Previous Page  7 / 68 Next Page
Information
Show Menu
Previous Page 7 / 68 Next Page
Page Background

7

Ago/Set | 2016 • N

o

24 • Ano 6 • REVISTA UNIMED BR

D

esde a Revolução Indus-

trial, as empresas senti-

ram a necessidade de se

diferenciar no mercado. Com o

surgimento de produtos e ser-

viços similares, a concorrência

acirrada levou as organizações a

distinguirem-se pela excelência

em busca de maior lucrativida-

de e reconhecimento. Ano a ano,

a exigência dos consumidores

para com as marcas aumenta, e

cabe a elas acompanhar as mu-

danças de comportamento para

não ficar à deriva.

Para entender essa necessidade,

no livro

Marcas: o valor do in-

tangível. Medindo e gerenciando

seu valor econômico,

os autores

David Haigh e Gilson Nunes

defendem que a concepção de

marca sobrepõe qualquer de-

finição simplificada sobre pro-

dutos e serviços, pois se trata

da real preocupação em agre-

gar valor às necessidades das

pessoas. É uma somatória de

qualidade, preço, ambientação,

gestão transparente, reputação,

tecnologias utilizadas, acessi-

bilidade, atendimento especia-

lizado entre outros inúmeros

fatores. Portanto, a percepção

da marca é muito mais ampla e

envolve procedimentos e estra-

tégias ocultas ao cliente. No fi-

nal, o que vai fazer a diferença é

o relacionamento que ela man-

tém com a empresa.

Com o intuito de criar relaciona-

mentos duradouros, muitas em-

presas desenvolvem programas e

padrões de atendimento a fim de

serem reconhecidas pelo merca-

do. Para Kevin Roberts, autor do

livro

Lovemarks – o futuro além

das marcas,

“criar relaciona-

mentos emocionais duradouros

envolve muito mais do que uma

campanha, frase ou slogan. As

marcas precisam criar conexões

mais ricas e profundas”. Essas

conexões emocionais devem ser

a base de todos os projetos.

“Contrate um

sorriso e depois

ensinamos as

técnicas”

Claudemir Oliveira, PhD

e presidente fundador do

Seeds of Dreams Institute

No contexto social atual, a maior

acessibilidade à informação faz

com que os novos consumido-

res exijam marcas comprome-

tidas em todos os sentidos. Na

busca por conexões emocionais,

as pessoas também valorizam a

criação de vínculos verdadeiros

com as marcas que consomem.

Suas expectativas precisam de

um estímulo que desperte as

emoções na hora de tomar deci-

sões, e é nessa equação que em-

presas mais estruturadas e com

foco no cliente se destacam.

O que marcas bem-sucedidas têm

em comum? Elas sabem criar re-

lacionamentos verdadeiros com

seus consumidores e têm neles

seus próprios defensores. Essas

conexões extrapolam o amor pela

marca; permitem que os usuários

vivenciem sua cultura.

De acordo com Claudemir Oli-

veira, PhD e presidente funda-

dor do Seeds of Dreams Institu-

te, empresa americana com foco

em Clientologia – a arte de criar,

manter e fidelizar clientes –, o

encantamento ao cliente começa

muito antes do atendimento foca-

do na venda. Ele tem início ainda

no processo de contratação dos

profissionais. Para ele, “muitas

empresas enxergam a área de Re-

cursos Humanos como umdepar-

tamento puramente operacional e

secundário, e não percebem que o

encantamento ao cliente começa,

na verdade, bem antes da relação

do colaborador com o comprador

em si. Tem início na hora da con-

tratação. Se admitimos alguém

despreparado e sem atitude, não

tem como dar resultado.”

Quando falamos emencantamen-

to de clientes e marcas amadas,

logo nos vem a Disney à cabeça.

Claudemir recorda a famosa frase

dita por Walt Disney, idealizador

da empresa: “Contrate um sorriso

e depois ensinamos as técnicas”.

Segundo ele, “na Disney, se tiver-

mos dois candidatos, um com

PhD (sem atitude) e uma pessoa

simples, sem tanto estudo, mas

com atitude, a preferência será

sempre pelo segundo candidato”.

Oespecialista acredita namáxima

da empresa: “Ensinar habilidades

é possível, mas transmitir atitude

é praticamente impossível.”

​Tendo a Disney como exemplo,

precisamos nos atentar de que

ela não é a única organização

que preza pela experiência co-

mo chave para o sucesso. Mar-

cas como Zappos, Starbucks e

Nordstrom​ também cumprem

Aqui, não estamos falando de

foco no cliente apenas no simples

sentido de preço, apresentação e

comodidade. O que conta é com-

prometimento, sustentabilidade,

concepção, dedicação e empatia.

Ciente de que conquistar e reter

clientes não são tarefas simples,

Philip Kotler – guru do marke-

ting, é enfático ao afirmar que

conquistar umnovo cliente custa

de cinco a sete vezes mais do que

manter os já existentes. Então, é

hora de prestar mais atenção

nisso, entender o consumidor

e aprofundar o relacionamento

com ele. Um bom contato garan-

te não só que a marca seja bem

vista e entendida em sua com-

pletude, mas também é preciso

que exista alinhamento entre

discurso e prática, prezando pela

cultura da organização.