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REVISTA VIVA
ridades embusca demelhorias das condições de atendimento.
Ela revela que antes da morte de sua mãe "não gostava do
ambiente hospitalar, mas, levada por outra voluntária, acabei
me apaixonando pelo trabalho, onde fiz muitas e boas amiza-
des". A diretora, casada, com três filhos e quatro netos, dedica
aproximadamente 40horas semanais à entidade e explica que
coma disponibilidade de uma hora semanal uma pessoa pode
colaborar comserviço. "Temos uma voluntária de 84 anos que,
alémde cuidar das roupas, ainda encontra tempo para visitar
os necessitados", acrescentando que agora se sente capaz de
"
ir além das preocupações familiares".
Profissional exigente, o músico Marcelo Ribeiro é um dos
que dedicamparte do seu tempo ao bem-estar dos necessita-
dos. Voluntário da AFECC há 10 anos no projeto Viva Sorrindo,
ele se envolve nos trabalhos de entretenimento e, sempre que
a agenda permite, se apresenta para os pacientes e também
na festa de final de ano. O Mc Dia Feliz e a Acacci também
já contaram com o seu trabalho gratuito. "Como cidadão,
penso que é importante disponibilizar parte do meu tempo
"
Você vê coisas e diz: Por quê? Mas eu sonho coisas que nunca
existiram e digo: Por que não?"
[
George Bernard Shaw]
ELES TROUXERAM ESPERANÇA
Albert Sabin (1906-1993):
Judeu russo e radicado nos Estados Unidos, inovou a vacina como vírus atenuado da pólio e com isso eliminou
a poliomielite do mundo. Renunciou aos direitos da patente e favoreceu sua difusão.
Zilda Arns Neumann (1934-2010):
Médica pediatra e sanitarista brasileira. Em 1983, a pedido da CNBB, criou a Pastoral da Criança que,
nos primeiros 25 anos, acompanhou 1,9milhão de gestantes e crianças menores de seis anos e 1,4milhão de famílias pobres em4063
municípios brasileiros. Em 2004, recebeu da CNBB outra missão semelhante: fundar e coordenar a Pastoral da Pessoa Idosa que já
atendeu em torno de 130 mil idosos que são acompanhados mensalmente por 14 mil voluntários. Zilda morreu no Haiti, quando um
terremoto destruiu a igreja onde iniciava trabalhos com as crianças daquele país.
Emilio Ribas (1862-1925):
Médico sanitarista brasileiro, trabalhou no combate aomosquito transmissor da febre amarela, conhecido hoje
como o Aedes Aegypti. Para demonstrar que a doença era transmitida pelo inseto, o médico submeteu-se às picadas do mosquito. Na
mesma época que Osvaldo Cruz promoveu a Campanha contra a febre amarela no Rio, Emílio Ribas realizava em São Paulo.
Robert Koch (1843-1910):
Foi um dos fundadores da microbiologia e dos estudos relacionados à epidemiologia das doenças transmis-
síveis. Em 1882, Koch descobriu o bacilo da tuberculose. Em 1883, no Egito, descobriu o vibrião do cólera.
Doadores de órgãos e tecidos:
São pessoas predispostas a levar esperança de vida a outros. A doação é regida pela Lei nº 9.434/97 e
prevê algumas regras: é necessário que o doador tenha identificação e registro hospitalar; a causa do coma precisa ser estabelecida
e conhecida; ele não apresente hipotermia (temperatura do corpo inferior a 35ºC), hipotensão arterial ou estar sob efeitos de drogas
depressoras do sistema nervoso central; passe por dois exames neurológicos (realizados por doismédicos não participantes das equipes
de captação e de transplante); seja submetido a exame complementar que demonstremorte encefálica, alémde inatividade elétrica e
metabólica cerebral. Após ser diagnosticada a morte encefálica, o médico do paciente, da Unidade de Terapia Intensiva ou da equipe
de captação de órgãos deve informar de forma clara e objetiva que a pessoa está morta e que, nesta situação, os órgãos podem ser
doados para transplante.
para entidades que cuidam de pessoas caren-
tes, talvez, seja mais difícil que doar dinheiro".
Marcelo atribui a sua disponibilidade à criação
familiar. Quando jovem, viu seu pai morrer e re-
"
Enquanto durante o primeiro ano
que passei na prisão, nada mais
fiz, e lembro-me de não ter feito
mais nada senão espremer as mãos
num desespero impotente e dizer:
'
Que fim! Que horrível fim!', agora
procuro dizer a mim próprio, e às
vezes, quando não estou a torturar-
me, consigo realmente dizer-mo
com sinceridade: 'Que começo! Que
maravilhoso começo!' "
[
Oscar Wilde, in De Profundis]