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Hipertensão Arterial: a doença silenciosa  que atinge grande parte dos brasileiros

        23 de abril, 2021

Nesta segunda-feira, 26, é celebrado o Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial, conhecida popularmente como pressão alta. A doença se caracteriza pela elevação dos níveis de pressão sanguínea nas artérias, sendo considerada uma doença silenciosa por, muitas vez, não apresentar sintomas específicos.  

Segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), estima-se que no Brasil aproximadamente 30% da população geral com mais de 40 anos possa ter a pressão arterial elevada. Já a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) 2019, divulgada em novembro de 2020, apontou que mais de 38,1 milhões de brasileiros com 18 anos ou mais sofrem de hipertensão. Os dados também mostram que a incidência é maior conforme a idade, atingindo 62,1% da população de 75 anos ou mais.

Segundo o cardiologista Marcelo Maia, que integra a coordenação da Unidade Coronariana e Neurointensiva do Hospital Unimed, em Cachoeiro de Itapemirim, a hipertensão está associada a diversas doenças graves, como miocardiopatia, doença arterial coronariana, arritmias e acidente vascular cerebral, insuficiência renal e doenças circulatórias.

“A hipertensão arterial ocorre quando há medidas superiores a 140 x 90 mm/Hg (ou 14 por 9) na medida da pressão. Ela está muito associada ao sedentarismo, ao excesso de peso, à obesidade, à ingestão excessiva de sal e ao consumo intenso de bebidas alcoólicas, embora componentes genéticos e histórico de doenças cardiovasculares também sejam fatores de risco para a doença”, explica Marcelo Maia. 

O cardiologista destaca que grande parte dos pacientes não desenvolvem sintomas, o que torna a doença tão perigosa. “Na maioria das vezes, quando o paciente tem o desenvolvimento de algum sintoma, pode vir a ter ou já tem alguma lesão no que chamamos de órgãos-alvo, como o cérebro, o coração, os rins ou a própria circulação sistêmica, já sofrendo, desse modo, com essa hipertensão não controlada”, afirma.

Experiências de quem convive com a doença

A descoberta da hipertensão ocorreu há 40 anos para o aposentado Luiz Gonzaga Madureira de Oliveira, 72 anos, morador de Cachoeiro de Itapemirim. Além de tomar medicamentos para o controle da doença, há cerca de 10 anos, ele é acompanhado pelos profissionais da Unimed Sul Capixaba no Espaço Viver Bem, onde mantém os exames e as avaliações em dia.

O aposentado conta que, por também ser diabético e obeso, está tomando cuidados redobrados nesta pandemia, por fazer parte do grupo de risco da Covid-19. “No Espaço Viver Bem, do Hospital Unimed, faço exames de rotina, medição de peso e a equipe verifica se existe algum outro problema. Lá, eles tratam da hipertensão, da glicose, da obesidade e me dão orientações, o que é uma forma de prevenção”, conta Luiz Gonzaga.

A aposentada Dienice Costa Godoy, 71 anos, também convive com a doença, fazendo o tratamento e acompanhamento no Hospital Unimed há cerca de 10 anos. Para auxiliar no controle da hipertensão, ela integra o Programa Idoso Bem Cuidado da Unimed Sul, voltado para o gerenciamento da saúde de pacientes com 60 anos ou mais, com o estímulo ao autocuidado. Devido à pandemia, as reuniões do programa estão temporariamente suspensas para manter a prevenção à transmissão da Covid-19.

“Eu estava sempre presente nas reuniões, onde tínhamos palestras sobre hipertensão e encontros com nutricionista, psicólogo, educador físico, médico, farmacêutico, orientando o que a gente poderia fazer para viver melhor. As orientações eram todas voltadas para isso, ter uma velhice mais saudável e equilibrada”, destaca.

Tratamento deve ser voltado para o controle da doença

O diagnóstico da hipertensão arterial deve ser feito em um consultório médico, não necessariamente por um cardiologista, por meio da medição correta da pressão arterial do paciente. “O grande objetivo do tratamento de hipertensão é o controle dos fatores de risco da doença e dos riscos cardiovasculares desses pacientes. Ou seja, é preciso agir rápido, antes que as lesões ou os sintomas se desenvolvam”, alerta o cardiologista Marcelo Maia.

De acordo com o médico, o tratamento varia conforme a intensidade da doença, que pode ser leve ou avançada, conforme a presença de fatores de risco. “Uma abordagem inicial pode ser desde o tratamento com controle alimentar, estímulo à prática de atividade física, controle do peso, interrupção do tabagismo, diminuição da ingestão de bebidas alcóolicas e, em alguns casos, tudo isso associado ao tratamento medicamentoso”, pontua.

O diretor de Recursos Próprios da Unimed Sul Capixaba, Gediel Teixeira, destaca que o Hospital Unimed conta hoje com um grande sistema de atendimento avançado ao paciente cardiológico, a Unimed Coração. A unidade está preparada para realizar desde os exames mais simples à procedimentos como hemodinâmica, implante de stent, cateterismo e cirurgias mais complexas em situações de agravamento do estado de saúde do paciente cardiológico.

“Temos um conjunto de profissionais qualificados e habilitados ao diagnóstico e ao tratamento da hipertensão arterial e de outras doenças cardiovasculares, assim como uma equipe multidisciplinar disposta a auxiliar os pacientes. Nossa recomendação inicial, no entanto, sempre é a prevenção por meio de hábitos saudáveis que proporcionem uma melhor qualidade de vida”, finaliza o diretor.