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O hábito de fumar e seus malefícios psicológicos e físicos

O hábito de fumar e seus malefícios psicológicos e físicos

O hábito de fumar e seus malefícios psicológicos e físicos

27 Maio 2014

Trinta e um de maio é o Dia Mundial Sem Tabaco, data criada em 1987 pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para alertar sobre as doenças e mortes evitáveis relacionadas ao tabagismo.

Um estudo realizado pela Aliança de Controle do Tabagismo (ACT) mostrou que o Brasil gasta em torno de R$ 21 bilhões no tratamento de pacientes com doenças associadas ao cigarro. O estudo revelou, ainda, que o tabagismo é responsável por 13% das mortes no País. Ao todo, são 130 mil óbitos anuais, sendo 350 por dia. Dados do Ministério da Saúde indicam que a fumaça do cigarro reúne cerca de 4.700 substâncias tóxicas diferentes, muitas delas cancerígenas.

Mas você tem ideia de como surgiu o uso do tabaco? Ele era usado na prática de feitiçarias, nas quais os indígenas acreditavam que a fumaça afastava os “maus espíritos”. Hoje em dia, o fumo é consumido em larga escala, consequência da herança daqueles costumes nativos. E, apesar dos números assustadores, por muito tempo o hábito de fumar era considerado elegante e charmoso, com forte apelo psicológico.

Para Mariana Finco, psicóloga associada da Unimed Londrina, a guerra contra o tabagismo se divide em três batalhas: a dependência da nicotina, que é uma droga que estimula o sistema nervoso central, fazendo-o funcionar de maneira acelerada; o hábito, ou seja, comportamentos do tipo fumar após refeições, junto ao cafezinho, ambientes sociais, no carro, entre outros; e a dependência emocional, isto é, o fato de os dependentes acreditarem que o cigarro os acalma e é seu “companheiro”. “Todos esses são fatores que atrapalham a pessoa deixar de fumar, é como se a vida fosse ficar chata sem o cigarro, há crenças de que dificultam esse processo”, esclarece a especialista, acrescentando que, geralmente, as pessoas começam a fumar de maneira recreativa, sob a influência de amigos ou até mesmo dos pais que fumam e acabam estimulando o hábito, mesmo que indiretamente. “O mais comum é que a dependência se instale em uma fase imatura da vida, o jovem acredita que, com o cigarro, vai ter maior facilidade de sociabilização, além de uma oportunidade de mostrar que tem personalidade.”

Mariana também chama a atenção para os malefícios psicológicos provocados pelo hábito de fumar. “É muito comum confundir prazer com alívio. Existe uma crença de que fumar proporciona prazer e, na verdade, o cigarro oferece alívio imediato. O prazer consiste em tudo aquilo que soma em nossas vidas, como uma viagem, um jantar rodeado de boa companhia, momentos com quem amamos. O cigarro não soma, apenas alivia a angústia e a necessidade da nicotina que o corpo deseja”, explica a psicóloga, destacando que o autoconhecimento é de suma importância para não aderir a esse hábito. “É normal passarmos por dificuldades, estresse, ansiedade, mas devemos buscar maneiras saudáveis de extravasar esses sentimentos negativos, por meio de atividade física, uma boa leitura, boas conversas, vida social de qualidade. Muitas pessoas têm dificuldade em lidar com o vazio e optam pelo cigarro, escondendo-se de si”, complementa.

Além disso, o tabagismo traz diversos problemas físicos, tais como doenças coronarianas, pulmonares obstrutivas crônicas e cerebrovasculares, cânceres em geral, úlceras digestivas e infecções respiratórias variadas. Vale salientar, também, o envelhecimento precoce da pele, a mudança da voz e os gastos financeiros.

A boa notícia é que o consumo de tabaco caiu 20% no Brasil nos últimos seis anos, de acordo com o Levantamento Nacional de Álcool e Drogas (Lenad) divulgado no final de 2013 pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Em 2012, 15,6% da população brasileira declarou ser fumante, enquanto o índice do primeiro levantamento, feito em 2006, era de 19,3%. A queda foi maior entre os adolescentes (45%), de 6,2% em 2006 para 3,4% em 2012.


Ana Carolina Giarrante

Conteúdo aprovado pelo responsável técnico-científico do Portal Unimed.


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