Campanha Abril Azul: Caminhos para informar sobre o Autismo, derrubando os achismos

Apoie essa causa se informando sobre o Autismo, afinal a desinformação é a maior razão para o aumento de preconceitos sobre a condição. O entendimento e a compreensão geram a consciência social, que aumenta a qualidade de vida da pessoa autista, em todas as fases da vida.
Texto: Comunicação Unimed Federação MS
        15 de abril, 2024



O Transtorno do Espectro Autista (TEA) foi apresentado pela primeira vez em 1943 pelo médico Leo Kanner, que ficou conhecido como pai do Autismo, antes disso, a condição era sinônimo de sintoma para alienação extrema ou associação à transtornos mentais pouco estudados e conhecidos, causando o isolamento social e aumentando os preconceitos, achismos e estigmas sobre a condição.  

Kanner em um de seus artigos descreve com detalhes seu estudo, onde acompanhou 11 crianças que tinham sintomas semelhantes, no hospital John Hopkins, em Baltimore, nos Estados Unidos,  relatando em um trecho específico o seguinte apontamento, "Desde 1938 têm chamado a minha atenção algumas crianças cujas condições diferem de forma marcante e tão específica de qualquer coisa até agora registrada que creio que cada caso merece, e eu espero que eventualmente receba, uma apreciação detalhada de suas fascinantes peculiaridades...", além de notar dificuldades em estabelecer vínculos afetivos e em tolerar modificações no ambiente e na rotina diária.  

As descobertas realizadas pelo médico austríaco influenciaram de forma positiva as tratativas relacionadas à condição. Da época em que o médico viveu até os dias atuais, o olhar para com o Autismo foi se modificando e ao invés de afastar as pessoas, dia após dia, tem aproximado a sociedade e orientado em como o paciente deve ser conduzido para que a vida e a rotina se tornem mais leves, apesar dos obstáculos. Para isso, em 2007 foi estabelecido o dia 2 de abril como o Dia Mundial da Conscientização do Autismo, após uma iniciativa da Organização das Nações Unidas (ONU), servindo de alerta à sociedade e aos governantes sobre o TEA. 

Em celebração a este dia foi criada a campanha ABRIL AZUL, que com o passar dos anos tem ganhado cada vez mais força, nas redes sociais e nas organizações de saúde e sociedade, disseminando-se como forma de aproximação e compreensão, além de promover debates, palestras e eventos para profissionais, pacientes, famílias que lidam diariamente com a condição e pessoas que desejam ter mais contato com o assunto. No ano de 2019, a ONU tematizou a campanha, expandindo o diálogo para o mundo das tecnologias, com foco total no dia a dia do autista e em quais desafios podem ser superados através da tecnologia, o tema era "Tecnologias assistivas, participação ativa" e contribuiu para uma sustentabilidade social, econômica e social a partir da reflexão e do estímulo de exclusão de barreiras. 

Com o crescimento das iniciativas sobre o assunto, houve a aproximação de pessoas leigas de todas as idades, esse movimento tem quebrado achismos e trazendo conforto, qualidade de vida e novos direcionamentos para as famílias das pessoas autistas, além de destacar a convivência com a condição e alertar sobre sua descoberta tardia.  

No ano seguinte das descobertas de Leo Kanner, em 1944, outro médico austríaco chamado Hans Asperger, dedicou seu trabalho a outro lado do espectro autista, e foi o primeiro a apontar a prevalência maior do TEA nos meninos, com uma proporção de cerca de quatro meninos para cada menina, por isso a cor azul foi atribuída para representar a campanha, dessa forma, os norte-americanos criaram o movimento Light It Up Blue, que se traduz como iluminar de azul, assim, em torno do mundo monumentos turísticos e importantes para cada país são iluminados de azul no mês de abril, entre eles identificamos o Cristo Redentor, localizado no Rio de Janeiro. 

O Autismo pode ser classificado como grave, moderado e leve, dependendo dos sintomas e do diagnóstico, o site Autismo em dia traz outras informações, como essa, que servem de base na busca pelo conhecimento e consciência do assunto, lá você encontra a "Revista Autismo", a maior plataforma de conteúdo sobre o tema da América Latina, informe-se e apoie esse movimento contra os preconceitos e a desinformação.  

Cuide de quem você ama. Cuide-se. Observe quem você ama, observe-se. 

É muito importante lembrar que o Autismo não é uma doença, viver com a condição requer um olhar carinhoso e gentil que atravessa crianças, jovens e adultos. 

Respeite os autistas! Apoie essa causa!