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Como combater o vício da garotada em videogames

Como combater o vício da garotada em videogames

No período de férias, com mais tempo livre, as crianças e adolescentes podem querer passar mais horas jogando; veja como contornar a situação

Como combater o vício da garotada em videogames

7 Fevereiro 2020

Crianças e jovens de férias é sinônimo de mais tempo livre em casa. Como as novas gerações são muito mais ligadas à tecnologia, na prática significa que estarão em contato constante com videogame, celular e tablets. Os jogos de videogame, que eles podem duelar com amigos em outros lugares, são os que mais atraem a garotada. Não é difícil que eles passem horas a fio com o controle à mão, olhos grudados na tela da TV e atenção total ao desempenho em games como Fortnite, Fifa e Apex Legends.

amigos jogando videogame

A prática, no entanto, tornou-se objeto de preocupação de pais e profissionais de saúde. Recentemente, a Organização Mundial de Saúde (OMS) decidiu que o vício nesses jogos é realmente um problema de saúde, tanto que “vício em games” estará na Classificação Internacional de Doenças (CID) como um transtorno mental.

A OMS define os sintomas para que uma pessoa seja considerada viciada em games, que são:

  • Priorizar o videogame a outras atividades sociais ou corriqueiras, como almoçar e a realização de tarefas da escola
  • Não controlar a frequência, intensidade e tempo em que fica jogando
  • Manter ou aumentar cada vez mais a frequência com que joga, mesmo após ter alguma consequência negativa atrelada ao hábito

Estudos científicos já demonstraram que o uso excessivo de videogames pode ocasionar o aumento dos batimentos cardíacos, da pressão sanguínea e do ritmo respiratório. Também favorece a liberação de dopamina no cérebro, interfere na qualidade do sono e pode prejudicar o processo de aprendizagem.

A principal dica dos especialistas é que os pais conversem com os filhos e esclareçam sobre os prejuízos para a saúde, comportamento e vida social que o uso constante de videogames pode causar. Além disso, vale estimular a prática de outras atividades, como as esportivas ao ar livre, a ida ao cinema ou teatro, um passeio com o cãozinho da família ou uma simples caminhada no parque perto de casa. Pedir ajuda a eles nas tarefas de casa também é outra maneira de estimulá-los a cooperar, se afastando um tempo dos games.

pai e filho jogando videogame

Jogo do bem

Pesquisas já mostraram que enquanto os meninos tendem a ficar mais dependentes dos jogos eletrônicos, as meninas das redes sociais. Especialistas alertam que os pais fiquem atentos ao comportamento dos filhos e à frequência da exposição aos videogames. No entanto, ressaltam que há um lado positivo dos games que não deve ficar esquecido. Há treinamentos, aulas e até jogos desenvolvidos especificamente para favorecer a aprendizagem e para atividades terapêuticas em hospitais. Até mesmo como lazer em casa, poucas horas jogando não é uma ameaça à saúde.

A OMS estimou que menos de 10% dos jogadores são realmente dependentes. Pesquisas já indicaram que o comportamento muitas vezes está trelado à depressão. De qualquer forma, cabe aos pais monitorar o uso da ferramenta pelos filhos e estimular para que a prática não se torne um vício.


Texto: Karina Fusco | Edição: Ana Carolina Giarrante e Michel Vita | Design: Alex Mendes

Fonte: Organização Mundial de Saúde e Programa de Dependências Tecnológicas do Ambulatório Integrado dos Transtornos de Impulsos (Pro-Amiti) do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas (HC) da Universidade de São Paulo (USP).

Conteúdo aprovado pelo responsável técnico-científico do Portal Unimed.


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