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Voltar Você sabe o que é a Síndrome de Guillain-Barré? Entenda sobre a doença que precisa ser detectada logo nos primeiros sintomas

Você sabe o que é a Síndrome de Guillain-Barré? Entenda sobre a doença que precisa ser detectada logo nos primeiros sintomas

        24 de junho, 2024

Dra. Iara Grisi, neurologista da Unimed Jaboticabal, fala no jornal O Combate. Confira a matéria na íntegra.

A Síndrome de Guillain-Barré, também conhecida pelo seu nome técnico de polirradiculoneuropatia idiopática aguda ou polirradiculopatia aguda imunomediada, é uma condição neurológica caracterizada por uma fraqueza ascendente dos nervos e dos músculos que começa nos membros inferiores e vai subindo pelo corpo, das pernas até os braços. Nos casos muito graves pode até paralisar os músculos respiratórios. Quando isso acontece, o paciente tem que ficar internado e receber ventilação mecânica.

A síndrome de Guillain-Barré é uma doença aguda e os casos evoluem em duas semanas, podendo se estender até quatro semanas. A causa da doença não é muito bem especificada, pode ser uma reação imunológica do organismo à presença de alguns vírus.

O que os especialistas acreditam, como a médica neurologista, com especialização em epilepsia e terapia intensiva; especialista em neurociências e epilepsia pela Sociedade Brasileira de Neurofisiologia Clínica; mestre em neurologia pelo Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto – USP e médica neurologista cooperada da Unimed Jaboticabal, Dra. Iara Grisi, é que as infecções virais, como HIV, hepatite, dengue Chikungunya, Zika, entre outras, após a infecção, algumas pessoas podem desenvolver a Síndrome de Guillain-Barré.

 Uma bactéria, denominada de  Campylobacter jejuni, presente no intestino de algumas pessoas pode também estar associada ao desenvolvimento da Síndrome.
“Esta associação entre os vírus e a síndrome é tão presente que vimos no último surto de Zica e chikungunya no Brasil, entre 2016 e 2018, houve um aumento no número de casos de síndrome de Guillain-Barré no país. Quando há um aumento de infecção por estes vírus, no caso atual que estamos passando com a dengue, há um aumento concomitante com a síndrome”, explica Dra. Iara.

De acordo com a médica, os sintomas de Guillain-Barré são muito específicos, ou seja, o paciente apresenta uma paralisia, uma fraqueza ascendente dos membros inferiores que é rapidamente progressiva. Caso o paciente não seja tratado rapidamente, ele pode parar de andar em uma ou duas semanas. Essa fraqueza vai ascendendo e comprometendo até os músculos respiratórios. Quando isso acontecer, pode ser considerada a existência da doença.

O tratamento específico é feito usando uma medicação denominada de  imunoglobulina humana, disponibilizada pelo SUS – Sistema Único de Saúde, mas não são todos os hospitais que existem este medicamento, mas há Centros especializados que podem receber a medicação. Há cerca de 150 Centros no Brasil e na região o paciente é encaminhado ao Hospital das Clínicas – HC de Ribeirão Preto.

“A medicação deve ser dada na fase aguda. Existe um prazo, por isso que é importante a rapidez no diagnóstico e o encaminhamento para os centros de diagnóstico de tratamento adequados o mais rápido possível. Quanto mais cedo for feita a medicação, mais rápido o paciente vai se recuperar e as sequelas serão menores, impedindo, inclusive, que o paciente entre em insuficiência respiratória. Uma vez com a doença que já estabilizou, que a fase aguda já passou, a medicação não tem mais benefícios para o paciente. Por isso é importante no prazo correto”, alerta Dra. Iara.


Segundo a médica pode atingir homens e mulheres, principalmente na faixa etária de 20 a 40 anos, mas as pessoas de todas as idades devem ficar atentas aos sintomas. 
No Brasil, de acordo com uma estatística de 2023, analisou que existem cerca de um a quatro casos novos de a cada 100 mil habitantes, ou seja,  530 casos por ano.

Dra. Iara Grisi, neurologista da
Unimed Jaboticabal

“Nós temos na nossa região, clínicas referências. Em Jaboticabal nós temos um serviço de Neurologia no Hospital e Maternidade Santa Isabel, pelo SUS, que considero de excelência, além do time AVC, temos uma equipe que avalia os pacientes que vêm da UPA e uma vez identificados são encaminhados ao Hospital das Clínicas, referência nacional em medicina e  em neurologia e que tem à disposição tratamento, imunoglobina, que é um medicamento caro e são tratados de forma adequada, lembrando que os pacientes têm que ser tratados dentro do prazo”, informa Dra. Iara, que aproveita e chama a atenção de todos em relação ao momento que todos passam com o surto da dengue. 


 “Como existe uma associação entre infecções virais e a síndrome, nós estamos passando por um surto de dengue na nossa cidade, houve também Covid recentemente,  então é mais um motivo para reforçarmos na prevenção, não deixar água parada, evitar a reprodução do mosquito da dengue. A dengue pelo que você já viram pode ser um transtorno, como a Síndrome de Guillain-Barré”, conclui Dra. Iara alertando todas as pessoas para a prevenção.