramas, que passaram de 127, antes da pu-
blicação das Resoluções Normativas da
agência reguladora que incentivam a parti-
cipação dos beneficiários nesse tipo de
ação, para 760.
As ações vão desde atividades voltadas
para a prática de exercício físico e alimenta-
ção saudável à prevenção de câncer, de
doenças sexualmente transmissíveis, de os-
teoporose, de hipertensão e de diabetes. O
combate ao tabagismo e à obesidade, além
de assuntos relacionados à saúde do idoso,
também estão entre os temas abordados.
Prevenção
como melhor
remédio
Roberto Rodrigues
em palestra em
João Monlevade