Revista Digital Ampla #50

Imagine uma empresa que fica aberta 24 horas por dia, 365 dias por ano e dentro dela funcionam outros estabelecimentos, como hotel, restaurante, faculdade e laboratório. Essa empresa multifunções chama-se hospital, onde cada peça tem que funcionar de forma simultânea e eficiente. Como administrar tudo isso? Flaviano Feu Ventorim , presidente da Federação das Santas Casas de Misericórdia e Hospitais Beneficentes do Estado do Paraná (Femipa) e diretor-executivo do Hospital Nossa Senhora das Graças, tem longa experiência na gestão de grandes hospitais e avisa que achar o equilíbrio não é fácil. “A harmonização de toda essa atividade é um processo difícil e muito sensível. Alémdos fatores internos, existe um complexo emaranhado de leis, que envolvem várias atividades, conselhos de classe, diversos sindicatos, fontes pagadoras, fornecedores que são independentes e não são alinhados. Portanto, administrar um hospital é administrar conflitos emboa parte do tempo”, comenta. DESAFIOS No dia a dia dos administradores hospitalares, existe uma longa lista de desafios, como equilíbrio econômico-financeiro, gestão de pessoal e captação de investimentos para acompanhar a evolução do mercado de saúde. José Álvaro da Silva Carneiro , diretor corporativo do Complexo Pequeno Príncipe, é gestor de grandes companhias há décadas e reconhece que o trabalho não é simples. “Posso afirmar que sou uma pessoa experiente tanto na área de serviços quanto na área da venda de produtos, mas nunca me aproximei de uma coisa tão difícil e complexa de ser administrada”, conta. Se grandes administradores avaliam a tarefa dessa forma, como ficam os profissionais da saúde? O médico Rafael Rocha , diretor- administrativo do Hospital Geral da Unimed Ponta Grossa (HGU), que conta com UTI adulta e neopediátrica, emergência 24 horas, farmácia e realiza exames eletivos, acredita que a faculdade de medicina falha ao não oferecer nenhum tipo de disciplina relacionada à gestão hospitalar. “Nós não temos nenhum tipo de instrução, não só com relação à gestão de um hospital, mas com relação à noção do mercado de saúde, aquilo que a gente vai encontrar quando se forma ou sai da residência. A gente aprende tudo sobre o paciente, sobre o imenso poder que nós temos no atendimento a um paciente, mas não conhecemos todo o resto”, ressalta. GESTÃOHOSPITALAR ÉMUITOMAIS COMPLICADA DOQUEVOCÊ PENSA Administrar recursos, gerir pessoas e entender de vários assuntos faz parte da rotina da administração dos estabelecimentos de saúde KARINA KANASHIRO | OLHO CLÍNICO 20 | AMPLA • JUL/AGO/SET 2018 No HGU, a administração é feita pela própria diretoria executiva da Unimed Ponta Grossa, que conta com o apoio de três diretores designados e um gerente hospitalar. Da esquerda para a direita: Dr. João Felipe Lara Bueno (diretor clínico HGU), Dr. Rafael Pinto Rocha (diretor administrativo HGU), Dr. Eduardo Bacila de Sousa (diretor Financeiro Unimed PG), Dr. Antonio Alcides Klug Jr. (diretor Administrativo Unimed PG), Dr. Francisco Carlos de Moraes (diretor de Mercado e Desenvolvimento Unimed PG) e Dr. Rafael Francisco dos Santos (diretor- presidente Unimed PG).

RkJQdWJsaXNoZXIy MjcxMg==