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Jun/Jul | 2015 • N

o

17 • Ano 5 • REVISTA UNIMED BR

A

Câmara dos Deputados

e o Senado Federal ins-

talaram

recentemente

CPIs para investigar a chamada

Máfia das OPMEs no Brasil. O

objetivo é apurar denúncias de

superfaturamento,

pagamento

de comissões e outras práticas

criminosas e antiéticas relacio-

nadas à comercialização e ao uso

de órteses, próteses e materiais

especiais em todo o País.

Há anos, o Sistema Unimed tem

atuado em prol da divulgação

desses abusos e sua subsequen-

te averiguação pelos órgãos re-

guladores e poderes Legislativo

e Judiciário. A Unimed do Bra-

sil criou uma comissão técnica

para combater eventuais des-

vios nas cooperativas médicas e

contribuir com o tema em qual-

quer instância. Também conta,

desde 2009, com o Comitê Téc-

nico Nacional de Produtos Mé-

dicos (CTNPM) para negociação

de materiais, buscando preços

padronizados e vantajosos.

“A criação das CPIs no Senado e

na Câmara evidencia que, enfim,

o grave problema das OPMEs

no Brasil foi exposto e sensibi-

lizou as autoridades competen-

tes, principalmente depois que

a imprensa noticiou como essas

ações prejudicam a saúde dos pa-

cientes e a sustentabilidade das

operadoras. O Sistema Unimed

há muito está envolvido no com-

bate a quaisquer atividades deso-

nestas e, mais uma vez, se propõe,

com total transparência, a apoiar

medidas corretivas”, afirma o

presidente da Unimed do Brasil,

Eudes de Freitas Aquino.

Pensando nisso, dirigentes do

Sistema Unimed estiveram em

Brasília para se reunir com par-

lamentares da CPI e construir

alternativas efetivas para a ques-

tão, a partir de um permanente

debate entre poderes públicos,

entidades do setor de saúde pri-

vada, representação médica e

fabricantes de materiais. Na oca-

sião, foi entregue um dossiê com

dados de pesquisa e resultados

concretos das ações da Unimed.

Eudes de Freitas Aquino tam-

bém se dirigiu à capital e parti-

cipou de uma audiência pública

para destacar a atuação da Uni-

med do Brasil. Ele mostrou pro-

vidências adotadas e afirmou

que a atuação da máfia é antiga,

o que levou a cooperativa a de-

senvolver ações, inclusive, para

evitar o risco de paralisação de

suas atividades. Entre os proble-

mas estão distorções de valores

envolvendo produto e fornece-

dor, cujas variações de preços

podem chegar a 1.000%.

“Precisamos criar um marco re-

gulatório que sirva de modelo

para outras áreas. A própria CPI

pode servir de exemplo para que

entidades públicas, que tenham

obrigações com a sociedade ci-

vil, assumam verdadeiramente

seu papel e não se omitam sob

o manto de transferência de res-

ponsabilidade”, opinou.

O presidente da Comissão da

Câmara dos Deputados, Geraldo

Resende (PMDB-MS), destacou

a participação do dirigente co-

mo um marco para os trabalhos.

“Após essa oitiva, ficou mais cla-

ra a importância de ouvirmos as

Unimeds estaduais, que certa-

mente trarão importantes con-

tribuições para esta Casa, assim

como fez a Unimed do Brasil.”

Em encontros seguintes, Cybel-

le Assad, gerente de Recursos

Assistenciais, Credenciamento e

Suprimentos da Unimed Cam-

pinas, e Sérgio Adriano Loureiro

Bersan, superintendente de Pro-

vimento de Saúde da Unimed

Belo Horizonte, levaram infor-

mações de suas Singulares.

O ministro da Saúde, Arthur

Chioro, apresentou um panora-

ma das ações do governo federal

na área, tanto na Câmara quanto

no Senado.

Ele reconheceu a existência de

ilegalidades no setor de dispo-

sitivos médicos implantáveis no

Brasil e apontou como princi-

pais fatores a ausência de mar-

co legal que traduza os avanços

tecnológicos da atualidade, a

inexistência de uma nomen-

clatura padronizada – o que di-

ficulta a comparação de preços

e a finalidade dos produtos – e

a baixa capacidade de registro

dos materiais.

Ao discorrer sobre a cadeia de

distribuição, produção e uso das

OPMEs, Chioro destacou um

dado fornecido pelo Sistema

Unimed: em um determinado

local, o cimento para vertebro-

plastia custa R$ 160 e, em outro,

R$ 3 mil. “Esse dado da Unimed

é de extrema importância para

exemplificar os absurdos que

encontramos. Uma situação ab-

solutamente injustificável.” De

acordo com o ministro, a pasta

encaminha os casos de irregula-

ridades para a Polícia Federal.

Está em atividade um Grupo de

Trabalho Interministerial (GTI)

– composto pelos ministérios da

Saúde – e respectivas agências

reguladoras – Fazenda e Justiça,

bem como estados e municípios.

Até o segundo semestre de 2015,

o grupo deve apresentar suges-

tões para resolver as dificulda-

des enfrentadas pelo setor.

Outras entidades que participa-

ram de audiências públicas foram

o Conselho Federal de Medici-

na (CFM), a Associação Médica

Brasileira (AMB), a Sociedade

Brasileira de Ortopedia e Trau-

matologia (SBOT), a Sociedade

Brasileira de Cardiologia (SBC), a

Associação Nacional de Hospitais

Privados (Anahp), a Associação

Brasileira de Medicina de Grupo

(Abramge), entre outras.

* As informações presentes nesta ma-

téria foram reunidas até 19 de maio de

2015. Os trabalhos das CPIs continuam.