JUNHO2014
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FoTo: DIvULgAÇão
AoS 71 AnoS,
o psiquiatra Fláviogikova-
te vive o auge de sua trajetória profissional.
Com 46 anos de profissão, 32 livros publi-
cados emais de 9mil pacientes atendidos,
se tornou um dos terapeutasmais influen-
tesdopaís.
por considerar apsicologiaumassuntode
interessede todos-enão apenasdeespe-
cialistas-, seutilizade todos os canais que
possam aproximá-lo cada vez mais do pú-
blico. Atualmente, apresenta a sétima tem-
porada do programa "no divã dogikovate",
que vai ao ar todos os domingos, às 21h,
pela rádioCBn. E alimenta a troca de ideias
pelas redes sociais - sua página no Face-
book é um verdadeiro divã virtual seguida
por cercade120mil pessoas.
A carreira consolidada, no entanto, está
longe de colocá-lo no caminho da aposen-
tadoria. "não sei ainda se vou reduzir o rit-
mo. A clínica, provavelmente, vou tocar até
o fim da vida", diz o psicoterapeuta que é
casadoe temumafilha.
A paixão pelo atendimento clínico nas-
ceunadécadade 1960, logodepois que ele
se formou como médico psiquiatra pela
UniversidadedeSãopaulo (USp). nadécada
de 1970, já com o consultório consolidado,
gikovate embarcou para a Inglaterra, onde
atuou como assistente clínico no Instituto
depsiquiatriadaUniversidadedeLondres.
A experiência no exterior cristalizou a
certeza de que sua carreira seguiria àmar-
gem de escolas ou doutrinas acadêmicas.
Entre suas principais influências sempre
estiveram Erich Fromm, Carl rogers e Erik
Erickson, psicoterapeutas e escritores con-
temporâneosdosanos50e60.
SEMMÁSCArAS
outra fonte de inspiração desde cedo fo-
ram, seus pacientes e, em alguns casos, sua
própriahistória. "gostodenãomeesconder
atrásdopapel demédico".
Seu primeiro livro, "Dificuldades do Amor",
lançado em 1975, aborda questões sobre
relacionamento, amor e sexualidade - te-
mas que sempre atraíram o psiquiatra. Dois
anos depois surgiu o convite para escrever
paraa revistaCapricho, sobresexoeamor.
na década de 80, assinou uma coluna
semanal sobre comportamento no jornal
Folha de S.paulo e uma página mensal na
revistaClaudia.
hoje, coleciona mais de um milhão de
exemplares vendidos, sem se importar com
as críticasque tratam suaobra comum viés
desdenhosodeautoajuda.
"na verdade, sempre me lembro de uma
frase de Santo Agostinho: 'É óbvio que
adoro ser aplaudido quando faço minha
reflexões e é obvio que detesto ser vaiado
emmeus sermões. Mas, entre a vaidade e
a verdade, não tenho dúvidas sobre o que
escolher'. Sem nenhuma pretensão, essa
fraseseaplicaamim".