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Doença do esquecimento: saiba mais sobre Alzheimer e outras síndromes

Doença do esquecimento: saiba mais sobre Alzheimer e outras síndromes

A doença do esquecimento pode ter muitas causas diferentes. Aprenda a identificar os sinais e conheça os tratamentos nesse artigo.

Doença do esquecimento: saiba mais sobre Alzheimer e outras síndromes

21 Abril 2017

 

Doença do esquecimento é, geralmente, relacionada ao Alzheimer. Mas existem outras causas e fatores associados à perda de memória. Elas afetam, inclusive, as pessoas mais jovens — e não estão, necessariamente, ligados à doença. 

 

Lapsos de memória costumam ser frustrantes e, às vezes, preocupam. Quando acontecem com mais frequência podem despertar o medo de desenvolver algum transtorno neurodegenerativo, como a doença de Alzheimer. 

 

O Mal de Alzheimer é a forma mais comum de demência, segundo o National Center for Biotechnology Information. 

 

Mas, graças às informações do Departamento de Neurologia da Unicamp, sabemos que o esquecimento em geral não tem, necessariamente, relação com doenças cerebrais. 

 

Em pessoas com idade abaixo de 60 anos, as queixas de esquecimento são muito comuns, mas que não têm essa ligação. Existem muitas causas de esquecimento em eventos do dia a dia relacionados à ansiedade, que é algo muito prevalente nos dias de hoje.

 

É importante, portanto, saber diferenciar um “branco” inofensivo de uma possível doença do esquecimento — e entender quando você deve procurar ajuda. 

 

Para isso, dedicamos este artigo para falar sobre a doença do esquecimento, esclarecendo o assunto e dando dicas de como prevenir ou reduzir esse problema.

 

Você vai entender: 

 
  • Alzheimer: a doença do esquecimento
  • Medidas para reduzir o esquecimento
  • Quais são as causas mais comuns do esquecimento?
  • Quando devo consultar um médico sobre o esquecimento?
  • Como se trata a doença do esquecimento?
 

Boa leitura!

Alzheimer: a doença do esquecimento

  O número de pacientes com Alzheimer deve duplicar nos próximos 20 anos
 

O Mal de Alzheimer é uma doença que causa a degeneração de células do cérebro, levando a um quadro conhecido como demência. Na medicina, demência se refere à redução da capacidade cognitiva persistente e progressiva. No entanto, nem todo o tipo de demência está relacionado ao Mal de Alzheimer. 

 

Os sintomas principais do Alzheimer são a perda de memória progressiva, dificuldade em raciocinar e falar, além da problemas para identificar pessoas ou objetos e suas funções.

 

O Mal de Alzheimer evolui com o tempo, e a memória vai sendo cada vez mais prejudicada. A doença afeta, a princípio, a memória recente. Isso é, o paciente terá dificuldades ao tentar se lembrar de eventos ocorridos ao longo do dia ou a tarefa que está realizando. 

 

Gradualmente, a memória do longo prazo passa a ser afetada. Nesse estágio, o paciente passa a esquecer de pessoas e acontecimentos de sua vida, começando dos mais recentes.

 

Um dos maiores obstáculos é que a pessoa acometida pela demência não reconhece o seu estado. No entanto, é preciso entender que nem todo prejuízo de memória é um sinal de Alzheimer. O envelhecimento, por si só, é uma das causas mais comuns do esquecimento. 

Saiba como diferenciar o alzheimer do envelhecimento

A chamada “perda de memória associada à idade” é um declínio leve e normal do cérebro, à medida que envelhecemos. 

 

Quem começa a sofrer prejuízos de memória, normalmente sente dificuldade com as memórias de curto prazo. Coisas como onde colocaram a chave do carro ou o que comeram na noite anterior. 

 

A diferença entre esse esquecimento causado pelo envelhecimento, para aquele que é sintoma de demência ou de Alzheimer, é que o primeiro não impede que a pessoa exerça suas atividades diárias. 

 

O Alzheimer afeta o juízo e a consciência, impactando na qualidade de vida do paciente.

 

Já o idoso esquecido não perde suas faculdades mentais nem motoras. Existe, é claro, um declínio nessas funções. No entanto, ele acontece em uma intensidade que não causa impactos graves na rotina do idoso.

Quando o esquecimento é uma doença?

Como você já deve ter entendido, é preciso prestar atenção no quanto os esquecimentos afetam a rotina diária. Se o esquecimento impede ou prejudica o trabalho, os afazeres da casa ou até mesmo a higiene pessoal, esse é um sinal de alerta e um médico deve ser consultado.

 

O curioso aqui, no entanto, é que tem uma diferença na percepção do esquecimento como problema: o idoso que vê como problema o fato de estar esquecendo das coisas, geralmente, não sofre com nenhuma doença. São os familiares que se incomodam com os episódios de perda de memória, nos casos de demência ou Alzheimer. Este comportamento pode servir, também, como um sinal de alerta.

Medidas para reduzir o esquecimento

 

Fortaleça o cérebro com exercícios e atividades intelectualmente estimulantes

 

Se você está preocupado com a perda de memória, é possível tomar algumas medidas. A mudança no seu comportamento pode permitir que você tenha uma melhor qualidade de vida e reduza os episódios de esquecimento. 

 

Você já deve ter percebido: quanto mais você repete uma atividade, mais fácil ela fica. Da mesma forma, quando você passa muito tempo sem treino ou tentar algo novo, passará por algumas dificuldades. 

 

Isso acontece porque tarefas parecidas ativam os mesmos “caminhos” de comunicação entre os neurônios (sinapses), segundo a Association for Psychological Science. É como uma trilha na floresta: na primeira travessia, é preciso abrir caminho. Depois, percorrer o mesmo caminho é bem mais fácil.

 

Dessa forma, exercícios que estimulem o cérebro são altamente recomendados, de acordo com a PUC-sp, bem como atividades que exigem criatividade. 

 

Jogos de memória ou estratégia, palavras-cruzadas, sudoku e xadrez são alguns exemplos. Você também pode estudar idiomas ou história, decorar poemas ou resolver problemas matemáticos. 

 

Além destes estímulos, que você pode inserir facilmente na sua rotina diária, a Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein sugere algumas outras mudanças nos seus hábitos de vida, como: 

 
  • Fazer exercícios físicos regulares
  • Manter uma alimentação saudável, com frutas e verduras
  • Não fumar
  • Ingerir bebidas alcoólicas com moderação
  • Dormir o suficiente
  • Participar de atividades que sejam sociais e intelectualmente estimulantes
  • Fazer exames de rotina regularmente
  • Evitar situações com alto nível de estresse
  • Proteger a cabeça de lesões

Quais são as causas mais comuns do esquecimento?

Segundo a Escola de Medicina de Harvard (Harvard Medical School), há muitas causas tratáveis relacionadas ao esquecimento. 

 

A instituição elencou seis circunstâncias comuns. Algumas envolvem hábitos diários, enquanto outras estão relacionadas à saúde. Se os lapsos de memória estiverem incomodando, é aconselhável conversar com o médico para descobrir a raiz do problema. 

 

Muitas vezes, algo como dormir mais, trocar um medicamento ou participar de um programa de redução do estresse é suficiente para sentir a diferença.

 

Veja a seguir as causas mais comuns do esquecimento segundo a Escola de Medicina de Harvard:

Não dormir o suficiente

A falta de boas noites de sono pode levar a mudanças de humor e ansiedade que, por sua vez, contribuem para o aparecimento de falhas de memória. É essencial que sua mente e corpo descansem, preferencialmente por oito horas. 

 

Dormir no período da noite também faz a diferença. Isso porque no período noturno, é mais fácil para o organismo atingir um estado profundo do sono, chamado REM. 

 

Nesse estágio, acontecem mudanças fisiológicas importantes, como o aumento da pressão arterial e da velocidade dos batimentos cardíacos, contribuindo para o desenvolvimento de funções intelectuais superiores, como memória, julgamento e aprendizado.

Uso de medicamentos

Tranquilizantes, antidepressivos e alguns medicamentos para a pressão arterial podem afetar a memória, geralmente causando sedação ou confusão. 

 

Fale com o seu médico se suspeitar que uma nova medicação está afetando a sua memória. É possível que apenas um ajuste na dosagem seja o suficiente para corrigir o problema. Caso contrário, um novo medicamento poderá ser prescrito. 

Hipotireoidismo

 

Esta doença, que afeta a glândula da tireoide, é caracterizada pela baixa ou nenhuma produção dos hormônios T3 (triodotironina) e T4 (tiroxina). 

 

A insuficiência de hormônios tireoidianos provoca a desaceleração das funções do corpo, causando sintomas como cansaço, sonolência, frio, fala lenta, esquecimento ou confusão. 

Excesso de álcool

 

Ingerir bebidas alcoólicas em excesso pode afetar a memória de curto prazo, mesmo após os efeitos do álcool terem passado. 

 

Por isso, manter uma alimentação equilibrada e deixar as bebidas alcoólicas para um consumo socialmente moderado é muito importante para a saúde e preservação da sua memória — além de, claro, evitar inúmeras outras doenças ou desconfortos. 

Estresse e ansiedade

 

O estresse e a ansiedade podem interferir na atenção e bloquear a formação de novas memórias — ou a recuperação das antigas. 

 

Isso acontece, em partes, porque as pessoas estão preocupadas com algo. Por isso, desviam sua atenção (e sua memória) para outros assuntos, aumentando as ocorrências de esquecimento. 

Depressão

 

A depressão pode resultar em um tipo de perda de memória parecida com a causada por demência. Além disso, é bastante comum que a demência cause depressão. 

 

Assim, fica difícil distinguir qual é a causa principal do esquecimento. No entanto, pessoas com perda de memória causada por depressão estão cientes do problema e reclamam dele. As pessoas com demência, ao contrário, não reconhecem o problema. 

 

Entre outros sintomas da doença estão a dificuldade de concentração, lentidão, problemas com o sono, perda de apetite e tristeza profunda.

Quando devo consultar um médico sobre o esquecimento?

 

Você pode mudar alguns hábitos para reduzir os problemas de esquecimento, mas fique atento aos sintomas mais graves

 

Como falamos anteriormente, nem sempre as situações de esquecimento são sintomas de alguma doença mais grave, como demência ou Alzheimer. 

 

Pode acontecer episódios de perda de memória por diversos outros motivos, como as que citamos nesse artigo. Para algumas dessas causas, uma revisão nos seus hábitos de vida pode ser suficiente. Para outras, porém, você pode precisar de ajuda médica.

 

Assim, procure um médico se você:

 
  • Está com dificuldade de executar suas atividades diárias de rotina 
  • Não consegue prestar atenção em algo específico, como um filme ou uma palestra
  • Parece confuso, sem foco ou desorientado
  • Sente-se deprimido e pensa em prejudicar a si mesmo
  • Apresenta um sintoma que indique problema no sistema nervoso, como cefaleia, dificuldade em utilizar ou compreender a linguagem, lentidão, problemas de visão ou tontura
 

Na consulta, o médico irá fazer alguns questionamentos para averiguar se o seu esquecimento é, de fato, patológico. 

 

É recomendável que você vá à consulta com algum parente ou amigo próximo, que possa ajudá-lo a descrever com precisão os seus problemas de falta de memória. 

 

Além das perguntas de histórico familiar e do comportamento, o médico poderá fazer alguns testes e exames físicos. 

 

Os exames são mais direcionados à área neurológica, enquanto os testes servem para avaliar alguns aspectos do funcionamento mental, como orientação de espaço e tempo, concentração, atenção, memória de curto e longo prazo e uso da linguagem. 

Como se trata a doença do esquecimento?

Podem existir muitas causas diferentes para o esquecimento. Por isso, é importantíssimo consultar um médico. Na consulta e por meio de exames, é mais fácil encontrar a raíz do problema.

 

Uma vez que a doença do esquecimento tenha sido esclarecida e sua causa identificada, o médico prescreverá o tratamento adequado, que pode variar desde mudanças de hábito até medicamentos. Esses tratamentos ou medicamentos podem melhorar, de forma temporária, o funcionamento mental, incluindo a memória. 

 

A boa notícia é que já existem pesquisas bastante promissoras associadas a uma possível cura para o Alzheimer

 

Se a doença do esquecimento estiver em um grau mais avançado, prejudicando a segurança do paciente, algumas medidas de apoio devem ser tomadas. Por exemplo:

 
  • Revise a casa da pessoa doente para implementar medidas de proteção, evitando quedas ou acidentes
  • Utilize calendários, relógios, post-its e outros materiais como forma de reforçar as orientações
  • Estabeleça uma rotina regular, seguindo-a com rigor
  • Busque atividades agradáveis ou estímulos, como TV ou música
  • Considere a contratação de um profissional para melhor atender o idoso

Conclusão

 

A doença do esquecimento pode ter diferentes causas e, em casos graves, exige muito comprometimento familiar

 

Quando falamos de doença do esquecimento, nem sempre estamos nos referindo à Alzheimer. O Mal de Alzheimer atinge milhões de pessoas em todo o mundo. No entanto, problemas com esquecimento podem ser causados por inúmeros fatores, incluindo a rotina conturbada e estresse dos dias atuais. 

 

Se você acredita que os seus problemas com esquecimento estão afetando o seu desempenho profissional ou dificultando a realização de atividades diárias, de rotina, procure um médico. 

 

Gostou de saber mais sobre a doença do esquecimento? Se ficou alguma dúvida, deixe um comentário! 

 

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Rafaela Fusieger / Designer: Ana Carla Bortoloni

Fonte: Harvard Health Publications / Unicamp

Conteúdo aprovado pelo responsável técnico-científico do Portal Unimed.


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