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Vale o investimento

Foi pensando desta forma que a administradora de empresas

Aline Bischoff, de 26 anos, traçou o plano para concretizar

um sonho. “Comecei a investir em 2008 na poupança, pois

tinha receio de investir em outras aplicações financeiras sem

conhecimento. Como queria comprar um carro e já sabia que

tiraria o dinheiro antes do prazo de qualquer investimento,

escolhi a poupança”.

Com o objetivo alcançado, Aline já começa a planejar o

próximo passo: a aquisição de um imóvel. Ela pretende dar

entrada na casa própria daqui três anos. Com o prazo em

mente, ela pesquisou o mercado de aplicações e constatou

que, nesse caso, a poupança não seria a melhor opção,

pois não apresenta uma rentabilidade alta. A alternativa

encontrada foram as Letras de Crédito Imobiliário (LCI), um

investimento de renda fixa atrelado ao sistema de crédito

imobiliário. Uma das características é que, por ter um prazo

de aplicação pré-determinado, o investidor não pode sacar o

dinheiro quando quiser.

Já o administrador Eduardo Antonio Gandolfi Corona, de 34

anos, aproveitou o boom imobiliário pelo qual o Brasil passou

na década passada para investir em imóveis. De 2007 para

cá, ele adquiriu quatro apartamentos. Dois estão pagos, en-

quanto os outros ainda estão financiados. Para ele, importa

a valorização. “Hoje eles valem quatro vezes mais do que o

valor que paguei na época”, comemora.

Com o planejamento em dia e os investimentos certos,

Corona também montou a própria empresa, um e-commerce,

que começou como microempresa e, hoje, com o faturamen-

to em alta, faz com que o administrador sonhe mais longe.

“Pretendo me aposentar depois dos 40 anos, viver de renda e

curtir mais a família”, conta.

“Aculturadocontrole

edepoupar temque

se tornarumhábito.

Osmais jovensnem

sempre sepreocupam, eles

são imediatistas. Sóqueno

futuroelesvãoquerer ter

umapoupançaeépreciso

preparar issoagora.”

RogérioMuracca, superintendente

executivode controladoria efinanças daCNU

Omercadode fundos de investimento temabraçado

a causa da educaçãofinanceira noBrasil como forma

de estimular a conscientizaçãopara oplanejamento

das finanças pessoais. “Mesmo coma baixa cultura

de poupar dinheirodobrasileiro, a previdência privada

temapresentadonúmeros positivos desde o ano2000,

comcrescimento constante. Já é umtema conhecido e

relativamente comum, no entanto, a aderência e a noção

da necessidadedoplanode previdência ainda não são

diretamente proporcionais à prática”, diz SilasDevai Jr.,

diretor doUnimedFundodePensãoMultipatrocinado

eSuperintendentedeVida ePrevidência da Seguros

Unimed, que administraR$ 1,4bilhão empatrimônionos

fundos de previdência das entidades.

Segundo ele, as pessoas entendemque precisamdesse

planejamentopara a aposentadoria, mas não têma

disciplina de investir a longoprazo. “Temos instituições

confiáveis à disposiçãoda população, mas é preciso criar

a cultura de poupar”, explicaDevai. Para o executivo, a

aderência aos planos de previdência privada ede outros

seguros está atrelada ao fator renda.

Paraqueocrescimentodessesplanoscontinuepositivo,

éfundamentalumcenáriodeestabilidadeeconômica,

emqueaspessoasconsigamsuprirsuasdespesaseainda

disponhamdecapitalparaaplicaremoutrosinvestimentos.

“Aculturadapoupançaedoinvestimentoéimportante

sobretudonosmomentosmaiscríticos.Quemseplaneja,

passaporcenáriosdesafiadorescommenorimpacto.”

EDUCAÇÃO FINANCEIRA – PREVIDÊNCIA PRIVADA

FOTO: divulgação

SETEMBRO 2016

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