Notícias

3ª Compliance Week debate integridade, transparência e ética no Sistema Unimed

Evento on-line ocorre entre os dias 13 e 15 de setembro, organizado pela Unimed Fesp, Unimed do Brasil e Seguros Unimed.
        15 de setembro, 2023
Unimed Fesp, Unimed do Brasil e Seguros Unimed promovem 3ª Compliance Week

Buscando reforçar o compromisso do Sistema Unimed com a transparência, a ética e a integridade, a Unimed do Brasil, Unimed Fesp e Seguros Unimed, em parceria, promovem a 3ª Compliance Week.

Gratuito e on-line, o evento acontece entre os dias 13 e 15 de setembro e conta com a presença de diversos especialistas que abordam reflexões acerca do fortalecimento do compliance no Sistema Unimed.


Na abertura, realizada na manhã do dia 13/9, o presidente da Unimed Fesp, Dr. Eduardo Chinaglia, exaltou a parceria com a Unimed do Brasil e a Seguros Unimed na realização do evento e reforçou que a integração é um dos pilares fundamentais do sistema cooperativo.


"Nesse encontro, os temas de governança, riscos e conformidade vão ser debatidos tendo como cenário a importância de um Sistema Unimed ainda mais coeso, superando desafios e trabalhando para alcançar objetivos comuns", acrescentou ele.

 
Dr. Eduardo Chinaglia, presidente da Unimed Fesp, em abertura da 3ª Compliance Week

Como o compliance contribui na efetividade do ESG


A primeira palestra da Compliance Week, "Como o compliance contribui na efetividade do ESG", foi conduzida pelos palestrantes André Winter, da KPMG, e Eduardo Pioltine Rachid, da Unimed do Brasil.


Em sua apresentação, André pontuou que cada vez mais os governos e a sociedade em geral têm tido uma demanda de responsabilizar empresas e instituições por seus impactos no meio ambiente. "Isso tem sido refletido no crescente número de normas e regulamentações globalmente sobre fatores de ESG", afirmou. Para ele, o setor de saúde precisa estar atento aos impactos causados no ambiente, tendo em vista que cerca de 4% das emissões de dióxido de carbono (CO2) são derivadas da saúde.

 
André Winter e Eduardo Rachid apresentam primeira palestra da 3ª Compliance Week

Em sequência, Eduardo enfatizou os dados apresentados por André com relação à emissão de CO2 do setor de saúde e apresentou as ações desenvolvidas pela Unimed do Brasil, para disseminação no Sistema, tendo como objetivos centrais cuidar do planeta para uma vida melhor, cuidar e respeitar todas as pessoas e fortalecer a governança sistêmica da Unimed.


Uma das iniciativas da Unimed do Brasil é o programa Carbono Neutro. "Nós criamos uma calculadora gratuita para que as Unimeds façam seus Inventários de Emissão de Gases de Efeito Estufa (IEGEE). Contamos já com 105 Unimeds e 9 hospitais fazendo seus inventários e o nosso objetivo é ter 100% do Sistema usando essa calculadora", explicou.


Além dele, o Programa Nacional de Gestão e Relacionamento com o Cooperado, implantado em 16 Federações e suas Singulares, é uma iniciativa visando o pilar social para atrair novos cooperados e aumentar a satisfação dos que já estão no Sistema.


Eduardo citou ainda como ações em andamento o programa de formação ESG in Company, Relato Integrado GRI, Signatários do Pacto Global, Selo ESG Unimed, Programa de Integridade, Canal de Ética e ações de aculturamento e comunicação.

 
Angélica Carlini ministra palestra sobre governança corporativa e cooperativismo

Governança corporativa e cooperativismo


A segunda palestra do dia, "Governança corporativa e cooperativismo", teve a moderação de Marco Fenoglio, da Seguros Unimed, e foi apresentada por Angélica Carlini, da Carlini Sociedade de Advogados.


Para Angélica, a discussão sobre sustentabilidade precisa ser mais ampla. "Sustentabilidade não é só reciclar material. O que estou propondo é que a gente recicle ideias, práticas, propostas, objetivos e valores. Uma reciclagem que garanta sustentabilidade, mas que também implique em novas práticas de inclusão, diversidade, compliance e gestão de riscos", enfatizou.


Segundo ela, pensar na sustentabilidade e inovação de práticas de gestão, organização e métricas, é essencial para projetar o Sistema Unimed no futuro.


"Um dos pontos essenciais nas práticas cooperativistas é detectar, prevenir e monitorar riscos financeiros, legais e reputacionais. Não há como implementar uma cultura de colaboração se a gente não estiver empenhado nisso", complementou Angélica.

 
Bruno Branco Santos e Celso de Almeida Polvora destacaram o valor da segurança da informação

Segurança da informação

Iniciando as apresentações do período da tarde, Bruno Branco Santos, da Unimed Nacional, desmistificou alguns mitos relacionados à segurança da informação e compartilhou as práticas adotadas pela Unimed Nacional voltadas para a proteção de dados, como termo de confidencialidade e apagamento de dados, revisão e automação de acessos, plano de gestão de incidentes e simulados, entre outros. 

Bruno enfatizou que as estratégias de proteção de dados são essenciais para a evolução dos negócios de forma segura. “Segurança e proteção de dados é negócio, é estratégia, é compliance”, ressaltou. 

Para complementar, Celso de Almeida Polvora, da Unimed do Brasil, falou sobre a importância da governança de segurança da informação. “A governança pode ser implementada por meio de políticas, padrões e procedimentos”, explicou. 
 
Giovani Agostini Saavedra e Sabrina Pezzi falaram sobre os desafios do canal de denúncias

Canal de denúncias   

A última mesa desta quarta-feira (13/9) abordou o tema “A regulamentação do canal de denúncias e os desafios na prática” e contou com a participação de Giovani Agostini Saavedra, do escritório Saavedra & Gottschefsky – Advogados, e de Sabrina Pezzi, da Unimed Poá. 

Durante a apresentação, os palestrantes reforçaram a importância do canal de denúncias, fluxos do canal e etapas e processos de investigação, além de destacarem a relação entre o canal e a efetividade do programa de integridade e do compliance das instituições. “A gestão das denúncias faz parte do Sistema de Gestão de Compliance. Isso significa que a efetividade do canal de denúncias depende da eficácia na implementação do sistema de gestão de compliance”, pontuou Giovani. 

Sabrina explicou que as denúncias formam um importante indicador do programa de integridade das cooperativas. “Ter um canal de denúncias, sem denúncias requer uma avaliação do programa de integridade. Da mesma forma, um grande volume de denúncias também deve acender um sinal de alerta sobre a efetividade do programa”, afirmou. 
Eloy Rizzo Neto e Jeber Juabre Junior fizeram análises sobre a lei anticorrupção
 
10 Anos da lei anticorrupção

Nesta quinta-feira (14/9), a Compliance Week iniciou as atividades do segundo dia de evento com a mesa “10 anos da lei anticorrupção – Desafios e tendências”, com apresentações de Eloy Rizzo Neto, sócio da Demarest, e de Jeber Juabre Junior, consultor Jurídico da Unimed do Brasil e da Unimed Fesp. 

 Eloy exaltou o sistema de combate à corrupção brasileiro, afirmando que se trata de “um sistema extremamente sério, com um complexo de órgãos habilitados para investigar e aplicar as regras da lei anticorrupção”.  Ao fazer uma análise sobre os últimos 10 anos da legislação, o sócio da Demarest pontuou que a lei anticorrupção tem aprovação de 95% do setor empresarial brasileiro, sendo bem-vista pois contribui para a disseminação da cultura de integridade em toda a sociedade. “A lei é percebida como uma vantagem competitiva para o País, contribuindo para a atração de investimentos estrangeiros de qualidade”, ressaltou.  

Em sua apresentação, Jeber Juabre reforçou que a ética é inegociável e que não há outro caminho para os negócios que não seja por meio da governança corporativa. “Precisamos engrossar o discurso pró-ética e de inconformismo com o afrouxamento das regras da lei anticorrupção”, afirmou. 

O consultor jurídico também destacou o valor da integridade no Sistema Unimed. “A única operadora que não foi citada da CPI da pandemia foi a Unimed. Esse fato é um motivo de muito orgulho para o sistema”, enfatizou.  
 
Renata Rebelo dos Santos exaltou os benefícios da RN 518
RN 518

Na sequência, Renata Rebelo dos Santos, da Unimed Seguros, conduziu a palestra “A gestão de riscos à luz da RN 518”, na qual contextualizou os participantes sobre a resolução normativa, destacou os benefícios da aderência à RN 518 e compartilhou a experiência da Seguros Unimed no gerenciamento de riscos. 

Renata explicou que embora a RN 518 traga uma demanda regulatória, os benefícios da gestão de risco vão muito além do que o simples atendimento à normativa. “A governança não se limita às questões regulamentárias, essa estrutura tem um potencial estratégico, contribuindo para a profissionalização e para a imagem das instituições”, afirmou.  

Cultura de integridade

Iniciando a programação do período da tarde, com moderação de Leandro Silva, da Unimed do Brasil, os palestrantes Galber Leite, da Unimed Fortaleza, e Juliana Nascimento, da KPMG, discorreram sobre a implantação de uma cultura de integridade.


Para Galber, uma cultura de integridade bem implantada e definida está diretamente relacionada a seis pontos: conformidade legal, reputação e prevenção de escândalos, melhora da tomada de decisão, competitividade e eficiência operacional, responsabilidade social e sustentabilidade, e atração e retenção de talentos.


"Não adianta falar de cultura de integridade sem falar do programa de integridade. E o primeiro pilar desse programa é comprometimento da alta administração. Se não houver uma liderança comprometida querendo fazer acontecer, o programa não vai seguir adiante", pontuou.

 
Galber Leite e Juliana Nascimento falam sobre cultura de integridade na Compliance Week

Galber citou a resistência às mudanças como o principal desafio para a implantação de uma cultura de integridade. "Compliance é algo novo no nosso negócio, então é natural que a gente tenha uma resistência cultural", disse. Além deste, ele citou ainda como desafios: falta de comprometimento da liderança, complexidade regulatória, falta de recursos, treinamentos inadequados, Código de Conduta ou documentos não relacionados aos riscos, comunicação ineficaz, dificuldade para mensuração de resultados e desafios tecnológicos.


Para Juliana, um aspecto fundamental para a construção dessa cultura é a educação e o treinamento, pois isso tem potencial de modificar a mentalidade das pessoas. Ela cita, ainda, que esse trabalho deve ser feito com as equipes de médicos. "Eles têm papel chave dentro dessa transformação quando nós pensamos em cultura de integridade organizacional e os desafios com relação a isso, desde uma relação do médico com o paciente, com o fornecedor ou com a equipe que dá suporte a ele", explicou.


"Além de desenvolver treinamentos, eu entendo que podem ser criados treinamentos de ética e integridade específicos. Vamos chamar, por exemplo, a equipe assistencial para fazer um treinamento de ética e integridade considerando a realidade do dia a dia deles", complementou ela.

 
Toque Experience apresenta a peça "Não é porque todo mundo faz"

Não é porque todo mundo faz

Na sequência, a companhia Toque Experience apresentou a peça teatral "Não é porque todo mundo faz" para evidenciar os riscos do uso inadequado do plano de saúde. De forma descontraída e divertida, o breve espetáculo mostra um anjo da guarda corporativo que costumava cuidar da saúde dos colaboradores, mas ao sentir que não era mais tão necessário, decide se afastar para tirar férias e deixá-los por conta própria. Os personagens que interpretam os colaboradores, então, passam a realizar fraudes no plano de saúde.


 
Debate encerra o segundo dia de programação da 3ª Compliance Week
 
Após a apresentação da peça, para encerrar o segundo dia de evento, Leandro Silva, da Unimed do Brasil, Marco Fenoglio, da Seguros Unimed, Guilherme Patez e Filipe Passos, da Unimed Fesp, debateram sobre o que foi mostrado no espetáculo e evidenciaram a importância de combater as fraudes.

 
Marco Aurélio Florêncio Filho falou sobre fraudes na saúde

Fraudes na saúde

O último dia da Compliance Week iniciou com uma palestra com o advogado Marco Aurélio Florêncio Filho, do escritório Florêncio Filho & Camargo Aranha Advogados, com o tema “Fraude na saúde e a responsabilidade criminal”. 

O palestrante apresentou diversos exemplos de fraudes que podem ocorrer em diversas esferas da atuação das operadoras de saúde como entre beneficiários do serviço e profissionais da saúde, prestadores e operadoras, fornecedores e profissionais da saúde etc. “Precisamos zelar pela estrutura de todo o sistema de saúde. Uma fraude de uma doença pré-existente na declaração de saúde tem impacto no equilíbrio financeiro da operadora”, afirmou. 
 
Letícia Sugai ressaltou a importância da gestão de terceiros
 
Gestão de terceiros

Na sequência, a consultora Letícia Sugai, da Veritaz Gestão de Riscos e Compliance, fez uma apresentação sobre o tema “Gestão de terceiros”, na qual explicou como conhecer, analisar, classificar e monitorar os riscos de terceiros. 

Letícia ressaltou que é importante conhecer o “Ikigai” (propósito) de sua instituição e dos terceiros para que ambos possam se fortalecer e criar um ecossistema que trabalhe em conjunto em busca dos mesmos ideais. “Ecossistemas são construídos por participantes com diferentes pontos fortes que se apoiam mutuamente”, pontuou. 
 
Debate sobre o Selo Pró-Ética encerra a 3ª Compliance Week

Integridade corporativa e a jornada para o Selo Pró-Ética

A 3ª edição da Compliance Week foi encerrada com o painel "Integridade corporativa e a jornada para o Selo Pró-Ética", trazendo um debate sobre desafios, benefícios e outros pontos importantes da avaliação para a conquista do selo. A programação teve a participação de Leandro Silva, da Unimed do Brasil, Camila Gama, da Unimed Fesp, e Sara Crepardi, da Seguros Unimed.


O Selo Empresa Pró-Ética é concedido pelo Instituto Ethos e a Controladoria Geral da União (CGU), por meio de uma avaliação extensa e bienal, para as empresas que possuem um programa de integridade bem estruturado e atendam aos requisitos. "Quem busca o selo sabe que é um processo bem exigente, mas esse reconhecimento é bem importante para as nossas áreas de compliance", enfatizou Leandro.


De acordo com Sara, o engajamento de outros departamentos na avaliação é um dos grandes desafios. "A parte mais difícil foi fazer com que as outras áreas entendessem que o Selo Pró-Ética não era uma entrega só de compliance. Não se constrói uma cultura de integridade sozinha", destacou.


Para Camila, um outro desafio é a manutenção do selo após o período de avaliação. "Para conseguir o selo você vai mandar toda a documentação certinha, mas aquilo precisa continuar. Se não tiver cuidado, no próximo ciclo terá dificuldade", pontuou.


Ela ressaltou também a importância da participação no ciclo de avaliação, mesmo que o selo não seja conquistado. "Independentemente do resultado ser positivo ou negativo, você vai ter um material muito rico para trabalhar. Você vai saber o que precisa melhorar", concluiu Camila.