Procura por exames rápidos de HIV caíram 51% em Catanduva
Fake news causa desinformação e pode até atrapalhar o tratamento
Procura por exames rápidos de HIV caíram 51% em Catanduva
Fake news causa desinformação e pode até atrapalhar o tratamento
17 Dezembro 2020
Uma novidade mortal entre os anos 80 e 90, o HIV, vírus causador da Aids, se tornou uma doença crônica mais próxima e comum do que se imagina. De acordo com o Ministério da Saúde, 920 mil brasileiros são soropositivos; 77% deles fazem o tratamento com antirretroviral e, destes, 94% não transmitem o HIV por via sexual.
Em Catanduva, mesmo com a pandemia da Covid-19, a adesão ao tratamento manteve-se estável, porém, houve redução na procura pela testagem rápida para o diagnóstico do HIV. A procura foi 51% menor, se comparada ao mesmo período do ano passado.
Considerados grupos de risco, os portadores de HIV assistidos pelo Programa Municipal ISD/Aids, que tiveram Covid-19, apresentaram sintomas leves. “Eles permaneceram em isolamento domiciliar, sem a necessidade de um tratamento diferenciado”, disse a assistente social Mila Moraes Portapilla, coordenadora do programa.
Quem descobre que é portador do vírus HIV pode ter acesso, de forma gratuita, ao tratamento. Em seis meses, a carga viral está indetectável. “É importante deixar claro que a doença não tem cura”, ressaltou Mila. O HIV é uma doença que pode ser sexualmente transmitida por sexo vaginal, oral e anal ou no contato com o sangue infectado.
Fake news X HIV
Além de lidar com a discriminação, quem é portador do vírus também sofre com informações falsas e que podem, inclusive, atrapalhar o tratamento para controlar a doença. “Tem quem acredita que o vírus pode ser transmitido por mosquitos ou que a doença não se transmite mais”, alertou Mila.
O infectologista e cooperado da Unimed Catanduva, Ricardo Santaella Rosa, reitera que os cuidados devem continuar. “A proteção é essencial. Saiba escolher bem o parceiro ou a parceira. Faça sexo casual sempre com camisinha”, disse.
Se receber essas “notícias”, apague imediatamente do seu celular:
- Comida infectada com HIV
De tempos em tempos, surgem histórias de comidas que são infectadas pelo vírus. O vírus não é transmitido via oral, apenas sexual ou por contato com o sangue infectado.
- O HIV surgiu por conta de uma relação sexual entre humanos e macacos
Mentira. O ser humano não teve relações sexuais com primatas, mas pode ter se contaminado por comer a carne de macaco. Esta prática é muito comum em alguns países, como no continente africano. Existe um vírus primo do HIV, o SIV, que causa a Aids símia, atingindo somente os macacos. O vírus sofreu uma mutação ao entrar no organismo humano. Isso também ocorreu com outras doenças, como Zika, Chikungunya e, mais recentemente, a Covid-19.
- Cura para o HIV
Ainda não há cura para o HIV, mas, graças ao tratamento, é possível que a carga viral fique indetectável no sangue e o portador pode viver normalmente, seguindo alguns cuidados.
Fonte: Mila Moraes Portapilla e Ricardo Santaella Rosa
Ariane Godoi / Unimed Catanduva