Câncer de MAMA em JOVENS na Serra Gaúcha
Câncer de MAMA em JOVENS na Serra Gaúcha
11 Outubro 2018
A definição de câncer de mama em mulheres jovens é controversa. Alguns autores definem como sendo a idade do diagnóstico em pacientes com menos de 35 anos, enquanto outros definem como 40 anos a idade limite. O câncer de mama é incomum em mulheres jovens, constituindo-se em 5% a 7% dos casos de acordo com estudos populacionais, sendo observado uma maior frequência de diagnósticos nos últimos anos. Segundo levantamentos do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo e da Universidade Federal de Goiás, houve um crescimento expressivo no Brasil no número de casos em todas as faixas etárias, entretanto, esse crescimento é mais preocupante em pacientes com menos de 40 anos, por ser mais agressivo e difícil de detectar.
O câncer de mama nesta faixa etária geralmente apresenta características biológicas mais agressivas e maior taxa de recorrência pós-cirúrgica. As pacientes já se apresentam ao diagnóstico com tumores mais avançados. Em contrapartida, essas pacientes têm excelentes respostas com a quimioterapia neoadjuvante, ou seja, realizada antes da cirurgia. Em alguns subtipos tumorais, a taxa de resposta patológica completa chega até 60%, ou seja, em 60% dessas pacientes, o tumor não é mais encontrado na mama no momento da cirurgia após o término da quimioterapia, principalmente, se esta, for associada a terapias-alvo como o Trastuzumabe e o Pertuzumabe.
A maior vulnerabilidade de mulheres jovens ao diagnóstico avançado pode ser justificada pela falta de ações de rastreamento, de conscientização da população e pela dificuldade de leitura e interpretação dos resultados mamográficos devido à alta densidade mamária. Outro fator extremamente relevante que pode colaborar é a falsa percepção, por muitos profissionais de saúde, de que mulheres jovens não possuem risco de desenvolver câncer, desvalorizando sinais e sintomas iniciais da doença.
O diagnóstico de câncer de mama em mulheres jovens traz grandes desafios, pois essas geralmente se encontram na sua fase reprodutiva, constituindo família e iniciando sua carreira profissional. O tratamento da doença nesse período da vida pode trazer efeitos negativos sobre a estética, fertilidade e graves implicações psicológicas. São pacientes muitas vezes com filhos pequenos, algumas amamentando ou até gestantes, e a maioria delas apresentam-se com tumores em estágios mais avançados.
As mulheres jovens devem realizam o autoexame mensalmente no período pós-menstrual e serem avaliadas anualmente por um ginecologista. Neste cenário, o papel do ginecologista de fundamental, pois é a porta de entrada destas pacientes que na maioria da vezes apresentam nódulos benignos chamados de fibroadenomas. Mas caso o nódulo apresente crescimento rápido, consistência endurecida, esteja associado a alterações cutâneas e linfonodos axilares aumentados devem ser melhor avaliadas por um mastologista. Além disso, todas as mulheres que estão tentando engravidar, devem realizar um avaliação minuciosa das mamas com exame clínico e exames de imagem.
Hábitos de vida saudáveis como exercícios físicos, ausência de vícios, controle de peso e da dieta estão relacionados com benefícios cardiovasculares e diminuição do risco de câncer de mama. Alguns trabalhos sugerem que 4 a 7 horas de exercício físico por semana pode diminuir o risco do aparecimento do câncer de mama em até 20%. Outro fator relacionado com o câncer de mama é o consumo de bebidas alcoólicas, sendo que alguns estudos demonstraram que a cada 10 gramas de álcool consumidos continuamente, há um aumento de 10% no risco.
Nos casos das pacientes com o diagnóstico de câncer de mama, primeiramente um ponto chave é assumir uma postura otimista em relação ao tratamento, pois na minha concepção é tão importante para o tratamento quanto a cirurgia ou a quimioterapia. A medicina avançou muito nos últimos anos com terapias-alvo e mesmo nesta faixa etária o chance de cura é elevada. Outro ponto fundamental é cercar-se de uma equipe multidisciplinar com competência reconhecida, que envolve além dos médicos, nutricionistas, fisioterapeutas, psicólogos e equipe de enfermagem.
Eu sou Dr. Maximiliano Cassilha Kneubil, cooperado da Unimed a 4 anos Graduado em Medicina pela Universidade Federal de São Paulo, Com Residência Médica em Mastologia pela Universidade Federal de São Paulo, Fellowship em Cirurgia Reconstrutora da Mama por 2 anos em Milão-Itália pelo Instituto Europeu de Oncologia, o principal Centro da Europa especializado no Tratamento e Pesquisa do Câncer de Mama, coordenado pelo Prof. Umberto Veronesi, Membro da Sociedade Brasileira de Mastologia, Preceptor da Residência Médica em Mastologia do Hospital Geral/Universidade de Caxias do Sul, Mestrado em Biotecnologia, pelo Instituto de Biotecnologia da UCS, avaliando expressão de Receptor de Andrógeno em Tumores de Mama Triplo-Negativos, atualmente realiza Doutorado pelo Instituto de Biotecnologia da Universidade de Caxias do Sul, avaliando genes de reparo em Câncer de Mama.