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Outubro rosa: o câncer do colo do útero pode ser prevenido

Outubro rosa: o câncer do colo do útero pode ser prevenido

Além do câncer de mama, a campanha alerta para outros assuntos importantes para a saúde da mulher

Outubro rosa: o câncer do colo do útero pode ser prevenido

22 Setembro 2020

Você sabia que mais de 40% dos cânceres em mulheres são ginecológicos? Segundo estimativa do Instituto Nacional do Câncer (Inca), o mais comum entre esses é o câncer de mama (29,7%), seguido dos de colo do útero (7,5%), ovário (3%) e corpo do útero (2,9%).

Enquanto as doenças de mama, ovário e corpo do útero são mais comuns entre mulheres acima de 50 anos, o câncer do colo do útero é mais frequente entre as mulheres jovens. Ele é também mais possível de ser prevenido. Vamos falar sobre isso?

 

O que é e como prevenir o câncer do colo do útero

Sintomas de câncer do colo do útero

Outros cânceres ginecológicos

Mudar hábitos e conhecer o próprio corpo

 

O que é e como prevenir o câncer de colo de útero

O colo do útero é a parte mais baixa e estreita do útero, localizada no fim do canal vaginal. O câncer nessa região é causado por infecções não tratadas, a maior parte provocada por alguns tipos de Papilomavírus Humano – HPV.

Estima-se que existam mais de 200 tipos de HPV. Apesar de serem sexualmente transmissíveis, o preservativo, nesse caso, protege apenas parcialmente. Isso porque a transmissão dos HPVs também acontece pelo contato pele a pele de vulva, períneo e bolsa escrotal.

 

Importante: o preservativo (masculino ou feminino) ainda é a melhor forma de prevenir outras infecções sexualmente transmissíveis e segue altamente recomendado!

Vacina contra HPV

A boa notícia é que existe vacina contra o HPV: ela protege contra os tipos 6 e 11, que causam verrugas genitais, e os 16 e 18, responsáveis por cerca de 70% dos casos de câncer do colo do útero, por isso, é chamada de quadrivalente ou tetravalente.

Desde 2014, a vacina contra o HPV está disponível no sistema público de saúde para meninas entre 9 e 14 anos e meninos de 11 a 14 anos.

A vacina é mais indicada para essa faixa etária, pois induz melhor resposta quando comparada a adultos jovens e porque as jovens vacinadas sem contato prévio com HPV têm maiores chances de proteção contra lesões que podem provocar o câncer uterino.

Em casos de transplantados, portadores de HIV ou pessoas em tratamentos de câncer, o prazo é prolongado até 26 anos, mas requer prescrição médica.

Outras faixas etárias podem se vacinar no sistema privado, se recomendado pelo médico. Lembrando que a vacina tetravalente é liberada pela Anvisa para o sexo feminino, dos 9 aos 45 anos, e masculino, dos 9 aos 26. E a bivalente, para o sexo feminino dos 9 aos 26 anos. A eficácia é maior entre os mais jovens que ainda não iniciaram a vida sexual e não foram expostos aos tipos virais presentes nas vacinas.

Fonte: Inca

O exame Papanicolau

Se você fez as contas, percebeu que a vacina não evita pelo menos 30% das infecções oncogênicas (que podem causar câncer). Aí entra a importância do exame citopatológico preventivo do câncer do colo do útero (Papanicolau), mesmo para mulheres vacinadas.

O Papanicolau é um exame simples e rápido, que colhe células do colo do útero para análise em laboratório. Ele é a principal forma de ter o diagnóstico precoce da doença ou detectar lesões iniciais antes que evoluam para o câncer.

O exame é recomendado para mulheres entre 25 e 64 anos de idade, que têm ou já tiveram vida sexual. O Ministério da Saúde orienta que o Papanicolau seja anual apenas nos dois primeiros anos e, não havendo alterações, seja repetido a cada três anos.

 

Sintomas de câncer do colo do útero

O câncer do colo do útero pode não apresentar sintomas na fase inicial. No entanto, é importante estar atenta ao corpo e consultar um médico caso perceba alterações suspeitas. Alguns sinais de alerta podem ser:

  • Sangramento vaginal
  • Corrimento ou secreção
  • Dor vaginal após relações sexuais
  • Dor abdominal associada a queixas urinárias ou intestinais

Vale repetir: esses sinais não significam necessariamente câncer. Como indicadores, o que eles demonstram é a necessidade de uma consulta médica para avaliação.

 

Outros tipos de cânceres ginecológicos

O câncer de ovário é o terceiro mais comum entre os ginecológicos. Os fatores de risco são semelhantes aos do câncer de mama: idade, obesidade, menarca precoce (primeira menstruação antes dos 12 anos), menopausa tardia (depois dos 52 anos), não ter gestado filhos, histórico familiar, mutações nos genes BRCA1 e BRC2.

Ele não tem sintomas específicos, mas as mulheres devem ficar atentas ao aumento de volume abdominal, prisão de ventre, aumento da frequência e urgência urinária, náusea e azia, dor abdominal, lombar ou na região pélvica e sangramento – lembrando que esses sinais podem estar relacionados a outros problemas ginecológicos.

Menos frequente, o câncer de corpo do útero está relacionado aos mesmos fatores hormonais e reprodutivos, além de ter associação com Diabetes Mellitus e síndrome de ovários policísticos. O sintoma mais comum é o sangramento vaginal no meio do ciclo, em excesso ou após a menopausa. Lembrando sempre que a presença de sintomas não representa diagnóstico, são apenas sinais a serem avaliados pelo médico.  

Outubro Rosa: confira as orientações sobre o  câncer de mama

 

Mudar hábitos e conhecer o próprio corpo

Não existe receita infalível para prevenir a maior parte dos cânceres, mas vimos que, para o do colo do útero, a prevenção é bem mais clara.

Vale lembrar que hábitos saudáveis ajudam a reduzir os riscos de desenvolver doenças, além de aumentar a qualidade de vida em geral: ter uma alimentação saudável, praticar exercícios regularmente, evitar o tabagismo e as bebidas alcoólicas.

Visitar o médico anualmente e não fazer tratamentos hormonais sem prescrição também são cuidados fundamentais quando se fala em saúde ginecológica.

Além disso, observar o corpo, conhecer a vulva, a vagina e as mamas são medidas importantes do autocuidado feminino. Esse autoconhecimento ajuda a reconhecer as alterações normais do ciclo menstrual e as suspeitas, para conversar com o médico de sua confiança. Que tal fazer dessa observação um hábito?


Texto: Agência Babushka | Edição e Revisão: Unimed do Brasil

Fonte: Febrasgo, Inca, Ministério da Saúde, Instituto Lado a Lado pela Vida

Revisão técnica: equipe médica da Unimed do Brasil


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