Revista Conexão | Edição 13 - page 22

Revista Conexão - Abril / Maio / Junho de 2014 - Edição 13
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Trocando o uniforme pelo jaleco
Antes de ser médico e professor de
medicina, Eduardo Gonçalves de An-
drade foi Tostão. Na infância, ainda
quando jogava pelas várzeas de Belo Ho-
rizonte, era o mais novo e mais mirrado
do time. Por isso, recebeu o apelido em
referência à moeda, que já era bem des-
valorizada na época. Nascido em Belo
Horizonte, em 1947, começou sua car-
reira como jogador, aos 14 anos, no fute-
bol de salão do Cruzeiro.
No ano seguinte, passou a integrar a
equipe júnior de campo do clube e, após
uma passagem rápida pelo América, vol-
tou para o time principal do Cruzeiro. A
partir daí, Tostão deslanchou e conquis-
tou o Brasil ao lado da dupla Wilson
Piazza e Dirceu Lopes. Além dos muitos
títulos conquistados com a camisa azul
celeste, foi campeão da Copa do Mundo
de 1970, pela seleção brasileira. Era cha-
mado pela imprensa nacional e interna-
cional de "rei branco" e "vice-rei", já que
Pelé era o rei do futebol na época.
Um descolamento de retina, provo-
cado por uma bolada no olho esquerdo,
encerrou, precocemente, sua carreira como
jogador de futebol. Tostão fez sua última
partida pelo Vasco, em 1973, aos 26 anos.
Nas suas entrevistas, costuma dizer
que optou pela medicina porque queria
conhecer e entender melhor o ser humano.
Cursou a Universidade Federal de Minas
Gerais, entre 1975 e 1981, e fez residência
no Hospital das Clínicas. Foi professor de
Semiologia e ClínicaMédica na Faculdade
de Ciências Médicas por 12 anos, antes de
se tornar colunista esportivo em diversos
jornais impressos, atividade que continua
exercendo nos dias atuais.
Outros médicos jogadores
Tostão não é o único exemplo de um
grande nome do futebol que se tornou
médico. O Doutor Sócrates, ídolo do Co-
rinthians, seguiu caminho semelhante.
Irmão mais velho do também jogador Raí,
Sócrates Brasileiro Sampaio de Souza
Vieira de Oliveira começou sua carreira de
jogador aos 16 anos, no juvenil do Bota-
fogo de Ribeirão Preto (SP). No ano se-
guinte, entrou para a faculdade de
medicina da Universidade de São Paulo
(USP), que concluiu em 1977, em paralelo
à sua carreira de jogador.
Jogou pelo Botafogo de Ribeirão
Preto, Flamengo e Santos, mas foi no Co-
rinthians, ao lado de Palhinha e Casa-
grande, que se destacou. Pela Seleção
Brasileira, participou das Copas doMundo
de 1982 e 1986. Após encerrar sua carreira,
em 1989, dedicou-se à medicina, abrindo
uma clínica médica em Ribeirão Preto, es-
pecializada no atendimento de esportistas
de diversas modalidades. Sócrates faleceu
em 4 de dezembro de 2011.
Goleiro de nascença
Em Aiuruoca, jogar futebol também
era a brincadeira mais comum entre José
Rubens do Amaral e seus amigos. Atual-
mente, ele é pediatra na cidade de Três
Corações e, da infância até os dias de hoje,
sempre conseguiu manter o esporte pre-
sente em diferentes fases de sua vida.
Durante a adolescência, ainda no
interior mineiro, jogou pelo time ama-
dor da cidade, que disputava campeo-
natos contra as principais equipes da
região, como Caxambu, Cruzília e São
Lourenço. Sempre atuou como goleiro,
posição, às vezes, ingrata. "Por causa
de um erro, você acaba virando o vilão.
Mas eu fiz defesas importantes, era um
goleiro de médio para bom. No final,
tudo era parte de uma grande brinca-
deira", comenta.
Quando se mudou para Belo Hori-
zonte com a família e começou a estudar
na Escola Governador Milton Campos, o
Estadual Central, José Rubens trocou os
gramados pela quadra de futebol de
salão, que o acompanhou também du-
rante o período da faculdade, em Barba-
cena. "Meus filhos nasceram me vendo
jogar bola e também carregam isso com
eles. Cada um tem sua turma de jogo, mas
nada profissional", diz. "Além de todos os
benefícios da prática de uma atividade fí-
sica para a saúde, o futebol me permitiu
construir muitas amizades. O gosto pelo
esporte e o contato com os amigos sem-
pre fizeram valer a pena", finaliza.
FUTEBOL
MÉDICO
PROFISSIONAL
Em breve, a bola vai rolar no Brasil, mas não apenas na Copa do Mundo. De 6 a 12
de junho, acontece, em Natal (RN), o 20º Campeonato Mundial de Futebol de Médi-
cos. A disputa, realizada em um país diferente a cada ano, reúne seleções de todo o
mundo formadas apenas por médicos.
Em 2013, os partidas foram na Hungria e reuniram 15 equipes da Alemanha,
Austrália, Áustria, Bielorrússia, Brasil, Coréia do Sul, Espanha, Estados Unidos, Grã Bre-
tanha, Hungria, Lituânia, República Tcheca, Rússia, Suécia e Ucrânia.
As seleções que participarão em 2014 e a tabela de jogos serão divulgadas em
breve. Mais informações estão disponíveis no site da Seleção Brasileira de Futebol
Médico (
.
COMPORTAMENTO
Nos campos ou
nas quadras,
José Rubens do
Amaral (de camisa
amarela) sempre
levou a paixão pelo
futebol como uma
atividade de lazer
Arquivo pessoal
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