Voltar Inovação Aberta: colaboração para encontrar soluções

Inovação Aberta: colaboração para encontrar soluções

        06 de setembro, 2024

O que realmente significa "inovação"? A Organização das Nações Unidas (ONU) define inovação como a aplicação de invenções que criam valor. Em termos mais simples, trata-se de introduzir algo novo ou significativamente aprimorado em negócios, processos ou serviços. Mas, e se houvesse uma maneira de democratizar o acesso a essas inovações sem as barreiras tradicionais como segredos industriais e departamentos de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D)?

Essa é a ideia central do conceito de Inovação Aberta (Open Innovation) e ela pode transformar o cenário empresarial.

O termo “Open innovation” foi criado em 2003 pelo então professor e diretor executivo no Centro de Inovação Aberta da Universidade de Berkeley, Henry Chesbrough. Ele conceituou pela primeira vez o termo em seu livro homônimo Open Innovation: The New Imperative for Creating and Profiting from Technology, em que descreve um modelo onde empresas colaboram com terceiros para encontrar soluções inovadoras. Chesbrough explica que "ideias valiosas podem surgir tanto de dentro quanto de fora da empresa e podem ser levadas ao mercado por qualquer uma das partes". Em outras palavras, ele coloca as ideias externas e os caminhos de mercado no mesmo nível das soluções internas, desafiando o modelo tradicional de Inovação Fechada.

Como funciona a Inovação Aberta?

Conheça as principais categorias que definem essa iniciativa.

  1. Inovação Inbound: Refere-se à incorporação de soluções externas por uma empresa. Por exemplo, quando uma companhia adota uma ideia desenvolvida por uma universidade e a aprimora internamente.
  2. Inovação Outbound: Aqui, inovações internas são disponibilizadas para outras empresas. Um exemplo seria uma start-up que cria um aplicativo e permite que outras organizações o utilizem em suas operações.
  3. Inovação Coupled: Este modelo envolve a colaboração entre diferentes empresas ou soluções para criar produtos e serviços.

Quais são os benefícios da Inovação Aberta?

A Inovação Aberta pode trazer uma série de vantagens para as empresas. Veja algumas das principais:

  • Redução de custos: Compartilhar os custos de inovação e P&D pode tornar o processo mais econômico e eficiente;
  • Velocidade de implementação: A colaboração acelera o processo de inovação, resultando em soluções mais rápidas e eficazes;
  • Acesso a mais recursos: A troca de ideias e recursos entre parceiros pode ampliar as possibilidades de sucesso dos projetos;
  • Aumento da competitividade: Com a capacidade de responder rapidamente às mudanças do mercado, as empresas se tornam mais competitivas.Parte superior do formulário

Conversamos com o Diretor de Inovação e Desenvolvimento da Unimed Paraná, Parte inferior do formulário

ConversandosDr. Omar Genha Taha, sobre o assunto. Confira:

O sistema Unimed por si só já é um sistema altamente inovador, pela sua história em torno do formato de Cooperativa de Trabalho Médico. Tendo em vista que a Unimed tem 57 anos de existência, e uma história muito marcada pela criação de novas oportunidades e maneiras de negócio, como o Sistema se vê hoje, em 2024, em relação a inovação?

Primeiramente é importante entender que houve uma mudança do foco em relação à importância da inovação nos processos de saúde, principalmente na saúde suplementar. Até dez, doze anos atrás, a inovação era um complemento da atividade. Se, além de tudo, inovássemos, seria ótimo, mas, de 5 anos para cá, a partir de pouco antes da pandemia, houve um crescimento exacerbado das atividades negociais e dos custos assistenciais, o que gerou uma alteração no modelo concorrencial.

Passamos a sofrer uma atividade concorrencial de players que não precisavam ter uma estrutura como a nossa. Ou seja, uma start-up, hoje, cria uma plataforma e dentro de dois a três meses está concorrendo de igual para igual conosco, mesmo que nós tenhamos uma estrutura muito mais robusta, de funcionários e clientes. Isso ocorre porque, primeiro, a infraestrutura eletrônica foi democratizada, e isso permitiu a entrada de muitos players na atividade, do ponto de vista de gestão. A qualificação do serviço, no entanto, passou por uma relativização. Um sistema de saúde é melhor que um serviço online? É impossível dizer. A rapidez e a interatividade mudaram nossa maneira de atuar. Fomos levados a uma inovação radical e, com isso, hoje não podemos nos ater à inovação tradicional, incremental, de melhorias pequenas, pontuais. Não dá mais tempo. Precisamos romper com essas barreiras, pois quem concorre não leva em consideração nossa existência. A inovação é um processo estrutural, tanto assistencial quanto de gestão.

O Sistema Unimed tem uma capilaridade muito relevante no país, mas, como estamos falando do maior país da América Latina, mesmo nesse formato atingimos nossos limites e precisamos nos adaptar às necessidades atuais de mercado. Como a inovação aberta pode ser esse caminho?

A prática da inovação aberta pode ser um caminho para expandir nossos limites de atuação, porque ela pode trazer elementos que ultrapassam limites culturais. Aspectos que não levamos em consideração quando desenvolvemos nosso trabalho. Precisamos pensar além do que já fazemos e atendemos, a inovação aberta ultrapassa o que é estabelecido como paradigma para a atuação.

É como observar outro modelo, mesmo já tendo o nosso. Ao observar outros modelos de negócio, podemos ver o que pode ser útil para incorporar, sejam novos clientes, clientes que não são foco atual ou mesmo práticas. A inovação aberta abre a possibilidade de extravasar limites comuns de atuação, enxergar nosso negócio de fora para dentro, o inverso do que é feito atualmente. É subir em outro patamar e enxergar o negócio e suas adjacências. Pode acontecer de alguma prática ou formato não fazer sentido para nós, mas algumas vezes pode fazer sentido.

O ambiente virtual oferece um recurso que está concorrendo com nosso modelo interno, uma zona limítrofe. Se não tivermos isso em vista, vamos encolher s nossa atividade.

Temos feito várias coisas inovadoras, como o intercâmbio. Parece comum para a gente que está aqui, mas é muito inovador e é um grande diferencial, e é uma inovação não tão recente, mas ainda é inovação. A utilização do app também é inovação, com a teleconsulta, a biometria facial, os resultados de exames. A nível nacional estamos com uma grande discussão de integração de sistemas e interoperabilidade. Para fazer frente à questão assistencial de forma sistêmica, a interoperabilidade é nosso foco.

Quando o senhor menciona entender o que acontece hoje no mercado e na comunidade, sobre ouvir a comunidade e trazer projetos e iniciativas para dentro do sistema Unimed, existe algo que possamos destacar que já venha acontecendo?

Destaco alguns exemplos:

O Projeto Sinergia, do qual que estamos participando, que integra os principais ERPs do país. Também o modelo de Governança de TI que temos integrado dentro da Federação que, inclusive, já está funcionando. Esse modelo trabalha de forma a evitar que qualquer processo seja desencadeado sem que todas as áreas estejam conversando e discutindo sobre o assunto.

Temos também parcerias com alguns players que acompanham o trabalho de cerca de 5 start-ups com projetos ou produtos novos de saúde. Eventualmente alguns deles estão sendo incorporados à nossa parte assistencial, o que em auxiliado na gestão de crônicos, carteiras, prospecção, processos assistenciais e até na abordagem epidemiológica.

Por fim, é importante também mencionar a Governança de Dados: estamos construindo um arcabouço para nos fazer entender se os dados com os quais lidamos são conformes e fazem sentido, para determinar se podemos utilizá-los e na atividade sistêmica.

Quais são os principais desafios para verificar e analisar o que tem aderência ao negócio e aos nossos processos, tanto aqui da Federação Paraná como das Singulares?

Vários. O maior deles talvez seja criar um fórum todas as iniciativas possam ser colocadas. São 22 Singulares e em todas existem várias iniciativas inovadoras e positivas, tanto nas grandes quanto nas médias e pequenas.

Muitas vezes as iniciativas fazem sentido no local e podem fazer sentido, também, no estado. O momento que vivemos traz a necessidade de verticalização do sistema, boa parte das Singulares estão estruturando novos locais assistenciais, construindo e fazendo parcerias. Tudo isso gera demandas, recursos humanos, TI, sistemas de gestão prontuários eletrônicos, CRM, apps, ERPs, gestão de recursos, etc. Esse é o grande desafio.

Outro desafio é a integração a nível nacional. Temos hoje, portas abertas com a Unimed do Brasil, com a Mercosul, mas ainda é um desafio, tanto para mostrar nossas soluções como para buscar soluções que nos atendam.

O objetivo é trazer soluções sustentáveis e que façam sentido para o público que temos e ainda vamos ter e para os nossos cooperados. Precisamos de ferramentas e soluções que possam otimizem o nosso sistema para mantendo a excelência na prestação de serviço e obtendo ganhos, para continuar provando que o cooperativismo é um diferencial.


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