Pergunta: Todo inverno é a mesma coisa, hospitais e consultórios lotados, principalmente, com crianças e idosos que sentem mais essa mudança de tempo. Por que isso acontece?
Resposta: O inverno é o período de maior circulação do vírus Influenza e crianças e idosos realmente são os mais susceptíveis a pegar essas infecções. Além disso as pessoas costumam ficar mais tempo em ambientes fechados com outras pessoas, o que favorece a transmissão do vírus.

Pergunta: Quais as diferenças entre elas, por exemplo: sinusite, bronquite, asma e rinite.
Resposta: Todas são doenças respiratórias que atacam as vias aéreas. Rinite, bronquite e asma.

Pergunta: Se não tratadas, as doenças podem se agravar?
Resposta: Sim, podem se agravar e trazer sequelas e complicações.

Pergunta: Como é o tratamento para cada uma delas?
Resposta: o tratamento depende de inúmeros fatores. É importante procurar atendimento médico.

Pergunta: Quem já possui algum tipo de patologia, como por exemplo, a asma ou alguma alergia. Como intensificar os cuidados nessa época do ano? (dentro de casa, no trabalho, no dia a dia)
Resposta: Quem já tem quadro de asma ou alergia deve tirar de perto todos os fatores desencadeantes.  Deixar o ambiente de convívio diário, principalmente o quarto, bem limpo e arejado;

• a limpeza deve ser diária com pano úmido, sem produtos com cheiro forte;
• não usar vassouras nem espanadores, pois espalham a poeira fina, que ficará em suspensão e voltará a se depositar;
• retirar tapetes, carpetes, cortinas, almofadas, estantes com livros, enfim, tudo que facilite o acúmulo de pó.

Pergunta: Algumas pessoas têm “medo” de tomar a vacina da gripe, por acharem que vão ficar gripados ao tomar a vacina. Podemos considerar isso um mito?
Resposta: Sim, é mito. Esse inclusive é um dos mitos mais comuns da vacina contra gripe. A vacina contra gripe é inativada e fragmentada que significa ser feita a partir de pedaços de vírus. Vírus morto e fragmentado não tem como causar doença. O que ocorre é que algumas pessoas podem estar contaminadas na oportunidade que recebem a vacina (visto aumento exponencial de casos de gripe comum na época de vacinação) e relacionam o quadro gripal que já estariam desenvolvendo com a vacinação. Reações como dor local, dor no corpo ou febre leve podem ser resultado de uma resposta imune à vacina.

Pergunta: A vacina da influenza protege contra quais tipos de vírus?
Resposta: A vacina trivalente protege contra H1N1, H3N2 e influenza B da linhagem Victoria.
Já a vacina quadrivalente que protege contra H1N1, H3N2 e os dois tipos de influenza B (Yamagata e Victoria) para maiores de 6 meses e adultos.
Além disso esse ano, pela primeira vez no Brasil, temos a vacina contra gripe quadrivalente High dose. Sua formulação contém 4 x mais antígenos contra H1N1, H3N2, influenza B, Yamagata e Victora do que as vacinas quadrivalentes que já eram disponíveis. Por isso é uma vacina potencialmente mais eficaz, resultando melhor resposta imune.

Pergunta: A partir de qual idade crianças podem tomar a vacina da gripe?
Resposta: Crianças podem tomar a vacina contra gripe a partir dos 6 meses de vida. A vacina contra gripe pode ser aplicada em todas as faixas etárias após os 6 meses de vida. Para os menores de 6 meses infelizmente não temos vacina mas recomenda-se que todos que tenham contato com esses bebês sejam vacinados, principalmente a mãe caso esteja amamentando. Inclusive a vacina contra influenza trivalente disponível na rede pública está liberada para população geral acima de 6 meses.

Pergunta: A influenza pode deixar sequelas?
Resposta: Sim, a influenza pode trazer sequelas pulmonares, além de ser fator de risco para infarto, acidente vascular cerebral, descompensar doenças crônicas e inclusive leva inúmeras pessoas a morte anualmente.  
As potenciais complicações da influenza são efeitos diretos  sobre o sistema respiratório, exacerbando asma e doença pulmonar obstrutiva crônica, infecções de ouvido, bronquite, pneumonia mas também temos os efeitos indiretos pois a infecção por influenza  é gatilho para Infarto agudo do Miocárdio, Doença cardíaca isquêmica, acidente vascular cerebral e exacerbação de doenças renais e diabetes por exemplo. Evidências cientificas de banco de dados canadenses constataram que houve 6 x maior risco de admissões por infarto do miocárdio  durante os 7 dias após a infecção por influenza. Dados da Escócia constataram aumento de 10 x no risco de Infarto do miocárdio e 8 x no risco de AVC após quadro de infecções respiratórias.
A cada ano, no mundo, estima-se que haja um bilhão de casos, dos quais 3 a 5 milhões são casos graves, resultado em 300 a 600 mil mortes por doenças respiratórias relacionadas a influenza.

Pergunta: Outra situação muito comum é a automedicação. As pessoas começam a espirrar e já tomam algum antigripal. Quais os riscos disso?
Resposta: A automedicação é sempre um perigo, pois muitas vezes colocam em risco a saúde das pessoas que usam dessa prática.

Pergunta: Sobre a vacina da Covid, já temos disponível a dose bivalente. Poderia falar da importância de manter a adesão à vacinação da Covid.
Resposta:  É fato notório que a covid 19 causou inúmeras perdas em todo mundo, perdemos muitos amigos e familiares por essa doença e o cenário de queda dos índices de morte e hospitalização caíram graças a vacinação contra a covid 19. Infelizmente houve muita circulação de fake news relacionado a essas vacinas e diante disso muitas pessoas começaram a duvidar, ter medo de tomar a vacina. A adesão a vacinação contra Covid 19 é de extrema importância pois estamos diante de um vírus que pode sofrer mutações e podemos voltar a ter aumento de casos.  O vírus da Covid 19 veio sofrendo mutações, tivemos a variante Alfa, Beta, Gama, Delta e a um ano estamos tendo circulação da Omicron  e suas sub variantes BA1, BA2, BA4, BA5, BQ1, XBB que possuem alta transmissibilidade e estão circulando todo o mundo. A vacina bivalente é feita com a cepa original da covid e mais uma cepa da BA5 uma subvariante da Omicron por isso ela oferece uma proteção específica contra essa variante. O Ministério da Saúde espera aumentar a cobertura vacinal, agora ampliou o público alvo para todos os maiores de 18 anos. A mídia e os centros epidemiológicos têm alertado sobre a queda das coberturas vacinais, é notório que houve um relaxamento por parte da população.

Pergunta: Como ocorre a vacinação de crianças contra a covid?
Resposta: Na nossa cidade (Jaú) crianças:

• Entre 6 meses a 4 anos que iniciaram com o esquema Pzifer baby o esquema é comporto de 3 doses.
• Entre 3 e 4 anos que tomaram o esquema primário de 2 doses com a coronavac devem tomar 1 reforço com a vacina monovalente, desde que já façam 4 meses da última dose.
• Entre 5 a 11 anos que tomaram o esquema com 2 doses de coronavac ou Pfizer  devem receber 1 reforço com a vacina monovalente, desde que já façam 4 meses da última dose.
• Adolescentes entre 12 e 17 anos que tomaram 2 doses devem receber 1 reforço da vacina monovalente, desde que já façam 4 meses da última dose.
• Adultos acima de 18 anos que já tenham no mínimo um esquema básico de 2 doses com a vacina monovalente já podem receber a bivalente.
• Quem tomou 2, 3 ou 4 doses de qualquer imunizante contra a covid já pode tomar a vacina bivalente, desde que já façam 4 meses da última dose.

Pergunta: Além da vacinação, quais dicas para prevenirmos as doenças respiratórias?
Resposta:  

1. Evitar contato com pessoas com quadro gripal.
2. Sempre higienizar as mãos antes do contato com olhos e mucosas, antes de comer, após uso de banheiro.
3. Evitar locais muito aglomerados, principalmente nessa época do ano.
4. Deixar o ambiente de convívio diário, principalmente o quarto, bem limpo e arejado;

• a limpeza deve ser diária com pano úmido, sem produtos com cheiro forte;
• não usar vassouras nem espanadores, pois espalham a poeira fina, que ficará em suspensão e voltará a se depositar;
• retirar tapetes, carpetes, cortinas, almofadas, estantes com livros, enfim, tudo que facilite o acúmulo de pó.