Manual do Cuidador - Cartilha da Unimed - page 35

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CARTILHA DA UNIMED - MANUAL DO CUIDADOR
Alzheimer
O Alzheimer é uma doença neuro-degenerativa que provoca o declínio das funções intelectuais, re-
duzindo as capacidades de trabalho e relação social e interferindo no comportamento e na perso-
nalidade. Com sintomas que vão desde a perda de memória, perturbações de sono, confusão, agita-
ção, incapacidade de comunicar, incontinência, depressão, comportamentos agressivos e perigosos,
há vários cuidados a ter em conta quando se lida diariamente com um doente com Alzheimer.
A maior parte dos doentes com Alzheimer passa a viver no passado, uma vez que já não se con-
seguem lembrar do que fizeram ontem, dos nomes das pessoas com quem habitualmente lidam.
Geralmente, a memória de longa duração não é afectada, o que significa que o passado do doente
passa a ser o seu presente, sendo que os eventos recentes são esquecidos. Devemos nos adap-
tar ao doente e não ao contrário, ou seja, fazer um esforço para viver a realidade atual da pessoa,
mesmo que seja uma época da sua vida de 20 anos atrás. Pelo menos assim há a possibilidade de
recordar e conversar, continuando atento e comunicativo.
Promova um ambiente seguro: retire do banheiro pequenos eletrodomésticos como secadores
ou máquinas de barbear; feche à chave armários com produtos perigosos ou locais onde o doente
corre algum risco; coloque barreiras de segurança nas escadas; muitos doentes já não reconhecem
o seu próprio reflexo e, por isso, os espelhos ou vidros podem confundir ou assustar uma pessoa
com Alzheimer - se isso acontecer, opte por arruma-los ou cobri-los. Disponibilize um espaço am-
plo, limpo e tranquilo onde ele possa estar à vontade; rodei-o de objetos familiares, como fotogra-
fias ou outras lembranças pessoais.
Devemos evitar ambientes muito barulhentos ou com muita gente (podem agitar o doente,
levando-o à "fuga"); apressá-lo com rotinas diárias como tomar banho, vestir e comer tornam-se
difíceis e até perigosas para executarem sozinhos, por isso, ajude-o; não fale sobre a pessoa e as
dificuldades da doença à sua frente. Se possível, é fundamental continuar a promover a indepen-
dência do doente e as suas relações sociais.
Pelo menos 60% de todos os doentes com Alzheimer acabam por vaguear e não conseguem
voltar ao seu ponto de partida. Não deixe portas e/ou janelas abertas; evite deixá-lo executar tare-
fas, fora de casa, sozinhos; retire-lhe as chaves do carro se achar que a sua condução possa repre-
sentar um perigo para ele ou para os outros.
Muitos doentes têm dificuldade em formular frases completas ou deixam de falar por completo.
Fique atento à linguagem corporal e às suas expressões faciais . Se sempre gostou de música clás-
sica, ponha um CD a tocar; se é um apaixonado por futebol, ligue a televisão na altura de um jogo.
Dê carinho e afeto, um forte abraço ou apenas a sua companhia podem fazer maravilhas.
Não é o Alzheimer em si que provoca a morte, mas sim as infecções e doenças que podem
surgir em sequência desta. Há que ser rigoroso: estabeleça e cumpra os horários da medicação;
certifique-se que o doente beba muita água; se verificar alterações nos hábitos alimentares ou de
sono vá ao médico; as mudanças de comportamento e de estado de espírito - como ansiedade,
querer estar sozinho ou tristeza - também devem ser vigiadas.
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