No Dia Mundial de Combate ao Diabetes, Unimed Cascavel faz alerta

        14 de novembro, 2019


 

De uma hora para outra, o menino de cinco anos que quase não comia passou a devorar o almoço. Diante disso, a perda de peso parecia não ter lógica. A sede excessiva também parecia anormal, tanto quanto a volta do xixi na cama. Era a hora de procurar um médico. Um exame de sangue decretou o diagnóstico: diabetes mellitus.

Mais de 30 anos depois, o jornalista Luiz Haab coleciona episódios marcados pelo cuidado especial com a própria saúde. “Lembro que minha mãe aplicou a primeira insulina em mim. No segundo dia, ao lado da cama, ela ficou acompanhando, mas pediu que eu mesmo aplicasse, porque sabia que essa seria a minha rotina para sempre.”

Luiz tem diabetes tipo 1, resultado de um processo autoimune que destrói as células do pâncreas que produzem a insulina, hormônio que metaboliza os carboidratos no organismo. Já que o corpo não produz o próprio hormônio, é preciso injetá-lo e monitorar diariamente os níveis de açúcar no sangue.

Marciana Ferreira, colaboradora do setor de suprimentos da Unimed Cascavel, também teve que aprender a lidar com o diabetes tipo 1. “Eu tinha 14 anos. Naquele período, fiquei muito revoltada, pois ficava mais no hospital do que em casa, não podia comer as coisas e ainda tinha a tão temida aplicação de insulina. No começo, tive uma das piores crises da minha vida. Fiquei durante sete dias em estado de pré-coma, com meu corpo gritando por socorro. Preocupados, os médicos conseguiram me conscientizar”. Marciana destaca a importância da família e das pessoas próximas nos momentos de crise: “Minha família, meus amigos e meu namorado sempre me ajudam muito.”

Estima-se que de 8% a 9% da população mundial seja diabética. A maioria (85%) tem diabetes tipo 2, quando o organismo até produz insulina, mas o corpo não reconhece. Os picos da glicemia provocam efeitos de curto, médio e longo prazos. Por isso, é preciso aprender a identificar casos de hipo (baixo) e hiperglicemia (alta taxa de açúcar no sangue).

Sintomas da hipoglicemia

• Tremores

• Tontura
• Palidez
• Suor frio
• Nervosismo
• Palpitações
• Taquicardia
• Dor de cabeça
• Pesadelos (quando a hipoglicemia ocorre durante o sono)
• Náuseas
• Vômitos
• Sonolência
• Fome
• Confusão mental
• Alterações do nível de consciência
• Perturbações visuais e de comportamento que podem ser confundidas com embriaguez, cansaço, fraqueza, sensação de desmaio
• Convulsões

O que fazer?

Uma vez instalada a crise hipoglicêmica (nível de açúcar abaixo de 90 mg/dl de sangue), o paciente deve consumir de 15g a 20g de carboidratos simples, o que equivale a uma colher de sopa de mel, um copo de 200 ml de suco de laranja ou de refrigerante não dietético, por exemplo. Se nada disso estiver a disposição, dilua uma colher (sopa) de açúcar em meio copo de água.  Se o nível de consciência estiver comprometido, o paciente deve ser encaminhado para atendimento médico.

Sintomas da hiperglicemia

• Aumento da sede
• Excesso de vontade de urinar
• Nervosismo
• Visão turva (quando a hiperglicemia permanece por vários dias)

O que fazer?

Após o identificar o nível de açúcar no sangue, é preciso administrar a quantidade adequada de insulina de efeito rápido para que os valores voltem aos parâmetros normais. Além disso, exercícios físicos regulares e controle rigorosa da dieta evitam crises de hiperglicemia, que podem causar danos perigosos aos rins, olhos, coração e todo o sistema vascular.

Outros tipos de diabetes

Diabetes gestacional - Durante a gravidez, para permitir o desenvolvimento do bebê, a mulher passa por mudanças no equilíbrio hormonal. A placenta, por exemplo, é uma fonte importante de hormônios que reduzem a ação da insulina. Em algumas mulheres, entretanto, este processo não ocorre e elas desenvolvem um quadro de diabetes gestacional, caracterizado pelo aumento do nível de glicose no sangue. Quando o bebê é exposto a grandes quantidades de glicose ainda no ambiente intrauterino, há maior risco de crescimento excessivo (macrossomia fetal) e, consequentemente, partos traumáticos, hipoglicemia neonatal e até de obesidade e diabetes na vida adulta. A diabetes gestacional pode desaparecer após o nascimento do bebê.

Pré-diabetes - O termo pré-diabetes é usado quando os níveis de glicose no sangue estão mais altos do que o normal, mas não o suficiente para um diagnóstico de Diabetes Tipo 2. Obesos, hipertensos e pessoas com alterações nos lipídios estão no grupo de alto risco. É importante destacar que 50% dos pacientes nesse estágio “pré” vão desenvolver a doença. O pré-diabetes é especialmente importante por ser a única etapa que ainda pode ser revertida ou mesmo que permite retardar a evolução para o diabetes e suas complicações.

Medicina a favor

O médico José Henrique de Almeida Neto, endocrinologista da Unimed Cascavel, destaca a evolução no diagnóstico e controle do diabetes, que não tem cura: “Hoje em dia existem os sistemas de infusão contínua, chamados de ‘bombas de insulina’, que dão resultados muito positivos no controle da doença. As próprias insulinas evoluíram muito, bem como as agulhas que estão cada vez menores, evitando dor e lesões na pele. Com todo esse avanço, diminui o número de complicações, mesmo assim, é preciso monitorar sempre. Adultos devem fazer exames anuais. Crianças, assim que surgirem os sintomas.”

Cuidar de você. Esse é o plano.