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Vacinação em crianças entre 5 a 11 anos

Por que vacinar seu filho?
        15 de janeiro, 2022

A presença de uma variante como a Ômicron, com maior transmissibilidade, mesmo com menor severidade (o que foi observado até o momento), tem alarmado novamente a população mundial. Atualmente, a taxa de infectados no mundo tem superado novos recordes a cada dia.

Este cenário torna os grupos de não vacinados (como crianças menores de 12 anos) mais vulneráveis ao risco da infecção e suas possíveis complicações. Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria, a carga da COVID-19 em crianças no Brasil está longe de ser negligenciável, com taxas de letalidade associadas à doença muito maiores que as registradas em outros países. 

Entre crianças e adolescentes hospitalizados por Covid-19 no Brasil, a taxa de letalidade foi de 7%, enquanto nos EUA, essa taxa entre crianças internadas foi de 0,5%. (Dados do Ministério da Saúde e COVID-NET, respectivamente).

A vacina previne hospitalizações, sequelas, uso de antibióticos, visitas aos serviços de saúde, ocupação de leitos em UTI, entre outros. E ao aumentar o número de vacinados, além de oferecer uma proteção direta da vacina, há a possibilidade de redução das taxas de transmissão do vírus e das oportunidades de surgimento de novas variantes. 

Portanto, segundo profissionais da pediatria, existem então justificativas éticas, epidemiológicas, sanitárias e de saúde pública para a vacinação da população pediátrica. Neste contexto epidemiológico, ampliar o benefício da vacinação a este grupo etário é sim uma prioridade.

O Brasil recebe esta semana as vacinas BNT162b2 (Pfizer) destinada às crianças entre 5 à 11 anos. O frasco terá uma cor diferenciada e dosagem menor do que a vacina para adultos. A vacinação deve começar logo em seguida, respeitando a ordem de prioridade que começa com crianças com comorbidades.

 

Mas e as reações adversas que a vacina pode causar?

Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria, com relação à vacinação das crianças de 5 a 11 anos de idade, os especialistas salientam que até 9 de dezembro de 2021, as mais de 7 milhões de doses da vacina pediátrica da Pfizer que foram administradas nesta faixa etária nos EUA (sendo cerca de 5 milhões como primeira dose e 2 milhões como segunda dose), demonstraram perfil de reatogenicidade (capacidade de a vacina gerar reação adversa) adequado. 

“Sendo a quase totalidade dos eventos adversos classificados como não sérios (97%), caracterizados basicamente por febre, dor de cabeça, vômitos, fadiga e inapetência. A maioria das vezes relatadas no dia seguinte à vacinação, ligeiramente mais frequente após a segunda dose e transitória na sua natureza”.  Apenas oito casos de miocardite entre as mais de sete milhões de doses administradas foram relatados, e todos eles classificados como de evolução clínica favorável.  

Os especialistas da SBP reforçam que os critérios para introdução de uma vacina no programa de imunizações não se resumem à prevenção de óbitos relacionados à doença. “Doenças como influenza, diarreia por rotavírus, varicela, hepatite A, meningite meningocócica, entre outras, faziam menos vítimas ao longo de um ano do que a covid-19 em pediatria, e não hesitamos em incorporar em programas de saúde pública vacinas para a prevenção dessas doenças e de suas complicações”. 

Confira o documento científico elaborado pela Sociedade Brasileira de Pediatria a respeito da importância das vacinas covid-19 em crianças para a saúde pública brasileira.