Revista Digital Ampla #50

21 AMPLA • JUL/AGO/SET 2018 | Desempenhar o papel de administrador não é uma tarefa fácil , mas em um hospital pode ser uma verda- deira arte, já que são várias empresas funcionando dentro de uma só. Além disso, existe a responsabilidade de cuidar da saúde das pessoas. A hos- pitalar é a mais complexa do que parece e envolve muitos desafios diários que impac- tam diretamente nos resultados obtidos. RESUMO IMPORTÂNCIA Para Ventorim, a forma como um hospital é gerido se transforma em um grande diferencial. Para ele, um hospital bem administrado traz aos profissionais segurança para exercer sua atividade, o que vai agregando mais valor para o paciente. No Hospital Pequeno Príncipe, o diferencial se apoia na cultura da organização. Segundo Carneiro, ela é baseada em quatro pilares: excelência em saúde; organização social e captação de recursos; uma terceira que são todas as questões envolvendo dignidade, compaixão, empatia e ética; e, a última, a sustentabilidade econômico-financeira. “Esse combinado, que indica o processo de gestão do Pequeno Príncipe, certamente é um diferencial no mercado e traz visibilidade nacional para a forma que a gente atua, nosso jeito de ser”, enfatiza. EmPonta Grossa, a gestão aposta na autonomia para alcançar bons resultados e obter vantagem competitiva. O gerente hospitalar do HGU, Jorge Soistak, avalia que é importante as organizações proporcionarem autonomia para as áreas operacionais, em virtude da complexidade. E isso se torna mais relevante em um hospital. “Cada área tem que ter autonomia, dentro de suas alçadas de gestão, para resolver com eficácia as respectivas demandas em níveis operacional e tático. Isso se torna mais relevante internamente na cooperativa, pois além da busca constante do equilíbrio econômico financeiro, temos em nosso DNA a missão e a visão de uma empresa cooperativa que preza pelo atendimento da qualidade dos pacientes e clientes”, aponta. FUTURO Soistak ainda acrescenta outro ponto importante dentro da gestão hospitalar: a tecnologia, ferramenta essencial na otimização de recursos e da gestão. “Reduzir custos muitas vezes representa menor qualidade ao paciente. Desse modo, a melhor alternativa para otimização de processos é investir cada vez mais em soluções tecnológicas, que auxiliem na geração de informações para gerenciamento de toda a estrutura organizacional do hospital e, com isso, seja possível atender ao jeito de cuidar Unimed”, explica. De acordo com Carneiro, nos últimos anos, os profissionais de saúde tiveram que se dedicar muito às funções administrativas, e os sistemas integrados de gestão, o monitoramento remoto de pacientes e os prontuários eletrônicos, por exemplo. Eliminando esses afazeres, os profissionais poderiam se dedicar mais aos pacientes. “É muito importante o estágio em que a gente está porque a tecnologia da informação é um elemento importante para chegar na medicina personalizada, de precisão, na qual a TI tem um papel importante, tanto quanto a evolução do diagnóstico”, conclui. DIFICULDADE Como se não bastasse, os gestores ainda precisam lidar com custos maiores que as receitas. No Hospital Pequeno Príncipe, 60% dos atendimentos são remunerados com valor abaixo das despesas gastas com o tratamento. “O desafio, no nosso caso, é continuar atendendo um conjunto de pacientes que não paga o que custa. Sempre estamos correndo atrás de recursos, para manter o equilíbro, nem deixar de lado a promoção de mais qualidade e a busca de contemporaneidade na assistência e no diagnóstico ”, destaca Carneiro. Gastar o recurso de maneira inteligente também é meta no sistema suplementar. Para o gerente do HGU, o paciente está sempre em primeiro lugar, mas isso não significa necessariamente um gasto enorme. “Ter qualidade assistencial não significa que se vai gastar quantias exorbitantes de dinheiro para resolver determinado problema. Significa que se vai gastar da maneira mais eficiente possível e aí é que está a grande diferença”, avalia. Nesse cenário, o presidente da Femipa reforça que a administração hospitalar é fundamental para a sobrevivência das instituições e um planejamento estratégico bem elaborado, aliado à tomada de decisões acertadas, é a base para a perenidade. Fachada do Hospital Geral Unimed (HGU), hospital de alta complexidade que conta commais de 100 leitos e realiza mais de 800 cirurgias por mês. A administração do hospital não é responsável apenas pelo tratamento de saúde dos pacientes, ainda é preciso cuidar de muitos outros assuntos, como gerenciar obras na infraestrutura. José Álvaro Carneiro, diretor executivo do Hospital Pequeno Príncipe, maior complexo hospitalar pediátrico do Brasil Flaviano Feu Ventorim, diretor executivo do Hospital Nossa Senhora das Graças e presidente da Federação das Santas Casas de Misericórdia e Hospitais Beneficentes do Estado do Paraná

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