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Conheça ganhadores do Prêmio de Boas Práticas do Segurança em Alta

Promoção de boas práticas levaram a ações de melhoria, com a redução de infecções relacionadas à assistência à saúde
Texto: Assessoria de Imprensa - Unimed Paraná
        21 de novembro, 2024

A entrega do Prêmio Segurança em Alta de Boas Práticas foi realizada durante o 9º Encontro Paranaense do programa, na sede administrativa da Federação, em 11 de outubro. Foram três cases finalistas, dentre 37 trabalhos inscritos, apresentados no evento: o uso do aplicativo SpeedyAudit para promover a higienização correta das mãos, pelo Hospital Pilar; a aplicação de um dashboard para gestão de eventos adversos, pelo Hospital São Marcelino Champagnat; e a redução de Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde a partir de iniciativas do Hospital São Vicente Curitiba — ganhador da premiação.

Hospital Pilar e o uso do SpeedyAudit para higienização das mãos

O Hospital Pilar apresentou resultados do uso do aplicativo SpeedyAudit para estimular a correta higienização das mãos. A ferramenta permitiu que colaboradores reportassem, de forma anônima, más práticas observadas no dia a dia, identificando o momento, local e o profissional que necessitava de orientação.

Antes da introdução do aplicativo, a equipe de Serviço de Controle de Infecção Hospitalar (SCIH) realizava as observações, o que, segundo os relatos, criava a sensação de vigilância em relação às equipes que se sentiam fiscalizadas e frustradas com resultados negativos. “Em geral, o profissional não percebe que não fez a higiene de mãos. E quando ‘avisado’, sente-se injustiçado e punido”, disse na apresentação.

Após a implementação do SpeedyAudit, a média de registros de observações mensais aumentou de 221, no primeiro semestre de 2022, para 1.785 no mesmo período de 2023 – um crescimento de 88%. A equipe se apropriou do cuidado, observando pares e identificando momentos de falhas.

A iniciativa beneficiou corpo clínico, equipe multidisciplinar e pacientes, com o aumento da taxa de conformidade da higienização das mãos evoluindo de 89,23% em 2022 para 96,17% em 2023. “Há uma mudança na cultura do local, e observamos melhora nas taxas de IRAS associadas a dispositivos que podem ser reflexo dessa mudança. E quem ganha, principalmente, é o paciente”, disse a enfermeira Katia Trevisan do Rosario ao apresentar o projeto.

Hospital São Marcelino Champagnat e a gestão de eventos adversos com Power BI

O Hospital São Marcelino Champagnat implementou um sistema para coleta e análise de dados sobre eventos adversos – incidentes que resultam em danos não intencionais, não relacionados à evolução natural da doença do paciente. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a identificação de eventos evitáveis é fundamental para melhorar a segurança do paciente, sendo necessário analisar os dados para gerar transformações.

A equipe desenvolveu um dashboard no Power BI, com o apoio dos analistas de Tecnologia e Informação, para facilitar a visualização de dados por setor, tipo e subtipo de incidente, permitindo o desenvolvimento de planos de ação embasados. O dashboard foi testado e implementado em outubro de 2023, com suas principais funcionalidades incluindo a visualização de notificações por setor e tipo de incidente, o suporte para ações corretivas imediatas e preventivas e o acompanhamento de indicadores e revisão de fluxos e documentos.

O uso do dashboard direcionou ações de melhoria, com tratativas a incidentes mais prevalentes do setor com o objetivo de prevenção, além do acompanhamento de indicadores, revisão de fluxos e documentos e a elaboração de Grupos de Trabalhos focados nas principais não conformidades – GT Materiais, GT Terapia Medicamentosa, GT Dispositivos, GT de Pele — resultando em redução de custos adicionais e aumento da eficiência.

Hospital São Vicente Curitiba e a redução de infecções relacionadas à assistência à saúde

Ganhador desta edição do prêmio, o Hospital São Vicente Curitiba focou a redução de IRAS (Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde), especialmente pneumonias associadas à ventilação mecânica em UTIs, que aumentam riscos de mortalidade e tempo de internação. Com esse objetivo, foi instituído o Projeto Saúde em Nossas Mãos, utilizando a ciência da melhoria contínua.

Entre 2021 e 2023, processos foram redesenhados com a colaboração de equipes de melhoria e capacitação de lideranças. Foram formados times de melhoria, para geração de ideias e corresponsabilização dos resultados, com a capacitação de lideranças para condução do projeto, preparo com ferramentas para engajamento de colaboradores e trocas com instituições diversas sob acompanhamento do projeto.

Após o levantamento das necessidades da instituição diante das práticas já adotadas, houve a geração de ideias e a realização de testes de mudança, com a dedicação de tempo exclusivo para ações do projeto, reuniões periódicas para alinhamento e desdobramento, comemoração dos resultados, engajamento de equipes e envolvimento de lideranças.

Os principais objetivos eram reduzir em 30% a densidade de incidência de pneumonias associadas à ventilação mecânica, reduzir as infecções relacionadas à assistência em saúde nas UTIs, reduzir em 30% a densidade de incidência de Infecção Primária de Corrente Sanguínea e reduzir em 30% a densidade de incidência de infecções do trato urinário em pacientes com cateter urinário ou sonda vesical de demora.

A abordagem colaborativa permitiu fortalecer a gestão por processos e ampliar o engajamento multidisciplinar nas práticas preventivas. Além de melhorar a segurança do paciente, houve redução nas taxas de IRAS, promovendo maior segurança e eficiência no atendimento.

Entre os resultados alcançados, estão a redução da densidade de pneumonia associada à ventilação mecânica em quase 80%, passando de 12,3% a 2,5%; a queda em 53% de infecção primária de corrente sanguínea em UTI, de 6,7% para 3,2%; e a redução em 70% da taxa geral de infecções na UTI, de 9,1% para 2,7%.

Confira as fotos do evento em https://photos.app.goo.gl/GyFC37tV4X9Vi9qF9