O que são as infecções oportunistas?
São as que ocorremempessoas que estão coma imunidade
muito baixa, como as que têmAIDS, leucemia ou linfomas,
as que receberam transplantes ou que estão em tratamento
contra algum tipo de câncer ou doença autoimune. As
infecções oportunistas normalmente não ocorrem em
pessoas saudáveis.
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Luis Henrique Borges, clínico-geral
Por que algumas doenças infecciosas, como AIDS e her-
pes, ainda não possuem vacinas?
Alguns vírus apresentam mutações no seu genoma com
certa frequência, como é o caso do HIV. Isto dificulta a sin-
tetização de moléculas contra estas partículas virais, que
não permanecemestáveis por muito tempo, o que dificulta
também a estimulação do sistema imunológico através de
vacinas que gerem imunidade permanente.
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Tania Reuter, infectologista
Há reações ao tomar vacina? Quais?
Embora as vacinas não sejam totalmente isentas de reações,
estão cada vez menos intensas e frequentes. Mas as reações
são superadas pela capacidade que as vacinas têm para evi-
tar doenças graves. Febre baixa a moderada é a reação mais
comum e ocorre em uma minoria dos vacinados dentro de
24 a 48 horas depois da aplicação. Outras reações são dores
musculares, dor de cabeça e dor no local da aplicação. Con-
vulsões febris são raras e ocorremmais frequentemente em
bebês. Alergiagravee reaçõesneurológicas tambémsão raras.
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Marcia Bellote, alergista
Há diferença na composição de vacinas injetadas e em
gotas? Quais?
Sim. Vacinas orais geralmente contêmo agente que causa a
doença, mas emuma forma atenuada oumodificada a ponto
de não ser capaz de causar a doença, porém com estímulo
à produção de anticorpos que protegem contra a doença.
Vacinas injetáveis, de aplicações intramusculares e ou sub-
cutâneas, frequentemente contêm produtos do agente, se-
jamoriginais ouproduzidos artificialmente, comoproteínas.
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Luis Henrique Borges, clínico-geral
É verdade que os pais ou cuidadores de bebês são os
principais agentes transmissores de doenças aos filhos?
Sim. Algumas doenças, como coqueluche, podem ser
transmitidas pela tosse ou espirro e cuidadores podem
ser portadores. Dai a necessidade da imunização das
gestantes e cuidadores. Porém, quando expostos ao am-
biente externo, bebês ficam suscetíveis a qualquer tipo
de transmissão de doenças.
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Marcia Bellote, alergista
Se eu tomei a vacina contra gripe neste ano, eu estou
protegido no ano seguinte?
Não, pois os vírus são altamentemutantes, daí a necessidade
de revacinação anual, com material genético coletado em
pacientes comgripe ao redor domundo. Estesmateriais são
compilados numa única vacina, conhecida como vacina da
gripe para aquele ano. No ano seguinte, outros materiais
genéticos serão coletados para protegerem naquele ano.
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Tania Reuter, infectologista
Quais as diferenças entre gripe e resfriado? Vacina con-
tra gripe imuniza resfriados?
Ambas são causadas por vírus, transmitidas de uma pessoa
para outra e têm sintomas relacionados comas vias aéreas
superiores. Mas as diferenças começam nos agentes dife-
rentes e intensidade dos sintomas. A gripe é uma infecção
mais forte, causada pelo vírus influenza, duramais tempo e
apresenta mais complicações, como problemas pulmona-
res e cardíacos. A gripe pode ser perigosa em idosos, bebês
e pessoas com imunidade baixa. O resfriado raramente
causa complicações. Vacinas contra a gripe não impedem
os resfriados comuns, pois estes são causados por outros
vírus, como o rinovírus, paramixovírus, adenovírus.
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Marcia Bellote, alergista
Antigripal (comprimidos) imuniza contra gripe?
Não, apenas amenizam as formas mais intensas da doença.
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Luis Henrique Borges, clínico-geral
Quais os cuidados diários para reduzir a probabilidade
de se contrair infecções?
Alimentação balanceada com ingestão de alimentos natu-
rais, como frutas, verduras e legumes; usar água filtrada ou
fervida para beber e lavar os alimentos; manter boa higiene
e lavar as mãos antes das refeições; praticar atividade física;
dormir entre 6 a 8 horas diariamente; manter boa saúde bu-
cal, escovando os dentes após alimentar-se e fazendo uso de
fio dental; manter contato sexual protegido compreservati-
vos e fazer uso das vacinas indicadas em cada fase da vida.
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Luis Henrique Borges, clínico-geral
REVISTA VIVA
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Reportagem: Astrid Malacarne | Edição: Bruno Rover