REVISTA VIVA
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coma venda de patrimônio familiar. Vivendo com
o rendimento de uma única loja, ela descobriu um
câncer inicial numdos seios. "Achei que não fosse
aguentar e aprendi que a vida pode ser curta,
mas sempre existe o fator esperança". Operada
e curada, mas ainda se submetendo ao acom-
panhamento médico semestral, teve a atitude
de buscar um caminho novo para ganhar a vida:
numa imobiliária da capital capixaba aprendeu
a trabalhar com imóveis, registrou-se como cor-
retora e atualmente desponta como uma das
boas vendedoras de uma rede imobiliária. "Não
existe desencanto com a atividade empresarial,
mas descobri que gosto de vender imóveis e de
me relacionar com pessoas". E completa: "acho
que isso acontece porque sou capaz de vender
somente aquilo que eu compraria".
A ESPERANÇA SE FAZ
COM SOLIDARIEDADE
Quando se trata de esperança, inevitavelmente
surge a solidariedade. Fundada em 1952, a AFECC
-
Associação Feminina de Educação e Combate
ao Câncer - reúne em torno de 300 pessoas para
cuidar de pacientes carentes. Executando umser-
viço distinto da enfermagem, pelomenos 120 des-
ses voluntários trabalham no acompanhamento
Voluntário da AFECC há dez
anos, o músico Marcelo Ribeiro
se envolve nos trabalhos
de entretenimento com
apresentações musicais,
proporcionando alegria e
esperança aos pacientes.
"
Ora, o verde representa a esperança, o rosa representa o amor, como o
amor pode não combinar com a esperança?"
[
Cartola]
aos doentes e se envolvem na humanização do atendimento
servindo lanches, em conversas, pequenos passeios e acolhi-
mento de familiares. Como a entidade também atua fora das
enfermarias, outras pessoas ficamdisponíveis emprojetos de
arrecadação, costuras, bazar, entretenimento, alimentação
suplementar, alojamento para os que vêm de fora, inclusive
do sul da Bahia e até de Rondônia, onde existemmuitos capi-
xabas radicados.
Há 10 anos Regina Costhek, hoje diretora de Bem-Estar
Social e Voluntariado, começou o seu envolvimento com a
AFECC servindo lanches e entretendo os pacientes que se
encontravam em seções de quimioterapia e hemodiálise.
Também bordou, acolheu, atuou como diretora de Captação
de Recursos e sempre está disponível para reuniões comauto-
"
Os miseráveis não têm outro remédio
a não ser a esperança"
[
Willian Shakespeare]