Notícias

A importância dos profissionais da linha de frente no combate à pandemia

Relatos mostram que o trabalho em equipe é fundamental
Texto: Amanda Medeiros
Design: Divulgação/Unimed Centro-Oeste Paulista
        13 de abril, 2021

Desde o início da circulação do coronavírus no Brasil, médicos, enfermeiras, fisioterapeutas, nutricionistas, recepcionistas e equipes de limpeza se colocaram na linha de frente para cuidar dos acometidos pela doença nos hospitais. Hoje, ao completar pouco mais de um ano de pandemia, a importância dos profissionais da saúde se torna ainda mais relevante.
Isso porque até setembro de 2020, 570 mil deles foram contaminados pela Covid-19 nas Américas. Destes, 307 mil são brasileiros, ou seja, aproximadamente 54%, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Ministério da Saúde.
Os mais afetados foram os técnicos e auxiliares de Enfermagem (105 mil casos). No mesmo período, a OMS registrou 2.500 mortes de profissionais da saúde no continente, sendo 289 no Brasil (11,6%).
Além disso, o estresse físico impacta a saúde mental. Um a cada seis profissionais da saúde apresentam sintomas da Síndrome de Burnout, segundo artigo de pesquisadores do Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino publicado na Journal of the American Medical (JAMA). 

Segunda onda da Covid-19 no país
No cenário atual, é possível constatar, após recordes de novos casos e óbitos causados pelo vírus, que o Estado de São Paulo vive uma de suas piores fases desde o início da pandemia.
Enquanto a vacinação ocorre de acordo com a ordem dos grupos prioritários, e não de forma massiva, isolamento social, uso de máscara e higienização das mãos, seja com álcool gel ou com água e sabão, seguem sendo os principais modos de prevenção da Covid-19 e suas variantes.


Atitudes como essas são essenciais para diminuir o contágio, uma vez que não há evidências científicas de tratamento preventivo eficiente para o controle da doença. Arte: Isadora Helena/Unimed COP

Dedicação e bravura a cada atendimento
O médico especialista em terapia intensiva adulto e diretor presidente da Unimed Lins, Artur Eduardo de Carvalho Trida, está atuando na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Covid-19 desde o início da pandemia. 
“Vivemos no Brasil uma segunda onda que se comporta como uma nova doença e que faz a primeira parecer uma simples amostra. É preciso compreender que o vírus gosta de aglomeração. Não tem nenhuma preferência social, econômica, racial e, atualmente, mesmo jovens e pessoas sem doenças pregressas são gravemente infectados”, diz o especialista. 
“Uma vez infectado não há como saber da evolução. Estamos vendo uma variante que é muito mais agressiva causando mortes em curto espaço de dias. Pacientes são entubados com pulmões “duros”. E mesmo em ventiladores de alta precisão não conseguem oferecer espaços para que o ar permeie as vias aéreas ou transfira oxigênio para a corrente sanguínea”, pontua.
“Não se pode confundir tratamento preventivo com tratamento precoce. Não existe tratamento preventivo comprovado cientificamente. Existem protocolos preventivos e totalmente necessários para que as pessoas não se infectem, como o uso correto de máscaras, de álcool em gel e de etiquetas respiratórias e distanciamento físico”, elenca o médico.
“Lembre-se que ao se contaminar poderá estar selando seu destino ou mesmo de seus familiares, então aja com responsabilidade e discernimento. Não há espaço ou tempo para correr riscos evitáveis. Precisamos agir com o compromisso de nos mantermos vivos e quando isso passar veremos um futuro de reconstrução e otimismo das coisas e dos comportamentos sociais mais consistentes”, afirma.

Com mais de 20 anos de experiência, Dr. Artur Trida atualmente vive o maior desafio de sua jornada profissional. Foto: Arquivo pessoal

Quem também passa por desafios parecidos é a coordenadora de enfermagem (ala Covid) do Hospital Unimed Bauru, Karina Nakamura Gonçalves. Tanto que para suprir a demanda, foi necessário mudar setores e fluxos, determinar barreiras, sinalizar equipes e adquirir mais materiais.
“Hoje, após um ano do início deste pesadelo, ainda estamos lá, são pessoas que agregam valor e se empenham para dar conta deste propósito. O trabalho continua árduo, com conquistas, perdas, amizades, amor, cansaço, exaustão, choro, tristeza, alegria e emoção pura”, explica a enfermeira.
“Muitas vezes, sabemos que o paciente jamais saberá quem somos, mas por alguns dias ele se sentiu bem cuidado e acolhido. Que sejamos lembrados assim: pelo brilho do olhar. Medo e força andam juntos, mas o orgulho de tudo e de todos com o que está sendo feito até agora é muito grande. Gratidão por estar viva e por encarar o maior desafio da minha carreira!”, frisa.

A enfermeira Karina Gonçalves em ação. Foto: Arquivo pessoal

Aqueles que contraem o vírus em sua configuração mais grave e necessitam de assistência médica especializada podem contar com indivíduos que trabalham incansavelmente para mitigar os sintomas e devolver a qualidade de vida.
Um exemplo disso ocorre no Complexo Hospitalar Unimed Botucatu. Lá, todos os pacientes internados, com suspeita ou positivados para Covid-19, desde março de 2020, recebem atendimento fisioterápico prestado por uma equipe com 22 profissionais. Isso tem refletido nos resultados pós alta.
“Os colaboradores estão esperançosos. Comemoram a cada pequena melhora e têm orgulho de estar fazendo a diferença. Todos estão atualmente imunizados, mas atuaram corajosamente em todos os momentos, inclusive antes disso”, destaca Gabriel Negretti Guirado, fisioterapeuta coordenador deste time.
O Sistema Unimed se solidariza com todas as vítimas da Covid-19 e trabalha incansavelmente para que recuperações e altas se tornem ainda mais frequentes. Juntos podemos vencer a pandemia!