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REVISTA VIVA
pequena poupança, uma namorada. Retomaria a vida fora do
Brasil logo que pudesse. Aqui, inicialmente, sua intenção era
trabalhar na área de finanças. Forammuitas entrevistas para
o cargo de trainee, até que na própria família surgiu a opor-
tunidade de trabalhar no bufê do irmão. "Foi muito trabalho
dia e noite, mas surgiu umponto comercial e investimos firme
no ramo de alimentação". Três anos depois, junto com outros
sócios, tornou-se proprietário de umdos restaurantesmais fre-
quentados da noite de Vitória. Com pouco mais de um ano de
funcionamento, o seu grupo teve que alugar um novo espaço
para ampliar a capacidade de atendimento.
Semdeixar de lado o surf e o futebol, para 2013, o inquieto
e alegre André planeja, emsociedade, a abertura de uma nova
casa, dessa vez em Vila Velha. Ele diz que a vida empresarial
deve estar sempre aberta para novas experiências e que "para
avançar, existe sempre risco de se perder alguma coisa, mas
isso faz parte do aprendizado e da agressividade do meio
empresarial". Passados três anos desde sua volta ao Brasil, a
namorada tornou-se esposa e o casal já possui um filho.
Outro traço de quem tem esperança é a atitude. Vinda do
Rio de Janeiro em1994, onde era sócia de uma confecção, Áurea
Depes Vergara Lopes chegou aVitória devido à transferência do
marido que trabalhava numa empresa estatal. Comdois filhos
pequenos, não fazia parte dos seus planos retomar o trabalho
com roupas, mas a possibilidade de atender uma
rede de lojas levou Aurinha, como é conhecida,
a instalar uma pequena fábrica de biquínis na
Avenida Leitão da Silva, em Vitória / ES. Com a
privatização da empresa e a perda do emprego do
cônjuge, restou a opção de ampliar o negócio para
garantir o sustento familiar. Assim, em poucos
anos, a então empresária viu-se à frente de 80 fun-
cionários e comuma frenética rotina para atender
aos pedidos, que chegavam de todas as regiões
do Brasil, além das exportações. Ela e o marido
tambémabriramcinco lojas como estratégia para
colocar os seus produtos no mercado.
"
Mas ser empresário aqui nunca foi muito
fácil", relata Aurinha, que além de enfrentar a
queda de vendas por três verões chuvosos, per-
cebeu que havia outra fonte de despesas: o go-
verno. "Naquele tempo, o dólar equiparado ao
real, a inadimplência dos clientes e a voracidade
dos impostos estremeceram as bases da nossa
empresa" e a saída foi liquidar as contas, inclusive
"
A esperança é o único bem
comum a todos os homens;
aqueles que nada mais têm
ainda a possuem"
[
Tales de Mileto]
"
Muitas das coisas mais importantes
do mundo foram conseguidas por
pessoas que continuaram tentando
quando parecia não haver mais
nenhuma esperança de sucesso"
[
Dale Carnegie - Escritor americano]
Para manter viva a esperança é preciso estar aberto às oportunidades e atento ao
inesperado, como fez o empresário André Guerzet ao voltar para o Brasil.
Exemplo de atitude
e superação, Áurea
Depes sempre manteve
a esperança e assim
venceu o câncer, superou
o fechamento de sua
empresa e se reencontrou
profissionalmente.