Revista Unimed
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para o cliente com essa passagem
de escritório de representação para
cooperativa de trabalho médico é que
reduziumuito a dificuldade que tínhamos
no sentido das tratativas e da burocracia,
porque apesar de existir um escritório
regional, um representante da Federação
e uma secretária, havia muitos entraves.
O cliente percebeu que tudo poderia
ser resolvido aqui, não dependeria da
resolução de pessoas que não vivem
na comunidade. Isso teve refIexo direto
no aumento em 300% do número de
clientes nos últimos 12 anos.
Quais foram os maiores desafios para
a consoIidação da Unimed em Videira?
Como nós não éramos cooperados,
acabávamos vendo o sistema Unimed
como mais um plano de saúde já que
nós não detínhamos a gestão e não
participávamos do resultado do serviço.
O maior desafio foi fazer o médico
entender que ele passaria a ser o dono
do negócio, amadurecer a ideia de que
ele teria participação nos resultados tanto
de lucro quanto de prejuízo. Esse período
de amadurecimento se estendeu por
dois anos, concomitante ao processo de
educação nos princípios cooperativistas
ministrado pela Federação, permeado
por confIitos e ideias diferentes vindas de
colegas que eram contra a implantação
da cooperativa (com suas justificativas) e
outros que queriam abraçar a ideia com
mais intensidade. Isso tudo foi superado
com a atuação de todos - não somente
dos gestores executivos, conselheiros
e administradores da cooperativa -, a
maneira como todos ajudaram uns aos
outros a entender o funcionamento da
Unimed e a melhorar a qualidade do
serviço. Outro ponto fundamental foi a
forma como nós abraçamos a ideia de ser
legalistas em tudo, sempre respeitando
as normas e leis que regem o país e a
Agência Nacional de Saúde de maneira
íntegra, que é uma coisa muito forte no
sistema cooperativista como um todo no
Estado.
O que mudou no cenário médico com
a consoIidação da Unimed Videira?
Com a consolidação da Unimed Videira, a
cooperativa cresceu muito na região. Hoje
somos o maior plano de saúde da nossa
área de abrangência, o que inferiu em um
aumento na remuneração médica e em
reconhecimento maior do serviço médico.
Mudou também o respeito e a rapidez em
resposta às necessidades do cliente.
QuaI é o papeI da Unimed Videira den-
tro do sistema Unimed?
Somos uma cooperativa pequena, mas
reconhecida por várias inovações que
conseguimos passar para o Estado, o
modelo de gestão é bem forte. Santa
Catarina é reconhecida pelo país como
um modelo no sistema cooperativista,
pois muitas ideias boas que se difundiram
pelo Brasil saíram daqui do Estado. Mas
o modelo de Unimed como prestadora,
que tem a Federação como operadora do
plano de saúde, está sendo copiado no
restante do país. As pequenas cooperativas
se valem da presença da Federação
para operar o mercado de saúde e não
precisar ter uma estrutura administrativa
muito grande para cumprir seu papel de
prestadoras de serviços médicos, que é
algo puro do cooperativismo (prestação
de serviços). Temos todos os cooperados
prontos para dar atendimento aos clientes
e vemos todos muito satisfeitos.
De que forma avaIia o crescimento da
Unimed Videira?
Vejo o crescimento da Unimed Videira
como algo fantástico. Voltando ao número
de clientes, se tínhamos 2.500 quando
nos tornamos cooperativa, hoje temos
mais de 10 mil clientes ativos. É importante
para nós médicos, porque é aquilo que
nos garante serviço. Se eu tenho uma
cooperativa forte, posso ficar tranquilo e
ter a certeza de que não vai faltar trabalho.
Isso é importante e nós esperamos que
o crescimento continue. Vivemos em
uma região muito pujante e temos que
acompanhar esse fIuxo de crescimento.
É uma satisfação ver a empresa crescer
e se manter forte, afinal, são poucas as
empresas que conseguem completar 12
anos com solidez e continuar crescendo.
Acredito que essa solidez venha daquele
trabalho de instrução feito lá no início
com os sócios fundadores e que continua
acontecendo com todos os membros da
Unimed Videira.
O que é possíveI esperar para o futuro
da Unimed na região e dos pIanos de
saúde em geraI?
Os planos de saúde são regidos pela
ANS e pelo Governo, que vem tendo um
controle rígido sobre os seus ditames de
funcionamento, direitos e deveres. Isso é
muito importante porque normatiza algo
que era um tanto nebuloso no passado.
Hoje a lei é rígida, o que é muito salutar
para todos nós, para quem vende e para
quem compra o plano. A Unimed, como
um todo, é muito legalista nesse sentido.
O que vai acontecer é que as pequenas
empresas do ramo da saúde vão diminuir
cada vez mais, sendo que aquelas que
quiserem continuar vão precisar seguir
por outros caminhos, principalmente as
fusões. Um destes caminhos é o nosso, o
caminho de cooperativa de prestação de
serviço médico, porque faz com que as
pequenas cooperativas consigam se unir
e tenham alguém operando os planos de
saúde para que os seus membros possam
se ater na parte de prestação de serviço
médico. Acho que nós temos um futuro
enorme pela frente, sem riscos de sermos
abocanhados por outro tipo de empresa,
pois a cooperativa tem um crescimento
certo, principalmente no nosso modelo.
"Temos todos os cooperados
prontos para dar atendimento
aos clientes"
AdroaIdo W. Lorenzzoni
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