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Palavra do presidente: Alexandre Ruschi escreve sobre o novo programa do governo “Médicos pelo Brasil”

Palavra do presidente: Alexandre Ruschi escreve sobre o novo programa do governo “Médicos pelo Brasil”

Palavra do presidente: Alexandre Ruschi escreve sobre o novo programa do governo “Médicos pelo Brasil”

7 Agosto 2019

Por Alexandre Ruschi

Um passo decisivo para a necessária valorização da Atenção Primária à Saúde acaba de ser dado com a criação do programa Médicos pelo Brasil, anunciado ontem, pelo Ministério da Saúde. Esta era uma agenda que, definitivamente, estava muito mal posicionada, não apenas para a sociedade brasileira, como também para a comunidade médica e que precisava ser revista. A iniciativa que irá levar médicos às regiões mais remotas do país representa um posicionamento estratégico que está totalmente alinhado com os debates que temos travado no sentido de mostrar que mudanças precisam ser implementadas no modelo assistencial de saúde, beneficiando assim todos os brasileiros.

A minha posição está apoiada no processo de interiorização que, há 52 anos, optamos por fazer e que foi muito bem recebido. Hoje, estamos presentes em 84% do território nacional com as nossas cooperativas singulares. O Médicos pelo Brasil deixa aberta a oportunidade para que o Sistema Unimed e a própria saúde suplementar possam ser parceiros do Estado nessa iniciativa.

Como médico que conhece muito bem os desafios das saúdes pública e suplementar, o ministro da Sáude, Luiz Henrique Mandetta tem feito manifestações que evidenciam que esta integração deve ocorrer em benefício de toda a sociedade brasileira. Aliás, há que se lembrar que a Constituição de 1988 deixa claro que a participação da saúde suplementar lado a lado com a saúde pública é mandatária. Para que este programa se torne ainda mais consistente, ele pode perfeitamente eleger a saúde suplementar como parceira importante na gestão da saúde pública no Brasil, a exemplo do que já é visto em vários países do mundo.

As cooperativas Unimed têm a interiorização como premissa. Somos o único segmento da saúde suplementar brasileira que está estruturado de acordo com este propósito. Portanto, abre-se aí a possibilidade para o um alinhamento importante para a saúde pública no país. E, igualmente, uma oportunidade sem precedentes para que, nesta reformulação, em algum momento, possamos fazer reflexões conjuntas no sentido de aproveitarmos o potencial já instalado da saúde suplementar nas regiões mais remotas do Brasil. O país só tem a ganhar com a efetividade da forma como estamos organizados. Uma gestão eficaz e eficiente que incorpore os valores e princípios que a iniciativa privada já tem instalada no dia a dia, em função dos desafios de concorrência e que a modernidade exige. Estou convencido de que, juntos, podemos construir projetos comuns, valendo-nos, inclusive de exemplos bem sucedidos verificados em outros cantos do mundo. Assim, poderemos, então, vir a inaugurar no nosso país uma nova fase na qual a iniciativa privada se fará presente cumprindo as obrigações da saúde pública brasileira.