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‘Tudo à nossa volta pode ser melhorado’, diz Ricardo Cavallini

‘Tudo à nossa volta pode ser melhorado’, diz Ricardo Cavallini

Professor da Singularity University foi um dos convidados da live ‘Médico de 2030’, que abordou o impacto da inovação na Saúde e comemorou nova parceria que beneficiará todo o Sistema Unimed

‘Tudo à nossa volta pode ser melhorado’, diz Ricardo Cavallini

Professor da Singularity University foi um dos convidados da live ‘Médico de 2030’, que abordou o impacto da inovação na Saúde e comemorou nova parceria que beneficiará todo o Sistema Unimed

5 Fevereiro 2021

A humanidade vive uma era na qual Medicina e Tecnologia se fundem de uma forma extraordinária. Mas como todas essas transformações vão impactar o trabalho do médico? Além de oferecer assistência aos pacientes, o profissional de saúde precisa acompanhar tendências e desafios dessa nova realidade. Com esse foco, a Central Nacional Unimed realizou a live “O Médico de 2030”, em seu canal no YouTube, onde também apresentou uma novidade disponível para todo o Sistema Unimed.

“Fortalecer e fomentar a inovação e a educação na área de saúde é a nossa missão, com a aplicação de tecnologias exponenciais, visão holística, desenvolvimento de pessoas e colaboração de todo o ecossistema. [...] O que fazemos de bom, planejado e compartilhado hoje, é o que nos sustenta e impulsiona amanhã”, disse Alexandre Ruschi, presidente da cooperativa nacional, durante o evento, promovido ontem (4) e que ficará disponível por duas semanas no canal.

A live foi mediada por Poliana Abreu, diretora de Conteúdo, Marketing e Parcerias na HSM e SingularityU Brasil; que recebeu Ruschi; Ricardo Cavallini, especialista em Inovação, fundador da Makers, professor da Singularity University e colunista do UOL; Reynaldo Gama, CEO da HSM e co-CEO da SingularityU Brasil; e Rafael Zappia, head de Estratégias de Educação da SingularityU. As empresas são novas parceiras da operadora. O presidente da CNU, inclusive, compartilhou um fato especial.

“Ontem à tarde [03], recebi um comunicado que eu poderia me dirigir a uma unidade de saúde da prefeitura de Vitória [ES], onde moro, para receber a primeira dose da vacina contra a Covid-19. Hoje [ontem], pude iniciar minha imunização. Estou muito feliz. É algo importante, porque significa que a Ciência, mais uma vez, vence o negacionismo que o País vem vivendo nos últimos meses”, afirmou na abertura do evento.

Prontos para o futuro

Apesar de ser impossível prever a pandemia, declarou Ruschi, a cooperativa nacional fundamentou-se em uma gestão de riscos bem embasada e na necessidade de ter as melhores tecnologias a serviço da operadora e suas sócias. Ele, inclusive, reforçou a necessidade de uma estrutura de saúde primária mais organizada para a promoção da saúde e de hábitos saudáveis. E declarou: o amanhã é da Medicina Preventiva.

“Não sabemos o que o futuro nos reserva. Mas sabemos que com compartilhamento de ideias, experiências, erros e acertos, e iniciativas criativas, construiremos juntos as melhores soluções. [...] A Medicina vem padecendo de um equívoco: privilegiar as iniciativas curativas. Gastamos tudo o que tínhamos em recursos financeiros para tratar  doenças, ao invés de preveni-las. A conta chegou”, enfatizou Ruschi.

Cooperativismo e parceria

Reynaldo Gama parabenizou o presidente da Central Nacional Unimed pela vacinação e ressaltou o quanto o cooperativismo promove valores essenciais para o atual cenário de transformação digital. Exaltou, ainda, a parceria da CNU junto à primeira empresa da América Latina a fazer parte do Vale do Silício — são 35 anos de existência dedicados ao desenvolvimento de ecossistema de educação e inovação.

“Parabéns, Alexandre! Primeiro, pela vacinação. É  uma notícia que nos enche de esperança, após um ano tão difícil. E é um orgulho contribuir com a Unimed. O novo, num primeiro momento, pode trazer alguma estranheza, mas o caminho é esse: inovação e trabalhar juntos. Parceria é a chave. A palavra ‘colaboração’ está na moda, mas o cooperativismos sabe o que é isso há anos, faz parte do DNA da história da Unimed”, disse.

Tecnologias e adaptação

Robôs dançando; foguetes voltando “de ré”; imagens de pessoas que não existem, criadas por Inteligência Artificial; impressão de comprimidos e de órgãos humanos funcionais. Esses foram apenas alguns exemplos de tecnologia já existentes mostrados por Ricardo Cavallini durante sua apresentação aos cerca de 1,8 mil espectadores que assistiram à transmissão ao vivo pelo YouTube da cooperativa nacional.

“As coisas que temos visto hoje são maravilhosas. Parece ficção científica. É assustador como a tecnologia está avançando cada vez mais rápido. Existem muitos desafios, mas talvez tenhamos soluções muito interessantes na área. O fundador da Singularity, Raymond Kurzweil, era considerado maluco, mas acertou as previsões e se tornou referência. Os próximos 100 anos serão equivalentes a 20 mil anos de evolução”, enfatizou.

Transformação e soluções

Na opinião do especialista em Inovação, o avanço tecnológico não substituirá o papel do médico, mas ajudá-lo a aperfeiçoar o acompanhamento e tratamento dos pacientes. Ressaltou, ainda, que a pandemia da Covid-19 trouxe muitas ferramentas, além dos milhares de pequenos experimentos realizados por grupos de diferentes áreas no Brasil e no mundo. Fatos pequenos, que podem representar grandes mudanças.

“Absolutamente tudo à nossa volta pode ser melhorado. Tudo que a gente inventa pede novas soluções, uma tecnologia puxa a outra. Inovação pode ser nos processos, na cadeia de suprimentos, de atendimento [...] Cada um tem um papel fundamental. Isso requer de nós uma nova postura. O primeiro passo é aceitar e entender que essa mudança é boa para você, sua carreira, a empresa e a sociedade. É um ganha-ganha”, pontuou.

Valor e percepção

Cavallini fez questão de destacar duas questões fundamentais sobre o sucesso dos grandes empreendimentos — as chamadas “big techs” — que estão conquistando seu espaço entre as maiores do planeta: o valor e o peso da marca são mais importantes do que o valor dela em dinheiro/números; e a estrela principal, independentemente do segmento, é o cliente.

“Essa evolução passa por isso: entender que precisamos focar no cliente. O maior valor e peso das marcas são de empresas que têm o coração do consumidor. Isso é impactante. Foco no cliente não é o termo da moda. É para onde o mundo aponta”, disse, ao encerrar com uma reflexão para o público. “Se vocês pudessem entrar numa máquina do tempo e voltar 10 anos, o que fariam de diferente?”, questionou.

Tradição x Inovação

A live também teve a participação por meio de vídeos enviados por Daniel Albuquerque, médico e superintendente de Provimento em Saúde da Central Nacional Unimed; e de Salvador Gullo Neto, médico cooperado de Porto Alegre (RS). O primeiro lembrou que a maioria das técnicas cirúrgicas aplicadas até hoje são provenientes do século XX.

“Muito do que fazemos na Medicina, ainda é bastante tradicional. Então, a CNU lança um convite à inovação. Todos nós, médicos, temos a chance de estar muito mais perto da inovação de ponta e mudar nosso mindset. Precisamos saber que, em 2030, seremos muito diferentes: médicos mais tecnológicos”, afirmou.

Já o colega do Sul, comemorou o acordo entre HSM, SingularityU e a cooperativa nacional e a possibilidade de integrantes do Sistema Unimed usufruírem de toda a infraestrutura disponibilizada em São Paulo (saiba mais). Ele, inclusive, entrou nesse universo tecnológico há três anos, durante uma das edições do "Exponential Medicine”.

“Trabalho com inovação digital e transformação em Saúde, tentando entender os impactos da adoção em larga escala das tecnologias no mercado. Fiquei sabendo do lançamento do Learning Village, um espaço de colaboração, co-criação e inovação para que nós, médicos cooperados do Sistema Unimed, possamos lidar melhor com esse momento”, declarou.

‘Portas abertas’

Ao final do encontro, Rafael Balan Zappia, head de estratégias de educação da SingularityU Brasil, apresentou a proposta da parceria. Além do centro de ensino localizado na capital paulista, a empresa disponibiliza conteúdo em sua plataforma online, com oportunidades para interação e criação.

“Temos que ser protagonistas do nosso processo de aprendizagem, sair da zona de conforto. Queremos ser disruptivos na forma de ensinar também. Por isso, lançamos uma série de iniciativas. Como eu, profissional de saúde, posso me reinventar, ser o protagonista das mudanças, e não refém delas? A tecnologia deve ser vista como uma aliada”, enfatizou.

A mediadora do evento, Poliana Abreu, concordou com todos os convidados. Para ela, é preciso estar pronto para o futuro. “Não é uma corrida contra as máquinas, mas com as máquinas. Se sabemos para onde o mundo está indo, fica mais fácil inovar na área da saúde e de não temer o futuro, mas criá-lo”, disse.

Evento na íntegra

Perdeu a live “Médico de 2030”? Assista aqui e não esqueça de compartilhar com amigos, profissionais da Saúde e familiares. Lembrando que a gravação ficará disponível por duas semanas no canal da Central Nacional Unimed no YouTube a contar da data de exibição (04/02/2021). Até o fechamento desta matéria, o vídeo já tinha ultrapassado 2 mil visualizações.