Cooperativismo puxa aumento de mulheres em cargos de liderança - Unimed Cerrado

Cooperativismo puxa aumento de mulheres em cargos de liderança

Atual diretora-presidente da cooperativa de saúde Unimed Cerrado, ginecologista e obstetra Shirley Gonçalves celebra conquistas femininas, mas acredita em números mais expressivos
        27 de março, 2023


O papel da mulher na liderança em diversas áreas vem se transformando. Na saúde, embora representem 70% da força de trabalho global, elas ocupam apenas 25% dos cargos de chefia como mostram dados do último relatório do Women in Global Health. Contudo, em Goiás essa realidade tem avançado no sentido da diversidade graças ao estímulo do cooperativismo. De acordo com o Sindicado e Organização das Cooperativas Brasileiras no Estado de Goiás (OCB/GO), o número de mulheres na presidência de cooperativas cresceu 32% entre 2022e 2023. É o caso da médica ginecologista e obstetra Shirley Gonçalves, atual diretora-presidente da cooperativa de saúde Unimed Cerrado.
 

Mulheres no comando


Depois de passar uma gestão como diretora vice-presidente da cooperativa de saúde, a médica assumiu o comando em 2022. Contudo, mais do que isso, a profissional nascida e baseada em Ceres, no Norte goiano, traz três décadas de experiência na área de saúde para a posição de liderança.

“Vejo a atuação da mulher não só na medicina, mas em todas as áreas em um cenário de luta e de desafios diários, mas também de conquistas. Felizmente, temos conseguido ocupar cargos cada vez mais altos”, avalia a médica e gestora.

De fato, esse movimento tem bons motivos para acontecer. De acordo com insights da ferramenta Workplace da Meta (antigo Facebook), a liderança feminina contribui para ambientes de trabalho mais diversos, dando início a um efeito cascata. Com a diversidade, cresce também a produtividade, a criatividade, o desempenho, a retenção de profissionais e a colaboração entre áreas. Com isso, os dados da ferramenta mostram que 21% dos negócios tendem a alcançar rentabilidade acima da média.
 

Uma nova perspectiva


Segundo o estudo do Fórum Econômico Mundial, muitos anos ainda separam as mulheres da paridade com os homens no mercado de trabalho. Contudo, para a médica e gestora Shirley Gonçalves, a realidade hoje já é diferente de antes. “A história da mulher é de lutas. No entanto, o cenário atual é outro. Hoje quase temos igualdade de profissionais atuando na medicina e devemos sim buscar maior representatividade em todas as esferas”, afirma.

Realmente, o Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Gremego) registra atualmente 8.945 médicas mulheres dentre os 20.282 profissionais ativos. Ainda que falte um pouco para o equilíbrio, a diretora-presidente da Unimed Cerrado ressalta o avanço e incentiva mais mulheres a buscarem ocupar esses espaços.

“Fui muito bem acolhida por todos os conselheiros em minha passagem pelo Conselho de Medicina, mas realmente ainda é um ambiente muito masculino. Ele ainda é permeado por uma prepotência que, embora seja inerente ao ser humano, está mais prevalente no homem. Já nós mulheres somos capazes de ter uma sensibilidade maior. Por isso, espero que o conselho aumente em representatividade feminina e leve esse olhar mais humano e comprometido com o próximo adiante”, completa.
 

Os benefícios da diversidade


Indo ao encontro das constatações feitas por estudos que avaliam os efeitos da diversidade em ambientes de trabalho e gestão, a ginecologista e obstetra Shirley Gonçalvez reforça a importância da presença da mulher em cargos de gestão. “Precisamos fazer esse exercício diário de desafiar e sermos desafiadas. Digo que nós  mulheres já enfrentamos muito todos os dias, mas ainda enfrentaremos muito mais. A mulher, mais do que ninguém, se reinventa diariamente”, completa.

Também por isso, mesmo celebrando as conquistas das mulheres até aqui, a diretora-presidente da cooperativa de saúde acredita que é preciso ir além. “Temos feito nosso trabalho. Hoje vemos um número expressivo de mulheres seja na faculdade ou já no mercado, mas nossa representatividade ainda é pouca nos hospitais e clínicas. No meio acadêmico ela também precisa crescer e aflorar”, finaliza.

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