Perigos da Automedicação
Perigos da Automedicação
17 Maio 2018
Você sabia que o grande índice de intoxicações humanas se dá por medicamentos? Essas intoxicações atingem números maiores do que intoxicações originadas por outros agentes tóxicos, por exemplo, agrotóxicos, produtos de limpeza e cosméticos. Desde o ano de 1994, o Brasil lidera o ranking nas estatísticas em relação à intoxicação em seres humanos causada por medicamentos. (Sistema Nacional de Informações tóxico- farmacológicas; maio, 2017).
Genéricos ou de marca, com ou sem prescrição, comprados em farmácias reais ou virtuais, o que não faltam são opções de medicamentos e diversas facilidades para adquirí-los, até mesmo no conforto de casa, sem precisar se locomover (Sociedade Brasileira de clínica médica).
É importante sempre informar o seu médico, no momento da consulta, o mais detalhadamente que puder, os medicamentos que estão sendo utilizados. Inclusive o uso de chás, pomadas ou até mesmo aquele comprimido habitual para dor de cabeça.
Essa é uma chance de tentar prever e prevenir um evento ao qual geralmente não se dá muita atenção, até que ocorra: a interação medicamentosa. Ela acontece quando os efeitos de um remédio são alterados pela presença de outro. Todo o cuidado é pouco e necessário.
Profissionais de diferentes unidades da Fiocruz têm um relato em comum: um dos maiores geradores de interação medicamentosa é a prática da automedicação. O Instituto de Pesquisa e Pós-Graduação para Farmacêuticos (ICTQ) realizou, em 21 de Maio de 2014, uma pesquisa que revela este cenário: 76,4% da população brasileira faz uso de medicamentos a partir da indicação de familiares, amigos, colegas e vizinhos. São pessoas que consomem qualquer tipo de remédio quando necessitam e dispõem, inclusive aumentando suas dosagens afim de obter um efeito mais acelerado. O estudo foi realizado em 12 capitais brasileiras e a cidade do Rio de Janeiro ficou acima da média nacional, com 91% de sua população se automedicando.
Ainda é importante ressaltar que a população se preocupe em guardar os medicamentos que possuem em local seguro e adequado. Observando atentamente o prazo de validade dos mesmos. E evitando o uso desmedido e irresponsável das medicações.
Lembre-se que o remédio que alguém indicou foi direcionado à outra pessoa e não a você. Talvez não faça o mesmo efeito que gerou no seu amigo, familiar ou vizinho.
Para ajudar a toda população, o Ministério da Saúde (2015) disponibiliza gratuitamente a “cartilha para a promoção do uso racional de medicamentos”, que pode ser acessada e adquirida através do endereço eletrônico http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cartilha_promocao_uso_racional_medicamentos.pdf
Cuidar da sua saúde é também sua responsabilidade!
Célio Mendes do Vale - Enfermeiro
Fonte: https://sinitox.icict.fiocruz.br/uso-racional-de-medicamentos. (http://www.sbcm.org.br/v2/index.php/artigo/2225-automedicacao-os-riscos-de-uma-atitude-irresponsavel- ) (http://crf-rj.org.br/noticias/434-automedicacao-no-brasil.html)