REVISTA VIVA
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Hoje, a família percorre o Brasil para levar Marcelinho para
campeonatos. O apoio dos pais tem rendido várias conquistas
para o menino. Ele já disputa com os iniciantes, que têmmais
de 14 anos. Alémde ter ganhado vários campeonatos no Rio de
Janeiro e Belo Horizonte. Na categoria iniciante ele já faturou
um título em Rio das Ostras, no Rio.
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Quando era mais novo e íamos para a praça para ele
brincar, levava bicicleta, patinete, mas quando dei o primeiro
skate, em um Dia das Crianças, ele ficou das 10 da manhã até
as 16 horas andando e já conseguia fazer manobras, além de
perguntar como fazia outras", contou Marcelo. "O sonho dele
é virar profissional. Ele assiste amuitos vídeos de skatistas pro-
fissionais e fala muito nisso. Sempre apoiamos e compramos
bons equipamentos. No ritmo que ele está, acaba gastando
um shape (prancha) a cada três semanas."
SONHO DE BAILARINA
O balé e a música clássica foram interesses que surgiram
naturalmente na pequena Isabela Mendes Ávila da Motta
Correia, de seis anos. Quando tinha três anos, pediu à mãe,
Leticia Mendes Rabelo Ávila, 32, e ao pai, o cirurgião do apa-
relho digestivo José Alberto da Motta Correia, 33, cooperado
Unimed Vitória, para entrar na aula de balé.
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É bem natural dela, pois sempre gostou de música clás-
sica e isso nos chamava a atenção. Quando ela pediu para
entrar na aula de balé, achei que ela era muito pequena, mas
A psicóloga Renata
Santos explica que os
pais devem ensinar os
filhos a lidar com as
possíveis frustrações
que irão vivenciar.
Crianças precisam ter
tempo para brincar e
serem crianças, alerta
o psiquiatra Fausto
Amarante sobre a
cobrança por resultados.
a insistência foi tanta que a levei na escola de dança para ver
se já poderia ter condições de acompanhar a turma, porque a
maioria começa aos quatro anos", contou Leticia.
Leticia e José Alberto procuram incentivar os interesses
das filhas. Além de Isabela, o casal tem Gabriela, de 13 anos.
Eles contamque sempre incentivaramas filhas a procurarem
atividades que gostem, como curso de línguas e atividades
ligadas à arte, como música e dança.
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Fico impressionada como Isabela gosta de dança, ela adora
comprar livros de balé. Uma vez ela nos chamou para um festi-
val de dança e ficou vidrada durante duas horas de apresenta-
ção. Ela fala emser professora de balé e de natação. Achomuito
importante a gente apoiar os sonhos das nossas filhas, mas
procuramos não perder o limite e nemexigir muito delas, para
que não fiquem sobrecarregadas com atividades", detalhou.
Alémdas atividades das crianças e das habilidades, os espe-
cialistas dizemque outra questão a ser considerada é a escolha
profissional, uma decisão fundamental na vida de toda pessoa.
Esse é um projeto que precisa ser orientado, e mesmo que a
criança ainda não esteja convicta, é importante que siga a sua
habilidade, tendências ou expectativas próprias, segundo a
psicólogaRenata PedrosoSantos. "Orientamos aos pais, quando
seus filhos vivem a questão da escolha profissional, que eles
podem e até devem explicitar suas visões, no entanto, não
necessariamente, espere que os filhos obedeçam piamente,
porque daí pode surgir uma terrível frustração. É o risco de
assumir uma carreira equivocada e sem sucesso", finalizou.
Letícia Mendes e o marido
sempre incentivaram os
interesses da Isabela, que
pratica balé desde os três anos.