As mesas redondas do 8º Encontro das Unimeds do Polo Mercosul foram selecionadas de acordo com os assuntos pontuais da Cooperativa Médica na atualidade. A representatividade da Unimed Mercosul e sua importância para o Sistema na região Sul do país ficaram evidenciadas na participação dos debates, sempre levando o modelo das suas ações para os dirigentes das Federações e Singulares participantes do evento.

Regulação de alto custo

O trabalho da Unimed Mercosul foi apresentado pelo presidente Alberto Gugelmin Neto e teve amplo destaque na mesa redonda que tratou da regulação de alto custo no Sistema Unimed. O ponto alto da explanação ficou por conta dos importantes resultados obtidos nas negociações realizadas pelo CTM – Comitê Técnico de Materiais e o CTMA – Comitê Técnico de Medicamentos de Alto Custo. O CTM atua há 11 anos e já economizou mais de R$ 40 milhões para o Sistema, com negociações junto a 80 empresas de OPME (Órteses, Próteses e Materiais Especiais), com mais de 87 mil produtos padronizados. O CTMA também vem evoluindo com importantes avanços, contabilizando 25 reuniões realizadas, mais de 30 empresas negociadas e cerca de 400 medicamentos padronizados. A economia obtida pelos Comitês reverte integralmente às Singulares, beneficiando Unimeds de todo o país. O desafio a partir de agora é a execução de metodologia de negociação com foco em compras conjuntas, ampliando ainda mais os resultados e a economia do Sistema. 

Estratégias de Atenção Integral à Saúde

O Diretor Administrativo Financeiro da Unimed Mercosul, Luiz Gustavo Escada Ferreira  foi o coordenador de uma das mais relevantes mesas redondas do 8º Encontro das Unimed do Polo Mercosul: “Estratégias de Atenção Integral à Saúde”. O debate tratou da indispensável mudança do modelo assistencial prestado pela Unimed em todo o país, com destaque para a promoção da saúde, a medicina preventiva e a atenção primária, como forma de garantir a sustentabilidade da Cooperativa. Para que essa transformação seja plenamente alcançada, várias etapas precisam ser ultrapassadas: a sensibilização dos cooperados, o engajamento das lideranças, a formação da equipe (multiprofissional), a formação da rede adequada e a implantação de um novo modelo de remuneração aos cooperados.    

Desafios para melhoria da remuneração médica

O presidente da Unimed Mercosul, Alberto Gugelmin Neto foi um dos debatedores da mesa redonda que tratou da remuneração médica, apresentando o modelo de Santa Catarina, estado no qual atua como presidente da Federação. Para o cumprimento de uma das maiores missões da Cooperativa – a valorização do médico cooperado, ampliando o mercado de trabalho e a remuneração –, as Unimeds do Sul do país vêm atuando para vencer os desafios consequentes da elevação dos custos assistenciais, a judicialização da saúde, a ampliação do rol de procedimentos pela agência reguladora, os altos custos das OPMEs e o uso indiscriminado da tecnologia, entre outros. Controle de custos, maximização de resultados e gestão dos contratos são alguns dos pontos fortes para a conquista de melhorias na remuneração dos cooperados.  

Garantia de rede de atendimento nacional

Outro tema de essencial discussão durante o evento tratou das dificuldades na manutenção da rede nacional de atendimento do Sistema Unimed, diante dos desgastes existentes na relação com a rede prestadora, o aumento das despesas operacionais, a demanda crescente dos clientes e a reduzida taxa de crescimento dos cooperados em algumas especialidades médicas. Esse cenário tornou-se ainda mais preocupante com a Resolução 259 (que estabelece prazos para o atendimento de consultas, exames e cirurgias) e a Resolução 319 (que obriga as operadoras a justificarem por escrito as negativas de cobertura aos beneficiários), da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). A verticalização da rede com os serviços próprios e as adequações constantes nos contratos com os prestadores de serviços vêm sendo priorizadas pelas Federações e Singulares.

Modelos de Acompanhamento das Singulares

A singularidade de cada cooperativa que integra a Unimed é um dos preceitos básicos do Sistema em todo o país. Porém, a interligação entre todas numa rede nacional exige cuidado permanente e um acompanhamento dos indicadores econômico-operacionais de cada cooperativa. Além de mitigar riscos, a avaliação periódica das Singulares evita a ação de intervenção da ANS e possibilita agir preventivamente contra possíveis distorções. Nesse sentido, as Federações vêm desenvolvendo importantes análises junto às suas Unimeds, com dados sobre índice de liquidez corrente, suficiência de lastro, endividamento e cumprimento da legislação definida pela agência reguladora, entre outros. Reconhecimento da eficiência com selo de qualidade e premiações por resultados são maneiras encontradas para estimular a qualidade da gestão das Unimeds no Sul do Brasil.

Judicialização da Saúde

Para encerrar a programação do 8º Encontro das Unimed do Polo Mercosul foi realizada mesa redonda sobre a judicialização da saúde, seus reflexos na Unimed, na saúde suplementar e na rede pública de assistência. O painel teve a participação especial da senadora Ana Amélia Lemos, que ressaltou o projeto PLS 17/2015, de sua autoria, que tem objetivo de determinar regras mais rígidas em relação a órteses e próteses, de forma a restringir a judicialização e acabar com os desvios recentemente denunciados na mídia nacional. O polo Mercosul apoia a ação da Federação Unimed do Rio Grande do Sul, que encaminhou documento ao Governo Federal com propostas para o enfrentamento aos desvios de condutas na assistência médica no que se refere à indicação de órteses, próteses e materiais especiais, contribuindo com a CPI sobre o tema e solicitando normas legais que propiciem uma regulamentação adequada na indicação de procedimentos médicos de alta tecnologia.