Luto e pacientes com síndromes específicas são tema do 7º módulo da RCC da Unimed Cascavel

        22 de outubro, 2019


 

Quase 40 pessoas - a maioria médicos, enfermeiros e psicólogos - participaram na tarde de sexta-feira (18) do sétimo módulo da capacitação dos profissionais que vão atuar na Rede de Cuidados Continuados (RCC) da Unimed Cascavel. Nesta fase dos estudos, o grupo acompanhou palestrar sobre o luto e os cuidados paliativos de pacientes cardíacos e com síndromes específicas, a exemplo de pessoas com problemas renais e doenças relacionadas ao envelhecimento.


 

A psicóloga e consultora Milena Câmara veio de Natal (RN) para coordenar os debates acerca do luto. “Debatemos aqui o que é o luto, quais são os tipos, como lidar com paciente enlutado, os fatores de risco do luto complicado, além de outros aspectos.”

A especialista desmistificou que exista algum tempo considerado normal para viver o luto. “O que a gente avalia é cada condição, a exemplo do vínculo que se tinha com a pessoa que morreu, o significado dessa pessoa para o enlutado, o contexto em que a morte aconteceu, a rede de apoio, as crenças... Esses são aspectos que influenciam a vivência do luto o tempo de adaptação a essa ausência.”

Também psicóloga, Marina Machado Mota participou do módulo e se admirou com a quantidade de novos livros que abordam o luto. “Tem várias formas de viver o luto, e todas elas precisam ser respeitadas. Muitas vezes, o luto já começa no momento em que a pessoa detecta o adoecimento. Isso vale tanto para os familiares quanto para o próprio paciente. Ou seja, o luto é um processo natural diante de perdas significativas, não só a morte em si”, destacou a participante.

A enfermeira Ana Cláudia de Brito reforçou o papel dos profissionais da Enfermagem durante uma longa etapa do processo de luto. “A gente acompanha desde os momentos pós-diagnóstico, a administração dos medicamentos, o banho e outros cuidados que envolvem aas perdas desses pacientes. Além disso, as famílias dos doentes costumam ver no enfermeiro um apoio, um suporte”, comenta.

Pacientes cardíacos


 

 

O cardiologista Daniel Dei Santi, que atua no Hospital das Clínicas e no Instituto do Coração de São Paulo, foi o palestrante na sala que discutiu os cuidados paliativos para pacientes cardíacos em estado terminal. “Venho com a intenção de expor a importância das pessoas reconhecerem o valor desses cuidados e o correto diagnóstico das necessidades de pacientes cardíacos, além de como abordar essas questões com pacientes e familiares. Temos que aprender comunicar notícias difíceis; temos que nos conscientizar, nos informar e nos capacitar para isso”, reforçou o especialista.

A necessidade de aprimorar a comunicação com pacientes e familiares também foi destacada pelo cardiologista Kleiton Marcos de Oliveira, que participou do módulo: “Fizemos estudos de caso e debatemos a importância dessa comunicação. Há muitas situações em que pacientes cardíacos em estágio terminal sequer tem consciência do real estado que enfrentam”, revela Kleiton Marcos de Oliveira.


 

RCC

O curso começou em de abril de 2019 e segue até janeiro de 2020. O objetivo é aprofundar os conhecimentos na área, além de capacitar esses profissionais para enfrentar os principais cenários de atendimento em Cuidados Paliativos. 

A Rede de Cuidados Continuados é um sistema composto por todas as modalidades de atendimento em cuidados paliativos (hospitalar, ambulatorial e domiciliar) conduzida por equipes capacitadas para lidar com as demandas físicas, psicossociais e espirituais apresentadas por pacientes e familiares. Essas modalidades estão obrigatoriamente inseridas em um sistema completo de atendimento em rede, com monitoramento, gerenciamento de risco, reabilitação de curto prazo e desospitalização moderna e segura. A rede será implantada de forma piloto em novembro de 2019. Em seguida, a RCC entrará em pleno funcionamento no primeiro semestre de 2020, trazendo uma nova era de cuidados que são a marca da Unimed.

Cuidar de você. Esse é o plano.