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"A reunião que aconteceu ontem (2), abre uma nova expectativa", afirma Alexandre Ruschi sobre liberação de reservas técnicas

2 Abril 2020

Alexandre Ruschi, presidente da Central Nacional Unimed, comenta sobre a liberação de cerca de R$ 15 bilhões das reservas técnicas das operadoras, com o objetivo de reforçar seus arsenais de combate à pandemia da Covid-19. A possibilidade foi levantada em reunião, ontem (2), realizada entre representantes da CNU, Unimed do Brasil e demais entidades representativas da saúde suplementar, com a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). O anúncio da liberação deve acontecer no próximo dia 8 de abril, conforme prometido pela Diretoria de Normas e Habilitação das Operadoras (DIOPE).
 
Além do montante, foi divulgado que os recursos serão liberados com algumas condições: deverão ser destinados somente para custo assistencial; as operadoras que os utilizarem não poderão distribuir sobras/lucros até o seu reenquadramento; não poderão ser utilizados para fusões e aquisições. 
 
Para Ruschi, há uma perspectiva mais positiva para a saúde suplementar, pela primeira vez desde o anúncio, em 19 de março, de Luiz Henrique Mandetta, ministro da Saúde, de que a ANS flexibilizaria as obrigações econômico-financeiras das operadoras logo após a primeira reunião do Conselho de Saúde Suplementar (CONSU). Segundo análise da cooperativa nacional, as providências regulatórias divulgadas em 1º de abril, em nota técnica da DIOPE, eram irrelevantes para a promoção de liquidez necessária ao grave momento.  
 
“Cobrávamos ações mais assertivas da agência reguladora, devido ao cenário ímpar e assustador que enfrentamos, em especial na medicina e na economia. Ameaça não somente a saúde e as vidas de nossos beneficiários, mas também a sustentabilidade financeira das operadoras para que se mantenham em atividade, agora, e nos próximos anos”, declarou Ruschi.
 
O presidente da CNU considera o enfrentamento ao novo coronavírus o mais grave estado de calamidade pública vivido desde a Segunda Guerra Mundial por todos os países, inclusive, o Brasil. Ele havia assinalado “descompasso” entre as medidas iniciais e a realidade. Por esse motivo, tem incentivado a união e mobilização de todo o Sistema Unimed para pleitear as reservas técnicas que poderiam estar a serviço da “guerra” contra a doença. 
 
“Não há razão para que continuem em um cofre, enquanto nossos clientes esperam uma logística bem-sucedida de prevenção e de tratamento às consequências deste vírus. Esses ativos são legitimamente deles. Felizmente, temos o apoio de entidades como a Organização das Cooperativas Brasileiras, que não mede esforços na mobilização de nossos representantes parlamentares para sensibilizar as instâncias deliberativas a essa demanda emergencial”, completou.