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VEMVIVER
SETEMBRO 2014
treinar, caso do basquete de cadeira de rodas e do tênis de
mesa. "Nossa meta é fazer com que o local seja uma refe-
rência no esporte brasileiro", conclui o diretor.
APROVADO PELOS ATLETAS
Marcelo Collet foi atropelado aos 17 anos enquanto trei-
nava para uma prova de ciclismo e ficou com os membros
inferiores debilitados. Nos jogos de 2016, ele vai competir
no triatlo, sua verdadeira paixão. "Moro em Salvador (BA)
e há cinco anos não tenho uma piscina olímpica para trei-
nar. Disponibilizar um Centro de Treinamento desse porte é
uma ideia fantástica", afirma.
A arremessadora Roseane dos Santos, a Rosinha, já vi-
sitou o espaço e ficou encantada. O que mais chamou a
atenção dela foi o fato de poder treinar e descansar em um
único ambiente e revela ser um sonho que finalmente vai
virar realidade.
Competidora de provas como arremesso de peso e lan-
çamento de disco, ela lembra que tinha dificuldade para
encontrar um local para treinar, principalmente que fossem
acessíveis - ela perdeu a perna depois de sofrer um aciden-
te. "Com o Centro de Treinamento, tenho a certeza de que
terei uma infraestrutura completa e moderna. Não vejo a
hora de ficar pronto", completa.
O velocista Lucas Prado começou a carreira de atleta
depois de perder completamente a visão, em 2006. "Esse
Centro de Treinamento é o primeiro passo. Espero que ou-
tras empresas e organizações se sintam motivadas para
oferecer espaços acessíveis e um apoio de perto", diz.
ESPECIAL
PRINCIPAIS
MODALIDADES
O velocista Lucas Prado acredita que a inauguração
do Centro de Treinamento será fundamental para o
desenvolvimento do paradesporto nacional
ATLETISMO
Presente desde a primeira edição dos
Jogos Paraolímpicos, envolve provas de
corrida, saltos, lançamentos e arremessos.
OBrasil já conquistou 112medalhas, sendo
32 de ouro.
CICLISMO
É dividido emcompetições de pista,
estrada, mountain bike emanobras e
disputado por atletas comdiversas
deficiências como cegueira, paralisia
cerebral e amputações. Os brasileiros
estrearamnamodalidade em1992 com
RivaldoGonçalvesMartins.
BASQUETEEMCADEIRADERODAS
Primeiro esporte paraolímpico a ser
disputado noBrasil, é semelhante ao
basquete tradicional coma diferença de
que os atletas são cadeirantes e percorrem
a quadra utilizando os braços.
FUTEBOL
Exclusivo para deficientes visuais, pode
ser praticado comcinco ou comsete
atletas. Abola temumguizo para que os
jogadores possam localizá-la, e a torcida
só pode semanifestar na hora do gol.
CANOAGEM
Inclui asmodalidades de velocidade,
praticada emáguas calmas, e slalom, que
consiste na descida das corredeiras de um
rio. Omaior representante brasileiro é o
atleta Fernando Fernandes.
VOLEIBOL SENTADO
Destinado a atletas commembros
amputados e comproblemas de
locomoção, é parecido como voleibol
olímpico, mas os jogadores ficamsentados
emovimentamapenas os braços.
NATAÇÃO
As adaptações são feitas nas largadas,
nas viradas e nas chegadas. Os deficientes
visuais, por exemplo, sabemque estão se
aproximando da borda quando são tocados
por umbastão comespuma colocado
dentro da piscina.