11
Federação das Unimeds do Estado de Minas Gerais
O Código de Ética Médica, em decorrência do dever de si-
gilo profissional, veda qualquer referência a casos clínicos iden-
tificáveis, exibir pacientes ou seus retratos em anúncios
profissionais, divulgação de assuntos médicos em meios de co-
municação em geral, mesmo com autorização do paciente (Art.
75). É vedado, ainda, ao médico, divulgar, fora do meio científico,
processo de tratamento ou descoberta cujo valor ainda não
esteja expressamente reconhecido cientificamente por órgão
competente (Art. 113).
O Código de Ética Médica ainda prevê regras para o com-
portamento dos profissionais da Medicina nos meios de co-
municação em massa, como a internet, tais como a proibição
de divulgar informação sobre assunto médico de forma sen-
sacionalista, promocional ou de conteúdo inverídico ou, ainda,
de consultar, diagnosticar ou prescrever por qualquer meio de
comunicação do gênero. Se o médico cometer qualquer falta
grave, como o desrespeito ao Código, poderá ter o exercício
profissional suspenso mediante procedimento administrativo.
José Celso Guerra, gastroenterologista:
“Nem sempre as informações da
internet são verdadeiras”.
Carlos Romero, cirurgião:
“Os médicos e pacientes podem
estreitar laços com a internet”.
O QUE DIZ O CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA
Isso também justifica a presença desses
profissionais em sites de debate, fóruns
científicos e também nas redes sociais.
Orkut, Twitter e Facebook são ferra-
mentas que hoje podem trazer solução e
conforto para pessoas que sofrem de
doenças raras ou crônicas, mas podem
surtir efeito contrário também. “A troca de
experiência entre pacientes, conversas
com médicos e outros relatos contribuem
para aliviar a ansiedade do paciente”,
afirma o gastroenterologista José Celso
Cunha Guerra Pinto Coelho. “O problema é
que nem sempre as informações são ver-
dadeiras e muitas vezes não correspon-
dem ao diagnóstico real do paciente”.
Mesmo quando as informações são perti-
nentes, o grau de intensidade da doença
pode ser muito inferior às informações ob-
tidas, que normalmente são amplas como
bulas de remédio. “Como tudo na internet,
não haverá prejuízo se a fonte da infor-
mação for confiável como os sites oficiais
das Sociedades de Medicina, dos Conse-
lhos Regional e Federal de Medicina e da
Associação Médica. O site da Unimed-BH,
por exemplo, contém ótimas fontes e in-
formação seguras para os usuários”, afirma
José Celso.
Outro lado das redes sociais,
blogs
e
sites
é o encontro dos profissionais de
medicina com a comunidade científica do
mundo inteiro. Para o cirurgião geral, Car-
los Romero Lemos, as redes sociais con-
tam hoje com grande adesão de
instituições médicas e de outras ligadas ao
setor saúde, além de inúmeros pacientes,
médicos e outros profissionais da área.
Para ele, a adesão com certeza facilita a in-
tegração, a comunicação e a troca de ex-
periências, estreitando laços e possibili-
tando benefícios comuns aos usuários.
O cirurgião vê com bons olhos tanto a
busca de informações feita pelo paciente
como as vivências médicas realizadas. Para
ele, na maioria das vezes, o acesso à inter-
net ajuda a esclarecer determinados pro-
cedimentos, suas consequências positivas
e negativas, mas é preciso estar sempre
atento aos critérios éticos e da respon-
sabilidade médica. “Assim, pode-se até
melhorar a relação médico-paciente, au-
mentando a confiança”, afirma.