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HGU é referência em implante transcateter de válvula aórtica nos Campos Gerais

Mais um procedimento foi realizado em agosto, junto de médica que é referência nacional para a cardiologia
Texto: Assessoria de Imprensa - Unimed Ponta Grossa
        17 de agosto, 2023
O Hospital Geral Unimed (HGU), de Ponta Grossa, realizou mais um implante transcateter de válvula aórtica (TAVI), no dia 9 agosto. Na ocasião, a equipe liderada pelo cirurgião cardiovascular Marcelo Ferraz de Freitas contou também com Magaly Arrais, médica que faz parte do corpo clínico do Hospital do Coração (HCor) e é considerada uma das principais referências nacionais em cirurgia cardiológica.
 


Para Farias, o aperfeiçoamento intenso da tecnologia, especialmente nos últimos cinco anos, permitiu a realização de mais procedimentos, com menos riscos e complicações. “Hoje, o HGU é o centro de referência em realização de TAVI em Ponta Grossa e nos Campos Gerais pelo conjunto de recursos: físicos, materiais, de equipe e de equipamentos”, aponta.

As boas condições para o procedimento foram ressaltadas por Arrais. “A estrutura que encontrei aqui é excelente. Não tem diferença dos grandes centros e isso é algo muito bom, democratiza a medicina. Cidades que tenham um hospital como esse, com uma estrutura como essa, com profissionais capacitados e habilitados, com o heart team bem treinado, com toda uma equipe de suporte disponível, podem atender a esse grupo de pacientes e fazer esse tipo de procedimento com sucesso”, opina a médica.

TAVI é procedimento menos invasivo e demanda tecnologias adequadas

O TAVI é considerado menos invasivo por não ser necessário abrir o tórax do paciente. Por isso, é indicado para aqueles considerados de alto risco para a cirurgia convencional. Em doenças como a estenose de válvula aórtica, que é o estreitamento da válvula, pode haver limitação ou comprometimento da saúde. Geralmente, no implante, a dilatação da válvula aórtica estreitada é feita através de acesso pela artéria femoral, na perna do paciente. Imediatamente depois, é implantada uma nova válvula.

“A cirurgia aberta ainda é o padrão ouro de resultados de médio e longo prazo. Entretanto, neste grupo de pacientes mais idosos ou com outras doenças associadas, o risco cirúrgico acaba sendo muito alto. Então, às vezes, o tratamento é mais agressivo do que a doença”, explica Freitas.

O implante tem indicações específicas, e é preciso ter cautela ao analisar os critérios de elegibilidade dos pacientes, especialmente porque não são todos que atingem uma faixa etária elevada com funções orgânicas e mentais preservadas para poder passar por esse tipo de intervenção. Por isso, torna-se um procedimento feito em menor volume pelos hospitais.

Além disso, os primeiros materiais que surgiram no mercado não eram refinados o suficiente para assegurar que o melhor cuidado estava sendo entregue ao paciente. Segundo Freitas, atualmente o HGU desfruta de maturidade na realização de TAVIs. Para além da instrumentação avançada, a otimização de recursos impacta o aumento na realização dos implantes. Se antes o paciente precisava se deslocar aos grandes centros para obter esse tipo de tratamento, hoje a tecnologia já se tornou itinerante.

“Antigamente, os equipamentos eram enormes. Agora, muitas coisas de que a gente precisa estão reduzidas a um computador. Há equipamentos de que nenhum hospital dispõe na estrutura física, porque são para procedimentos que não são feitos diariamente. A tecnologia encolheu em tamanho, ficou mais prático, lógico e seguro trazê-la ao paciente”, analista Freitas.

Mapeamento do caso levou ao planejamento de novas possibilidades

O paciente que passou pela TAVI realizada recentemente no HGU tinha um grau de obstrução das artérias femorais que poderia dificultar o acesso para implantação da válvula. Quando isso acontece, é necessário o uso de uma via alternativa que, neste caso, seria a carótida, artéria localizada no pescoço.

Essas condições foram mapeadas pelo heart team (time do coração, em tradução livre), grupo formado por médicos especialistas de diferentes áreas da cardiologia, como o cardiologista clínico, o cirurgião, o hemodinamicista e o ecocardiografista. Geralmente, são os mesmos profissionais que criam uma interrelação técnica para discutir casos complexos e indicar o tratamento mais seguro e eficaz para pacientes críticos.

Tendo em vista a possível necessidade de utilização de uma via de acesso alternativa, a equipe do HGU contou com o apoio de Magaly Arrais. “Devido à carótida não ser uma via de acesso corriqueira, em nome da segurança do paciente, trouxemos a doutora Magaly, profissional conhecida em toda a cardiologia brasileira e uma das mais experiente hoje em vias alternativas”, comenta Freitas.

A médica explica que o avanço desse tipo de procedimento beneficia um grupo de pacientes que tende a crescer nas próximas décadas. “A literatura demonstra que, antes de existir a TAVI, cerca de 30% a 40% desses pacientes não eram submetidos a nenhum tratamento, e morriam por não ter a chance de um tratamento efetivo”, conta. Arrais especula que, com o envelhecimento populacional, cada vez mais pacientes farão parte desse grupo. Na TAVI, há a possibilidade de um procedimento efetivo, menos invasivo e que pode ser feito com menor risco para essa parcela da população.

Realizado na unidade de Hemodinâmica, o implante foi realizado por uma equipe composta por: Marcelo Ferraz de Freitas (cirurgião cardiovascular); Magaly Arrais (cirurgiã cardiovascular híbrida); Liliana Pilatti (hemodinamicista); Oaidia Serman (cirurgiã cardíaca); Nickolas Nadal (cardiologista ecotranstorácico); Deyvid Santos da Cruz (anestesiologista); Camila Sieklicki (enfermeira); Gislaine Pedrozo (técnica de enfermagem); e Leila Oliveira (técnica de enfermagem).